segunda-feira, setembro 12, 2005

Dois Caminhos



Medir em tudo, do chão que se alarga,
o bosque e o muro, o quintal sem alarde,
a lembrança na boca, e tão amarga,
tão terrível, que dela o sol não guarde
rastro ou notícia. O negrume, a ária
de privações e ausências que me invade.
A paixão maior, e mais ordinária,
que arma em mim tamanha brutalidade.
Medir em tudo o verão que me enfada:
seus celeiros, seus moinhos, seus bois.
Uma história vivida e não contada.
Há dois caminhos, tão-somente dois.
Agora urge amar a vida, e mais nada.
Tudo o que desconheço vem depois.





(Iacyr Anderson de Freitas)


(Foto de Sónia.Fernandes.Fragoso - Olhares)

INÚTIL PAISAGEM de ANTONIO CARLOS JOBIM

  Mas pra quê? Pra que tanto céu? Pra que tanto mar? Pra quê? De que serve esta onda que quebra? E o vento da tarde? De que serve a tarde? I...