segunda-feira, junho 19, 2006








Sei agora como nasceu a alegria,
como nasce o vento entre barcos de papel,
como nasce a água ou o amor
quando a juventude não é uma lágrima.

É primeiro só um rumor de espuma
à roda do corpo que desperta,
sílaba espessa, beijo acumulado,
amanhecer de pássaros no sangue.

É subitamente um grito,
um grito apertado nos dentes,
galope de cavalos num horizonte
onde o mar é diurno e sem palavras.

Falei de tudo quanto amei.
De coisas que te dou para que tu as ames comigo:
a juventude, o vento e as areias.






Obra de Eugénio de Andrade /2, in «Até Amanhã» , Fundação Eugénio de Andrade

sexta-feira, junho 16, 2006

foto de Anke M.-Fotocommunity





Na solidão na penumbra do amanhecer

Via você na noite, nas estrelas, nos planetas,
Nos mares, no brilho do sol e no anoitecer
Via você no ontem, no hoje, no amanhã...
Mas não via você no momento

Que saudade...





(Mário Quintana)





foto de Suzana Ferreira - 1000 Imagens

terça-feira, junho 13, 2006



C O N V I T E

A FESTA DO BARÃO




AOS TRINTA DIAS DO MÊS DE JUNHO manda o Barão de Alvito e sua mui nobre esposa que se convide toda a boa gente destas Terras da Baronia de Alvito para assistir à Festa de Baptizado de seu mui nobre e estimado filho

A Festa do Barão

No dia 30 de Junho, a partir das 19h30 irá ter lugar no Largo das Alcaçarias uma recriação da época tardo-medieval, à moda da Baronia de Alvito.

Trata-se da IV Edição desta festa temática organizada pelo Município de Alvito, que conta mais uma vez com os apoios da Região de Turismo Planície Dourada e da Escola Profissional de Alvito.

O referido evento, que nos anos anteriores teve lugar na Pousada, deverá assim tornar-se mais popular, o que vai ao encontro das solicitações de muitos dos potenciais clientes. O Largo das Alcaçarias é um local que será seguramente um bom palco para esta festa, pois é um espaço amplo e que se situa mesmo por detrás do Paço Acastelado.

Irá pois ser recriada uma noite da época tardo-medieval na qual se pretende reconstituir um banquete real da época, oferecendo um misto de história, cultura e lazer. Reviver o passado nos seus encantos, na rudeza do repasto, nas infinitas e diversas iguarias e manjares e na particularidade da animação.

O(s) público(s)-alvo da iniciativa são todos os interessados que pretendam custear o valor deste jantar com animação, que será de 35€ por pessoa, havendo preços especiais para famílias. Haverá também a possibilidade de alguma animação paralela para todo o Povo, bem como oportunidade de usufruto de um uma pequeno “lanche” (febra, sardinha ou linguiça no pão e um copo de vinho) a um preço simbólico.

A ementa da Festa do Barão é composta por diversos pratos quinhentistas (como a Sopa de Agraço ou a Galinha Mourisca guarnecida com Cenoura e Cominhos em Azeite) e a festa durará enquanto o vinho jorrar!

Olha só:

Beringelas Recheadas
Sopa de Agraço
Galinha Mourisca Guarnecida com Cenoura e Cominhos em Azeite
Carne de Porco Agridoce com Gengibre
Castanhas Estufadas com Ervas Doces
Manjar Divino
Coalhada com Fruta, Mel e Canela

Esta é a ementa para a Festa do Barão. Tire-se desde já o chapéu ao Chefe Santos e a toda a equipa da Escola Profissional de Alvito, responsáveis pela confecção, mise en scéne e mise en place dos manjares desta noite que promete ser de apetite!



A oferta desta noite no passado inclui ainda um Torneio de Armas e muita música e folia, tudo a cargo da Vivarte, companhia de Teatro que desenvolve sempre trabalhos de alto nível na área das recriações históricas.

Com esta iniciativa confirma-se que é possível organizar eventos de qualidade, com continuidade e visibilidade para o concelho de Alvito. Cuidar do património, da tradição e da cultura é cuidar do futuro! Alvito, Património Vivo espera por si!





Informações e Reservas até dia 23 de Junho (inscrições limitadas à capacidade disponível)
Posto de Turismo de Alvito
Tel:284 485 440 ou 284 480 800 (ext. 231)
turismo@cm-alvito.pt

segunda-feira, junho 12, 2006

Foto de Sergey Rizkov





Onde quer que estejas
(encontrar-me-ás).
Encontrarás o meu rastro.


Como fumo de incenso
levado pelo vento.


Vás para onde fores
o vento encontrar-te-á.


Irei nele.
Com ele.


Fundir-me-ei contigo
porque me inalarás
no ar que respiras.



