segunda-feira, março 31, 2008

Noites de Poesia em Vermoim - dia 5 Abril




Sábado, dia 5 de Abril de 2008, pelas 21,30 horas, no Salão Nobre da Junta de Freguesia de Vermoim (Lugar da Igreja - 4470-303 Maia) teremos a nossa habitual Noite de Poesia.



Tema: NUVENS






Apareçam… ajudem a divulgar… noticiem…







E não se esqueçam de trazer mais um amigo às

Noites de Poesia em Vermoim…






Aos habituais (e aos novos!) colaboradores da "Poesia na Net" enviem os vossos trabalhos, até à próxima Sexta-feira, dia 4 de Abril, para saturnogomes@netcabo.pt

Para saber mais visite o MOVIMENTUM

domingo, março 30, 2008

Hoje não quero apenas escrever-te...

Foto de Martin Kovalik



Hoje não quero apenas escrever-te
as mais belas palavras.
Não me basta saber
que lês os meus sonhos
com o desejo escondido em cada página.

Essas palavras são veneno sem antídoto
onde se morre de amor e de saudade!
Enlouquecem a alma,
fazem acordar sensações profundas
na irrealidade de instantes sem tempo…

Rasguemos as folhas, acabemos com a ilusão.
É entre os nossos lábios que a realidade acontece!


Albino Santos

sexta-feira, março 28, 2008

Seja eu de quem for

Foto Alex Krivtsov



Seja eu de quem for



Serei eu a chama que arde em ti ou por acaso já se apagou o fogo que deixei de ver nos teus olhos.

Serás tu a minha alma gémea ou incendiou-se o rastilho de paixão que me cega.

Louca esta visão que me surge no horizonte: o sol que se põe, a noite que desliza por entre nós, o cheiro do mar, a flor que nos faz falta, o perfume que nos une.

Ando à procura de um ideal para que amanhã seja um ideólogo, um fantasma ou um psicólogo, alguém por quem possam chamar. Por isso quero ser alguém, quero ser de alguém e, sem saber bem porquê, entrego-me sem ver a quem, pois é a forma mais fácil de fugir.

Preencho a espaços aquilo que me falta entender. Em cada passo em falso que dou descubro algo mais e encho a minha já vasta colecção de frustrações. Entrego-me a quem quer que seja mas sem nunca me deixar possuir.

Aperta-me algo por dentro, foi mais um pedaço que morreu. Volta de novo o vazio que me pinta por fora, levanta-se o muro que chega a ser ridículo. Cubro-me de fantasias, crio mitos e personagens, distribuo papeis por aqueles com que me deparo, elaboro maquiavélicos obstáculos e sento-me à espera.

Espero que peguem em mim, que mandem o muro abaixo, que me prendam. Espero em vão. Troco as voltas à vida, construo um labirinto à minha volta e perco-me. Devolvo a paz ao mundo nas horas em que me deixo dormir para, mais tarde, voltar ainda mais insaciável.

Fecho os olhos, continuo a fugir, tropeço em mais alguém que ficou por amar, mais um erro de percurso. Mas continuo nesta minha entrega, a quem quer que seja.

Continuo a fingir para a vida seja eu de quem for. Continuo a viver do engano e mantenho-me fiel a esta espécie de infidelidade da qual ninguém está a salvo. Este é o meu furacão, o meu tsunami que arrasta almas, corações e deixa um rasto terrível de desilusões.

(Foi mantida a grafia original)


Carlos Miguel Leite - (1975-Portugal)

TIBETE - PETIÇÂO AVAAZ




"Amigos,

Em apenas 7 dias, 1 milhão de pessoas assinaram nossa petição pelos direitos humanos e diálogo no Tibete, se tornando a petição on-line que cresceu mais rápido na história! Depois de décadas de injustiça, o povo tibetano está demandando mudanças e a nossa petição mostra que o mundo está respondendo com uma solidariedade surpreendente a esse chamado.

Foi declarado o Dia de Mobilização Global pelo Tibete nesta segunda-feira dia 31 de março. Em apenas 4 dias, milhares de pessoas em várias cidades do mundo irão protestar em embaixadas e consulados da China, trazendo consigo nossa petição de 1 milhão de assinaturas. Nossa mensagem global e simultânea com certeza chamará a atenção do governo chinês.

Temos somente 4 dias até a entrega da petição, por isso estamos concentrando nossos esforços em dobrar nossa petição: será que podemos conseguir 2 milhões de assinaturas? Nossa mensagem já deu a volta ao mundo e com a sua ajuda podemos chegar ainda mais longe. Por favor, clique no link para assinar a petição e em seguida encaminhe este email para todos os seus amigos e familiares:


AVAAZ

quarta-feira, março 26, 2008

OVIBEJA - "BODAS DE PRATA"




COMEÇA DAQUI A UM MÊS

a OVIBEJA 25 Anos, que será inaugurada pelo Presidente da República, a 26 de Abril, associando-se assim às “bodas de prata” da OVIBEJA, segundo Manuel Castro e Brito, presidente da comissão organizadora do certame.

