domingo, janeiro 18, 2009

ALÉM DA MORTE





ALÉM DA MORTE

Fecho os olhos num sonho que me leva

Às paragens divinas da saudade,

Lá onde a noite é apenas claridade

Dando origem talvez a nova treva.


Fecho os olhos e avisto a Eternidade,

Lá onde um sol fantástico se eleva

Num perpétuo fulgor, sem que descreva

Sua órbita de luz na imensidade.


Fecho os olhos e vejo a minha imagem

Anoitecendo os longes da paisagem,

Como a única sombra que persiste...

Sou eu! sou eu aquele vulto errando!

Sou eu, além da morte ainda sonhando

Na tua graça e neste amor tão triste!...


Anrique Paço d'Arcos



Henrique Belford Corrêa da Silva, com o nome de poeta Anrique Paço d' Arcos, nasceu em 1906, na cidade de Lisboa, vindo a falecer em Luanda, no ano de 1993.
Escritor simples e elegíaco, legou-nos livros de poesia como Versos sem Nome (1923), Divina Tristeza (1925), Mors-Amor (1928), Peregrino da Noite (1931), Cidade Morta (1939), Estrada sem Fim (1947), História de Jesus (1962), Círculos Concêntricos (1965), Voz Nua e Descoberta (1981) e Poesias Completas (1993).


Foto de Dionísio Leitão

PORQUE VOLTO

  PORQUE VOLTO . Volto, porque há dias antigos que ainda nos agarram com o cheiro da terra lavrada, onde em cada ano, enterrávamos os pés e ...