terça-feira, outubro 30, 2007

Quantas vezes...

Foto de Elblura


Quantas vezes caminhei pela praia
à espera que viesses. Luas
inteiras. Praias de cinza invadidas
pelo vento. Quantas estações quantas noites
indormidas. Embranqueceram-me
os cabelos. E só hoje
quando exausto me deitei em mim
reparei
que sempre estiveste a meu lado. Na cal frágil
dos meus ossos. Nas hastes do mar
infiltradas no sangue. Na película
dos meus olhos quase cegos.


Casimiro de Brito


segunda-feira, outubro 29, 2007

1-Fotos do Alentejo

Vento suão


Vento Suão - Foto de Manuel Dinis Cortes

Nasceu em Vila Real em 1955 e reside em Beja desde 1980. É Médico e tem como hobbies diversas actividades outdoor , incluindo a fotografia.

domingo, outubro 21, 2007

As ondas

Foto de Marko Schimanski



As ondas quebravam uma a uma
Eu estava só com a areia e com a espuma
Do mar que cantava só para mim.



Sophia de Mello Breyner Andresen

sábado, outubro 20, 2007

Uma dor fina...

Foto de Reno



Uma dor fina que o peito me atravessa,

A escuridão que envolve o pensamento,

Um não ter para onde ir cheio de pressa,

Um correr para o nada em passo lento,



Um angustiante urgir que não começa,

Um vazio a boiar no alheamento,

Uma trôpega ideia que tropeça

No vácuo de um estranho abatimento.



É tédio? É depressão? Talvez loucura?

É, para um além de mim, passagem escura?

Um ir por ir que não tem outro lado?



É, sem máscaras, a esperança enfim deposta,

Ou no extremo da verdade exposta

A ironia feroz de um deus calado?




Natália Correia

(in Sonetos Românticos)

sexta-feira, outubro 19, 2007

BLOG SOLIDÁRIO




MARIA amiga que encontrei nas voltas da net e a quem por motivo de nossas sensibilidades se aproximarem na leitura e no sentir da poesia, pois esta MARIA quis mais uma vez distinguir o "Beja" com o prémio e o carinho do "BLOG SOLIDÁRIO". Ainda que o considere imerecido aceito-o com todo o prazer, dado de quem vem, retribuindo com um beijo amigo.

Vou, seguindo as regras, distribuí-lo por outros 10 blogs enviando as minhas saudações aos que não pude agora nomear.Provavelmente alguns blogs agora indicados já terão recebido este prémio mas esse facto mais reforçará esta atribuição.


1 - BLOG DO ZIG

2 - ADESENHAR

3 - ALÉM TEJO

4 - BLOG DO CANTINHO

5 - CHUVISCOS

6 - PALAVRAS AO VENTO

7 - PECISCAS

8 - POEMAS DE AMOR E DOR

9 - EREMITÉRIO

10- MOENDO CAFÉ

quinta-feira, outubro 18, 2007

Canção Grata




Por tudo o que me deste:
- Inquietação, cuidado,
(um pouco de ternura? É certo, mas tão pouco!)
Noites de insónia, pelas ruas, como um louco...
- Obrigado, obrigado!

Por aquela tão doce e tão breve ilusão,
(Embora nunca mais, depois que a vi desfeita,
Eu volte a ser quem fui), sem ironia: aceita
A minha gratidão!

Que bem me faz, agora, o mal que me fizeste!
- Mais forte, mais sereno, e livre, e descuidado...
Sem ironia, amor: - Obrigado, obrigado
Por tudo o que me deste!


Carlos Queirós







1907-1949

Carlos Queirós de seu nome completo José Carlos Queirós Nunes Ribeiro nasceu em Lisboa em 1907 e faleceu em Paris em 1949. Um dos seus livros mais conhecidos é Desaparecido e Outros Poemas.
Foi através dele que Fernando Pessoa conheceu Ofélia a quem escreveu as suas cartas e poemas de amor.

quarta-feira, outubro 17, 2007

Reflexão

Foto de Denisse Herrera







Nas longas horas vividas,
procuro as rotas que perdi.


Prisioneiro de causas inúteis,
componho poemas à pressa
e descubro pétalas murchas
em diários de infância.


Há histórias nunca lidas
que um dia te escrevi.


Adormeço recordações
em leito de flores,
moldo-lhe formas,
sorvo-lhe a fragrância.


Irreais e já sem vida,
restam imagens a falar de ti.


Ao bom ou mau passado
jamais alguém regressa;
daí ter-me perdido,
no tempo… no sonho… e na distância!