(Conceição Paulino in Falar Mulher)




Rasguei o peito
e dele saíu uma estrela


Com os dedos
afastei os bordos
e olhei o mar
que de dentro brotava


azul cintilante e renovado

(Conceição Paulino in As Tarefas Transparentes)

sexta-feira, junho 09, 2006

Canção do Alentejo

Foto de Fialho Gois




Meu Alentejo trigueiro
Amassado em barro e pão,
Não trocava o mundo inteiro
Por esta terra celeiro
Que mora em meu coração.



Há sempre cantares de amigo




Na melodia dolente
Talhada no desencanto
Que ecoa na noite quente,
No sentir da tua gente
Em trovas feitas de pranto.



Há uma esperança vivida




Quando o sol espreita o montado
Por entre a chuva a correr,
O cheiro do chão molhado
É perfume abençoado,
É seiva que faz crescer.



Sinto-me a sofrer contigo



Quando o ano é de estiagem
E o “suão” traz desenganos;
Na aridez da paisagem
Há sempre um fio de coragem
Nos olhos alentejanos,



Nesta terra tão esquecida….



Meu Alentejo trigueiro
Amassado em barro e pão,
Não trocava o mundo inteiro
Por esta terra celeiro
Que mora em meu coração.




(Orlando Fernandes in Fronteiras do Sonho)

quarta-feira, junho 07, 2006

Não te vás

Foto de Lucaz - Fotografia na net






NÃO TE VÁS

Não te vás por um minuto,
porque nesse minuto terás
ido tão longe,
que eu cruzarei toda a terra
perguntando se voltarás
ou se me deixarás morrendo.





(Pablo Neruda)

segunda-feira, junho 05, 2006

Mensageira

Foto de Rebecca Xenia Wright-fotocommunity




Mensageira

Vem amiga, vem depressa,
novas do meu Amor trazer,
não durmo nem descanso
à espera de as conhecer;

O sonho comanda a vida
já lá dizia o poeta
Eu continuei sonhando
à espera da hora certa;

O tempo correu demais
passaram assim muitos anos
o pensamento era só um
apesar dos desenganos;

Quando te vi ali
nem queria acreditar,
olhei-te bem nos olhos,
parecia querer levitar;

O beijo que nós trocámos
ficou-me sempre gravado.
Quem poderá esquecer
a ternura do ser amado?

A chama que sempre viveu,
neste coração apaixonado,
tornou-se fogo intenso,
alto e descontrolado.

Queria estar perto de ti,
quimera dos meus desejos,
seríamos , por certo, felizes
na troca dos nossos beijos.

Não há dia, não há noite,
há sempre uma recordação,
tenho-te gravada na alma
esculpida no coração.

Obrigado Mensageira
pelas novas que me trazes
continuarei porfiando
em lutas tão audazes.



Lumife 05 de Junho de 2006

sábado, junho 03, 2006



ROTA DO FRESCO INTERCONCELHIA PARA A COMUNIDADE LOCAL (DE ALVITO)

PINTURAS ALENTEJANAS POR DESCOBRIR







CONVITE




CLIQUE no blog ALVITO-BAIXO ALENTEJO e faça connosco uma Rota do Fresco. É só um cheirinho... pois ao vivo tem outra côr, outro movimento. E tem a "Guia" Dina Monteiro que a todos os participantes encanta com a sua simpatia e conhecimento profundo da matéria.
Um dia esperamos por si, em Alvito, numa Rota do Fresco...

foto de Jacek Pomykalski




"o teu rosto à minha espera. o teu rosto
a sorrir para os meus olhos. existe um
trovão de céu sobre a montanha.

as tuas mãos são finas e claras. vês-me
sorrir. brisas incendeiam o mundo.
respiro a luz sobre as folhas da olaia.

entro nos corredores de outubro para
encontrar um abraço nos teus olhos.
este dia será sempre hoje na memória.

hoje compreendo os rios. a idade das
rochas diz-me palavras profundas.
hoje tenho o teu rosto dentro de mim."



(José Luís Peixoto, A Casa, A Escuridão)

quinta-feira, junho 01, 2006

Foto lg-Farid Salemi-photo net





Adormeço
No fundo de um poema
Ainda por fazer
Convoco a memória
E os sentidos
Na procura de tudo
Que se esconde na noite
Mas o silêncio perdura
As palavras fogem de mim
Como folhas de Outono
E desaparecem
Na sombra
De forma indolor

Mas tu já sabes a cor
Do meu silêncio,
As palavras
Que não escrevo,
Aquelas que não digo,
E que clandestinas
Vão pousar
Suavemente
Nos teus lábios...

Frog




PORQUE VOLTO

  PORQUE VOLTO . Volto, porque há dias antigos que ainda nos agarram com o cheiro da terra lavrada, onde em cada ano, enterrávamos os pés e ...