A edição deste ano, que se realiza de 26 de Abril a 4 de Maio, tem como tema central a Agricultura Biológica e as Energias Renováveis e apresenta um cartaz de espectáculos “muito forte” que transforma a OVIBEJA “no primeiro Festival de Verão”.

Em entrevista, que pode ser lida na integra em www.ovibeja.com, Castro e Brito passa ainda em revista os principais problemas que afectam a agricultura portuguesa e considera que as relações com o Ministério da Agricultura atravessam um momento “de reflexão para se começar, finalmente, e já tarda muito, no caminho do aproveitamento deste QCA”.

Texto copiado do ALVITRANDO

domingo, março 23, 2008

ALVITO - Duas Apresentações





Sábado - 29 de Março - 16 Horas 30 - Biblioteca Municipal

Apresentação de duas obras - "O livro do Regresso" de Xavier Zarco, prémio Raúl de Carvalho 2005 da C. M de Alvito e "Da Humana Condição" de José Augusto de Carvalho .

À noite, pelas 21 Horas, a apresentação será repetida em Viana do Alentejo.





no dorso do vento
pelos caminhos do monte
viajam frágeis vestígios
de um cântico


ou de um poema
de súbito bordado a oiro
pelas bátegas
céleres mas suaves
do sol








Xavier Zarco é o pseudónimo literário de Pedro Manuel Martins Baptista que nasceu em Coimbra em 1968, cidade onde reside. Publicou poesia no Jornal de Letras, Correio da Manhã, Diário de Notícias e Jornal de Notícias, bem como na Revista A Mar Arte. Participou na III Antologia de Poesia Portuguesa Contemporânea (Ed. Orpheu) e em Cântico em Honra de Miguel Torga (Ed. Fora do Texto). A sua poesia foi definida pelo poeta asturiano José Luís García Martín como sendo de uma concisão enormemente sugestiva.









Paisagem


Do cimo de São Vicente,
vejo o castelo de Beja,
quando um sol de estio ardente
ao inferno faz inveja.

Meus olhos mergulham fundo
na lonjura que me ganha.
Não há fronteiras no mundo,
ninguém vive em terra estranha.

Nem pequenez, nem grandeza.
A dimensão verdadeira,
que sopesa com firmeza
frágil mão duma ceifeira.






José Augusto Carvalho (Portugal)

"A minha curta biografia:

Este texto foi escrito para O Fórum dos Mestres Aprendizes, a pedido do PoetAmigo Daniel Cristal, e considero-o definitivo para publicação em todos os locais onde seja acolhido.

1.
No século XX, em Portugal, fui registado com o nome de José-Augusto, oriundo de uma das muitas famílias Carvalho da Região do Alentejo; Na Idade Média, fui Tuphy Mass, um dos cavaleiros da Moirama, oriundo da Palestina; Ainda na Idade Média, fui Gabriel, um dos escravos da gleba, oriundo do domínio de Fochem.

2.
Hoje , sou José-Augusto de Carvalho, mas também Tuphy Mass e Gabriel de Fochem.
Tuphy e Gabriel reviverão se José-Augusto souber merecê-los.

3.
Sei ler, escrever e contar.
Excepto quando criança, comi sempre o pão amassado com o suor do meu rosto. Nunca traí ninguém, mas fui traído algumas vezes.
Fui sempre amigo desinteressado de quem me quis como amigo.
Servi sempre a amizade; nunca me servi da amizade.
Para mim, o Amor é a sublimidade da Vida. E o bem maior da minha vida.

4.
Escrevo desde que sei escrever. Leio desde que sei ler; antes ouvia ler. A minha infância foi embalada pelas lendas das Mil e uma noites. Talvez devido a essa influência, adoro ler Poesia e tento escrever poesia. Do que escrevo, há quem goste; e há quem não goste. Não sou nem quero ser senão o que sou e sempre fui.

5.
No meu mar de sonho, cá vou, de naufrágio em naufrágio, perdendo-me nos braços da sereia que está sempre à minha espera.

6.
Como ser humano, sou da Humanidade.
Como terráqueo, reclamo-me da Terra toda.

Por ser verdade, aqui fica, para que conste.
Tuphy Mass
Gabriel de Fochem
José-Augusto de Carvalho




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sexta-feira, março 21, 2008

É Tempo Ainda... (Contra o veneno da rotina)

Imagem de ISABEL FILIPE



É tempo ainda, Amor
de retomar
a viagem que iniciámos
juntamente.

De voltar ao fluir
do nosso rio,

de recerzir o tempo
fio a fio,

de reatar o passado
no presente.

É tempo ainda, Amada
de acordar.
Redescobrir
sentidos
novos nas palavras.

Reencontrar
esquecidos
gritos nos silêncios.
Renovar
o antigo frescor das madrugadas .

É tempo ainda, Amor
de avivar
a memória de gestos
já perdidos ...

O sabor
de antigos sonhos
recriar ...