Orlando Fernandes (Fronteiras do Sonho)

terça-feira, outubro 16, 2007

segunda-feira, outubro 15, 2007

Não digo adeus...

Foto de Ana Franco-Olhares




Largo no barco
Que ao largo se faz
Olhos rasos de água
- o meu adeus
Das horas más!

Levo-te no coração
Teu lugar preferido
Meu lugar de eleição
Beijo esses lábios
Sentindo o sabor
Que sempre recorda
Momentos de amor

Não digo adeus
Só até à volta
Vejo os olhos teus
Sentindo revolta
Haja o que houver
Ao meu lado estarás
Para ti voltarei
Por mim esperarás



Um último aceno
Um profundo olhar
Amo-te muito!
Sempre te hei-de amar!




LM – 15/10/07

domingo, outubro 14, 2007

Cinzas do Tempo

Foto Paulo Madeira-Olhares



A maré, a vazante,

O mar retirante

Recua diante

Da minha tristeza,

Presa de lembranças,

Represa de imagens,

Personagens, história

Que desenhei na memória

Com as cinzas do tempo.

Um dia de sol,

Trevas na alma,

Um momento, uma calma,

A pausa na dor.

Um alento, uma passagem,

Entre o amor e a amargura,

Entre a culpa e a tortura.

A frescura, a brisa

Me seduz, me abraça,

Festeja, me envolve

E assim me devolve a paz

Que deseja ficar

Mas, fraqueja e passa.

Um dia de sol,

A praia, a vida,

Na contrapartida

O escuro, o mergulho

Na saudade antiga,

Amiga, inimiga,

Refúgio, pensar,

Que agora me obriga

A rever e chorar.





FRANCISCO SIMÕES

sábado, outubro 13, 2007

PAZ!

CLIQUE na foto de Ive Volker para a ver em seu tamanho natural.



Paz é silêncio, é ajuda
É compreensão, é valor.
É riqueza que se conquista
Com a arma do amor.


Bom fim de semana!

sexta-feira, outubro 12, 2007

O nosso amor nasceu como um poema

Foto João Camilo-Olhares

"O Amor é a memória que o tempo não mata,
a canção bem-amada, feliz e absurda...
É a música inaudível...
O silêncio que treme e parece ocupar o coração
que freme quando a melodia do canto de
um pássaro parece ficar..."

- Vinícius de Moraes -




O nosso amor nasceu como um poema.
Como se nossas mãos não fossem duas.
Como se o teu corpo fosse o universo,
onde nos teus olhos cintilam outras luas
que enchem de luar estes meus versos.

O nosso amor nasceu como um poema.
Que tanto se excedia. E nos excedendo,
sempre o horizonte mais ficou distante.
Absorvente amor de tal forma absorvendo,
amando o amor talvez mais que o amante.

O nosso amor nasceu como um poema.
Com palavras que a amar se escreveram
em páginas de sonho, beleza e esplendor.
E tantas vezes as palavras se envolveram
que de um poema nasceu o nosso amor.





Albino Santos

quinta-feira, outubro 11, 2007

Sem Saída

Foto de Alex Krivtsov





Da tua sombra nasce a minha luz
do teu puro silêncio a minha fala
e ainda é teu o olhar que me seduz
no presságio do sono que me embala


Queria poder amar-te sem motivo
já sem corpo nem alma nem passado
quando só tu me provas que estou vivo
no teu sorriso mais que desesperado


Vem ter comigo, vem, enquanto a vida
nos abandona à flor do seu segredo:
ambos sabemos que não há saída


fora do nosso amor – ainda é cedo
e a noite é uma criança distraída
até ficarmos sós: não tenhas medo



Fernando Pinto do Amaral (A Luz da Madrugada)





Fernando Pinto do Amaral nasceu em Lisboa em 1960. Frequentou a Faculdade de Medicina, mas abandonou o curso, vindo a licenciar-se em Línguas e Literaturas Modernas, concluindo o Mestrado e o Doutoramento em Literatura Portuguesa.

É Professor do Departamento de Literaturas Românicas da Faculdade de Letras de Lisboa. Publicou, desde 1990, cinco livros de poesia, dois volumes de ensaio e traduziu poemas de Baudelaire, Verlaine, Jorge Luis Borges e Gabriela Mistral.

Prefaciou edições de poesia de Camões, Bocage, Antero de Quental, Cesário Verde, Ruy Cinatti, Tomaz Kim e Luís Miguel Nava, entre outros. Alguns dos seus poemas estão traduzidos e publicados em espanhol, francês, neerlandês, alemão, checo, inglês, búlgaro e turco.

