quarta-feira, agosto 03, 2005

Ternura

Foto de Paulo Ferreira




Desvio dos teus ombros o lençol

que é feito de ternura amarrotada,

da frescura que vem depois do Sol,

quando depois do Sol não vem mais nada...



Olho a roupa no chão: que tempestade!


há restos de ternura pelo meio,

como vultos perdidos na cidade

em que uma tempestade sobreveio...



Começas a vestir-te, lentamente,

e é ternura também que vou vestindo,

para enfrentar lá fora aquela gente

que da nossa ternura anda sorrindo...



Mas ninguém sonha a pressa com que nós


a despimos assim que estamos sós!




(David Mourão Ferreira)

PORQUE VOLTO

  PORQUE VOLTO . Volto, porque há dias antigos que ainda nos agarram com o cheiro da terra lavrada, onde em cada ano, enterrávamos os pés e ...