Reinventar o amor
e incendiar
a adormecida chama dos sentidos,

0 entrelaçar dos dedos
a ternura
da troca de um olhar

O estilhaçar dos medos
na aventura
dos corpos penetrar.

A procura
das bocas, numa fome
nunca satisfeita de beijar ...

É tempo ainda, Amiga,
É tempo ainda.
É tempo ainda de voltar !


António Melenas

quarta-feira, março 19, 2008

Morreu António Melenas - Escritos Outonais






Soube agora que António Melenas (António Joaquim Gouveia) morreu.
Um lutador pela Liberdade e um Amigo que não resistiu e foi vítima de doença (Macroglobulinemia de Waldenström (no sangue)).Faleceu em 16 de Março, pelas 22h. O seu funeral foi ontem para o cemitério do Feijó.
Os seus ESCRITOS OUTONAIS são a prova do bem querer dos amigos que se encantavam com as suas histórias lidas e relidas.

Pode ouvir uma homenagem a António Melenas em Estúdio Raposa

O neto, João Gouveia, compromete-se a publicar as partes restantes de "o Tempo das Hienas" que António Melenas estava publicando.


Paz à sua Alma!

sexta-feira, março 14, 2008

Esperando

Foto de Valerie Velikov



Esperei tanto, tanto, meu amor …
As horas que passaram nem eu sei…
… E não chegaste … E veio depois a dor
Queimar-me as ilusões que alimentei ! …


Dulcificou-se a minha funda mágoa,
Enquanto veio a noite silenciosa …
Ficaram-se os meus olhos rasos de água,
E a minha alma enlutou-se mais saudosa !


E pela noite fora arquitectei
Novas quimeras, novas ilusões,
Em sonhos mentirosos que sonhei …
Em loucas e fantásticas visões !


E, enquanto a noite vai e o dia vem,
Desperta a dor que o meu olhar define,
No sol duma esperança que não tem
Riso que a aqueça e amor que a ilumine!


Tarde de mais, amor, tenho a certeza,
Hás-de voltar… mas, crê que te lamento,
Porque tua será minha tristeza,
E há-de esmagar-me o peito o meu tormento !




JOSÉ MARIA LOPES DE ARAÚJO

Nascido aos 25 de Janeiro de 1919

Ponta Delgada - Ilha de
S. MIGUEL - AÇORES

segunda-feira, março 10, 2008

Madrigal Melancólica

Alda Gomes-Olhares



Dedicado aos Amigos/as Brasileiros que gentilmente me visitam.


O que eu adoro em ti
Não é sua beleza
A beleza é em nós que existe
A beleza é um conceito
E a beleza é triste
Não é triste em si
Mas pelo que há nela
De fragilidade e incerteza

O que eu adoro em ti
Não é a tua inteligência
Mas é o espírito sutil
Tão ágil e tão luminoso
Ave solta no céu matinal da montanha
Nem é tua ciência
Do coração dos homens e das coisas

O que eu adoro em ti
Não é a tua graça musical
Sucessiva e renovada a cada momento
Graça aérea como teu próprio momento
Graça que perturba e que satisfaz

O que eu adoro em ti
Não é a mãe que já perdi
E nem meu pai
O que eu adoro em tua natureza
Não é o profundo instinto matinal
Em teu flanco aberto como uma ferida
Nem a tua pureza. Nem a tua impureza
O que adoro em ti lastima-me e consola-me
O que eu adoro em ti é A VIDA !!!



Manoel Bandeira

sábado, março 08, 2008

A MULHER







Ó mulher! Como és fraca e como és forte!
Como sabes ser doce e desgraçada!
Como sabes fingir quando em teu peito
A tua alma se estorce amargurada!

Quantas morrem saudosas duma imagem
Adorada que amaram doidamente!
Quantas e quantas almas endoidecem
Enquanto a boca ri alegremente!

Quanta paixão e amor às vezes têm
Sem o nunca confessarem a ninguém
Doces almas de dor e sofrimento!

Paixão que faria a felicidade
Dum rei; amor de sonho e de saudade,
Que se esvai e que foge num lamento!


Florbela Espanca

quarta-feira, março 05, 2008

Nas margens do poema

Foto Cátia Peixe-Olhares



Quero-te para além dos meus poemas,
numa imensidão que nos dá vida.
Amar-te nas formas mais supremas,
mergulhar na tua alma enternecida

Quero decifrar no olhar inquietante
os desejos que trazes escondidos
no sorriso doce, sensual e intrigante,
desses lábios rubros, enlouquecidos.

Quero as fantasias ainda não sonhadas
nas labaredas que ardem no teu peito,
que pressinto no teu corpo desejadas
em noites de amor louco no teu leito.

Sonha comigo o sonho que há em ti,
na ternura da noite pela noite acima,
que tudo absorve e concentra em si
e verás quanto amor há em cada rima.


Albino Santos

Foto Cátia Peixe-Olhares

PORQUE VOLTO

  PORQUE VOLTO . Volto, porque há dias antigos que ainda nos agarram com o cheiro da terra lavrada, onde em cada ano, enterrávamos os pés e ...