domingo, outubro 07, 2007

Ideal

Foto de Marketa Uhlirova






Aquela que eu adoro não é feita

De lírios nem de rosas purpurinas,

Não tem as formas lânguidas, divinas,

Da antiga Vénus de cintura estreita...



Não é a Circe, cuja mão suspeita

Compõe filtros mortais entre ruínas,

Nem a Amazonas, que se agarra às crinas

Dum corcel e combate satisfeita...



A mim mesmo pergunto, e não atino

Com o nome que dê a essa visão,

Que ora amostra ora esconde o meu destino...



É como uma miragem que entrevejo,

Ideal, que nasceu na solidão,

Nuvem, sonho impalpável do Desejo...



Antero de Quental

8 comentários:

MARIA disse...

Olá Lumife,
Que lindas as palavras de Antero de Quental. Não conhecia este poema. Acho maravilhoso. E tu, como consegues partilhar tanta beleza, tantas palavras de encanto. Representam um manancial riquíssimo de conhecimento teu, mas também um tipo de sensibilidade poética que só as almas eleitas logram alcançar.
Ainda bem que tens a generosidade de a partilhar. Obrigada.
Ideal ? Serás, seguramente, tu.
Um beijinho, Lumife.
Maria.

RCataluna disse...

Lindo!

Abraço e boa semana!

Lúcia Laborda disse...

Amei esse poema! Doce, Divino!
Que sua semana seja feliz!
Beiujos

Sol da meia noite disse...

Lindo o poema!

Perguntas que sempre ficam sem resposta...
Basta que sintamos...

Deixo beijos!

Madalena disse...

:)

É, nunca passa de moda a séria arte.

Bjs

*Um Momento* disse...

Adorei a escolha
:))))
Venho trazer uns miminhos para ti com carinho
Desejo um dia muito lindo

Beijo terno

(*)

jorge vicente disse...

um grande poema deste grande poeta da língua portuguesa

abraços
jorge

peciscas disse...

O grande Antero, em toda a sua pujança poética.

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