terça-feira, junho 01, 2010

A CASA

Foto de Maria Emília-Olhares



A Casa

Paredes brancas pátios interiores
as mesas largas as cadeiras quase toscas
despojamento de convento e de deserto
a planície prolonga-se na casa
com seu rigor e sua estética
do necessário
do liso
do elementar.

.
Aristocracia do pobre
com sua manta e com seu cobre.

.
Há um cheiro a pão recém-cortado.

.
A casa alentejana está escrita na planície
como o poema no branco descampado.


Manuel Alegre, in Alentejo e Ninguém

3 comentários:

Marta Vasil (pseud.de Rita Carrapato) disse...

Excelente escolha! Bela homenagem à simplicidade da casa alentejana.

MARIA disse...

Lumife,

Curiosamente, apesar de atenta à poesia de Manuel Alegre, não conhecia este poema.
Que bom que o partilhaste aqui, neste cantinho.
É bonito como o é o sonho de uma casinha algures situada em plena planície alentejana que gostaria ainda de tornar real na minha vida.
Deixo-te dedicado especialmente o meu post no meu blogue Maria.

Um beijinho sempre amigo, Lumife.

MARIA disse...

http://marianoreinodeesther.blogspot.com/2010/06/para-alem-do-horizonte.html

PORQUE VOLTO

  PORQUE VOLTO . Volto, porque há dias antigos que ainda nos agarram com o cheiro da terra lavrada, onde em cada ano, enterrávamos os pés e ...