AMOR VIVO
Amar! mas dum amor que tenha vida...
Não sejam sempre tímidos harpejos,
Não sejam só delírios e desejos
Duma doida cabeça escandecida...
Não sejam sempre tímidos harpejos,
Não sejam só delírios e desejos
Duma doida cabeça escandecida...
Amor que viva e brilhe! luz fundida
Que penetre o meu ser - e não só beijos
Dados no ar - delírios e desejos -
Mas amor... dos amores que têm vida...
Que penetre o meu ser - e não só beijos
Dados no ar - delírios e desejos -
Mas amor... dos amores que têm vida...
Sim, vivo e quente! e já a luz do dia
Não virá dissipá-lo nos meus braços
Como névoa da vaga fantasia...
Não virá dissipá-lo nos meus braços
Como névoa da vaga fantasia...
Nem murchará o sol à chama erguida...
Pois que podem os astros dos espaços
Contra uns débeis amores... se têm vida?
Pois que podem os astros dos espaços
Contra uns débeis amores... se têm vida?
© ANTERO DE QUENTAL
In Sonetos, 1861
In Sonetos, 1861
Foto de Eriks Racenis
1 comentário:
Bela poesia de Antero.
Desejo-lhe um belo Ano Novo, com muita saúde e voltarei aqui, pois há muito que não vinha visitá-lo.
Até lá...
Leonor
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