quinta-feira, novembro 22, 2007

Eu sei, nao te conheço mas existes

Foto de Paulo César




Eu sei, não te conheço mas existes,
por isso os deuses não existem,
a solidão não existe
e apenas me dói a tua ausência
como uma fogueira
ou um grito.

Não me perguntes como mas ainda me lembro
quando no outono cresceram no teu peito
duas alegres laranjas que eu apertei nas minhas mãos
e perfumaram depois a minha boca.

Eu sei, não digas, deixa-me inventar-te,
não é um sonho, juro, são apenas as minhas mãos
sobre a tua nudez
como uma sombra no deserto.
É apenas este rio que me percorre há muito e desagua em ti.
Porque tu és o mar que acolhe os meus destroços.
É apenas uma tristeza inadiável, uma outra maneira de habitares
em todas as palavras do meu canto.

Tenho construído o teu nome com todas as coisas,
tenho feito amor de muitas maneiras,
docemente,
lentamente,
desesperadamente
à tua procura, sempre á tua procura
até me dar conta que estás em mim,
que em mim devo procurar-te,
e tu apenas existes porque eu existo
e eu não estou só contigo
mas é contigo que eu quero ficar só
porque é a ti,

a ti que eu amo.



Joaquim Pessoa

8 comentários:

Anónimo disse...

Nossa que poesia mais linda! Fiquei emocionada! Esse é o amor qual acredito. Incondicional, existir, pelo simples fato de ser...
Lindo!
Beijos

Peter disse...

Muito bela e com música adequada.

Maria, Flor de Lotus disse...

Olá Lumife,
É dos poemas de amor mais lindos que já tive oportunidade de conhecer.
Feliz de quem o inspirou a Joaquim Pessoa e a ti , muito obrigada, porque trazes sempre aos nossos dias o sonho, o calor de momentos felizes, para aondam transportam a beleza destas palavras.
A música... permanece também para fazer sonhar. Mas não esqueças do pedido a remeter ao J Fernando - em vez de deixa-me só por um dia - fica comigo a cada dia - tal qual gostamos de ficar com o teu maravilhoso BEJA.
Um beijinho muito amigo da
Maria

lena disse...

meu querido Lumife

é tão belo este poema

Joaquim Pessoa um poeta que gosto de ler e muito

partilho contigo outro dos seus belos poemas:

Não vou pôr-te flores de laranjeira no cabelo


Não vou pôr-te flores de laranjeira no cabelo
nem fazer explodir a madrugada nos teus olhos.

Eu quero apenas amar-te lentamente
como se todo o tempo fosse nosso
como se todo o tempo fosse pouco
como se nem sequer houvesse tempo.

Soltar os teus seios.
Despir as tuas ancas.
Apunhalar de amor o teu ventre.

Joaquim Pessoa

um abraço terno para ti

beijinhos

lena

Paula Raposo disse...

Este é um dos muitos belos poemas de Joaquim Pessoa! Excelente. A foto linda. A música não oiço daqui. Beijos e bom fim de semana.

*Um Momento* disse...

Gotei, amei. adorei:))))))

Deixo um beijo grande e agradecido pela tua escolha( Paulo Pessoa..)

(*)

Su disse...

levo.o comigo..pq sim

jocas maradas

Unknown disse...

GOSTEI BASTANTE...
ESTA PÁGINA ERA TUDO QUE EU PRECISAVA PARA AGRADAR AS MINHAS QUERIDAS E AMADAS AMIGAS.
PARABÉNS A NOTA É 1000
E A MÚSICA!!! NEM SE FALA, NÃO TEM PALAVRAS PARA DESCREVE-LA.

ATT: MATRIX WONDERBOY

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