sábado, maio 27, 2006

Foto de Sergey Ryzkov



Soneto à maneira de Camões - Sophia de Mello Breyner

Esperança e desespero de alimento
Me servem neste dia em que te espero
E já não sei se quero ou se não quero
Tão longe de razões é meu tormento.

Mas como usar amor de entendimento?
Daquilo que te peço desespero
Ainda que m’o dês – pois o que eu quero
Ninguém o dá se não por um momento.

Mas como és belo, amor, de não durares,
De ser tão breve e fundo o teu engano
E de eu te possuir sem tu me dares.

Amor perfeito dado a um ser humano:
Também morre o florir de mil pomares
E se quebram as ondas no oceano.

7 comentários:

Anónimo disse...

Oi, vim deixar um beijo enorme carregado de carinho e dizer até breve...**

Abade.anacleto disse...

Olá Lumife, mais uma vez cá vim aprender ao teu Blog. Que poema lindo. Conheço algum do trabalho de Sophia, mas este lindo poema escapou-me até hoje. Agora já está na minha alma. Obrigada por ensinares a usar melhor os olhos da alma.

Anónimo disse...

Bom dia Lumife...

Que post lindo...a imagem nem se fala...(pedi licença pra mim mesma...salvei esta linda imagem...) ;))

PS: Será "eu" a romântica?! Hum...sei não hein!! rsrsrs...

Desejo-te um lindo final de semana com ternura

Beijos a Carolzinha e tb para o Vozito Babão ;))

Smackssss...

wind disse...

Sophia escrevia oque queria:) beijos

Anónimo disse...

Bom Fim-de-Semana

Conceição Paulino disse...

qnd um dia, numa qq vida, for grande, quero escrever assim. Bjs para vocês.

Barão da Tróia II disse...

Poema cheio de beleza que tanta falta faz às mentes Lusas

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