PRECISO DE TI
Hoje, eu preciso de ti
Preciso da tua presença louca
Preciso dos teus devaneios
Preciso de beijar tua boca
Preciso de olhar teus seios
Preciso dos teus braços
Preciso do teu calor
Preciso dos teus abraços
Hoje, preciso do teu amor
Como sempre
L.M.
terça-feira, abril 29, 2014
segunda-feira, abril 28, 2014
SONETO DO AMOR E DA MORTE
quando eu morrer murmura esta canção
que escrevo para ti. quando eu morrer
fica junto de mim, não queiras ver
as aves pardas do anoitecer
a revoar na minha solidão.
quando eu morrer segura a minha mão,
põe os olhos nos meus se puder ser,
se inda neles a luz esmorecer,
e diz do nosso amor como se não
tivesse de acabar, sempre a doer,
sempre a doer de tanta perfeição
que ao deixar de bater-me o coração
fique por nós o teu inda a bater,
quando eu morrer segura a minha mão.
Vasco Graça Moura, in "Antologia dos Sessenta Anos"
quarta-feira, abril 09, 2014
VULCÃO DOS SENTIDOS
Vulcão dos sentidos
A minha alma anima-se no reflexo cristalino
Do Sol da vida, espelhado nas águas
Das minhas memórias!
Traz-me lembranças daquele amor,
Que um dia me sufocou de tanto doer,
De paixão e emoções exacerbadas,
No sentir de prazeres desatinados,
Levados em voos sem rumo,
Sobre as areias quentes de um fogo,
Feito vulcão nas entranhas do nosso ser!
Na ausência do ar, estrangulado no beijo,
De anseios rebuscados sob o manto do luar;
Pensamentos esmorecidos na sensação,
Carinhosa do teu forte amplexo
E na carícia da tua pele sedosa,
Perturbadora dos meus sentidos;
O murmúrio dos teus lábios,
Quando beijavam os meus ouvidos,
Fazendo-me desfalecer
Num torpor de extasiante volúpia!
Acabam-se-me as lembranças
Que se levam na suavidade
Do crepúsculo que me desperta.
José Carlos Moutinho
sábado, abril 05, 2014
SONETO A QUATRO MÃOS
Soneto a Quatro Mãos
Tudo de amor que existe em mim foi dado.
Tudo que fala em mim de amor foi dito.
Do nada em mim o amor fez o infinito
Que por muito tornou-me escravizado.
Tudo que fala em mim de amor foi dito.
Do nada em mim o amor fez o infinito
Que por muito tornou-me escravizado.
Tão pródigo de amor fiquei coitado
Tão fácil para amar fiquei proscrito.
Cada voto que fiz ergueu-se em grito
Contra o meu próprio dar demasiado.
Tão fácil para amar fiquei proscrito.
Cada voto que fiz ergueu-se em grito
Contra o meu próprio dar demasiado.
Tenho dado de amor mais que coubesse
Nesse meu pobre coração humano
Desse eterno amor meu antes não desse.
Nesse meu pobre coração humano
Desse eterno amor meu antes não desse.
Pois se por tanto dar me fiz engano
Melhor fora que desse e recebesse
Para viver da vida o amor sem dano.
Melhor fora que desse e recebesse
Para viver da vida o amor sem dano.
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