Que a voz do Poeta não se cale
Que os olhos do Poeta não se fechem
Que os seus versos sejam a sirene
Que alerta toda a gente à sua volta
Que o poema seja o grito inconformado
Dos braços que se erguem na revolta
Contra os braços curvados e a cerviz
Submissa ao peso da opressão
Que o poema seja sempre vertical
Um relâmpago enorme em noite escura
Que o Poema seja uma canção
E rasgue o medo em mil pedaços
Com versos de amor e de ternura
Espalhados por mil bocas e mil braços
Que o Poeta seja mais que um ser humano
E que tanja a lira do seu canto
Elevando a Poesia até ao céu
E que entregue aos homens o seu Fogo
Assumindo o papel de Prometeu..
Quando o Poeta escreve por Amor
A palavra torna-se a armadura
Com que o Homem vence a própria dor
E destrói o vírus da amargura...
É louco, o Poeta? Deixem lá:
O mundo precisa da loucura...
FERNANDO PEIXOTO
No Palco da Saudade : Fernando Peixoto
http://www.jornalaudiencia.pt/index.php/opiniao/4315-no-palco-da-saudade-fernando-peixoto
1 comentário:
Saudades deste grande homem e poeta, que conheci pessoalmente, que foi professor da minha filha na Escola Superior Artística do Porto, no curso de Encenação e Interpretação, um excepcional professor de História da Arte, um ser humano que nunca vou esquecer.
Obrigada Luís, por o lembrares e pertilhares.
Beijos
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