Área de Serviço e Outras Histórias de Amor é a sua estreia no domínio da ficção narrativa.

A Luz da Madrugada é o seu mais recente livro de poesia.


terça-feira, outubro 09, 2007

Muitos Anos Depois

Foto de Angela Vicedomini






Pouco me importa o que teci, o que perdi,

As lágrimas, as saudades, os desencantos,

Tantos disfarces, infernos, tantos véus,

E quantos céus que eu rejeitei, e quantos.



Pouco me importa agora esse tempo

Que traçou rugas, desenhando o envelhecer,

É o mesmo tempo que hoje pára e escuta

O que a vida sempre me ouviu dizer:

EU TE AMO.





FRANCISCO SIMÕES



Francisco Mário Simões dos Santos é descendente de portugueses, filho de português e mãe brasileira, nascido em Belém do Pará. Foi locutor, produtor de programas e escritor de crónicas diárias. Durante cerca de vinte anos pertenceu ao quadro da ABAF — Associação Brasileira de Arte Fotográfica no Rio de Janeiro, quando ganhou mais de mil prémios nos seus salões mensais e anuais. No auge da bitola super-8 produziu vários filmes de curta-metragem durante o regime autoritário. Participou de muitos eventos do género no Brasil, principalmente, os realizados em universidades e centros de treinamento profissional. Ganhou vários prémios de destaque em festivais e mostras de filmes basicamente voltados para a crítica social e política, o que lhe garantiu problemas com a Censura. Trabalhou por trinta anos no Banco do Brasil, onde foi professor, coordenador e programador de cursos, chefe de um grupo que produzia módulos áudio-visuais para palestras e aulas e assessor do gabinete da presidência da PREVI, entre 1982 e 1986. Depois de aposentado, passou a realizar suas exposições "Fotografias Artesanais" e continuou a ganhar prémios, um deles, o título de cidadão honorário de Cabo Frio, cenário e motivo de muitas de suas fotos e vídeos. Em 1994 voltou a escrever poesia, o que parara de fazer há muito tempo. De dezembro de 1999 a dezembro de 2001, foi vencedor de vários concursos literários. Retornou à prosa, pelas crônicas, a partir de Janeiro de 2001, já com 64 anos de idade. Escreve para alguns sites de literatura no Brasil como Blocos e Rio Total, tem um espaço em Londres-Inglaterra, "O Cantinho do Francisco", integrante do Cantinho do Poeta, de Marc Fortuna e Richard Price, além do site pessoal.

segunda-feira, outubro 08, 2007

"Conheço o Sal..."

Foto de Piotr Kowalik





Conheço o sal da tua pele seca

depois que o estio se volveu Inverno

da carne repousando em suor nocturno.



Conheço o sal do leite que bebemos

quando das bocas se estreitavam lábios

e o coração no sexo palpitava.



Conheço o sal dos teus cabelos negros

ou louros ou cinzentos que se enrolam

neste dormir de brilhos azulados.



Conheço o sal que resta em minhas mãos

como nas praias o perfume fica

quando a maré desceu e se retrai.



Conheço o sal da tua boca, o sal

da tua língua, o sal de teus mamilos,

e o da cintura se encurvando de ancas.



A todo o sal conheço que é só teu,

ou é de mim em ti, ou é de ti em mim,

um cristalino pó de amantes enlaçados.




Jorge de Sena

domingo, outubro 07, 2007

Ideal

Foto de Marketa Uhlirova






Aquela que eu adoro não é feita

De lírios nem de rosas purpurinas,

Não tem as formas lânguidas, divinas,

Da antiga Vénus de cintura estreita...



Não é a Circe, cuja mão suspeita

Compõe filtros mortais entre ruínas,

Nem a Amazonas, que se agarra às crinas

Dum corcel e combate satisfeita...



A mim mesmo pergunto, e não atino

Com o nome que dê a essa visão,

Que ora amostra ora esconde o meu destino...



É como uma miragem que entrevejo,

Ideal, que nasceu na solidão,

Nuvem, sonho impalpável do Desejo...



Antero de Quental

sábado, outubro 06, 2007

Aparição


Foto de Melan Chol Ie




Saudosamente, ao luar das minhas mágoas,
Vens para mim na tua graça de ave:
O teu andar, de longe, é brando e suave
Como um cisne vogando à flor das águas.


Vens para mim, ao luar que me entristece,
Em tua alada e mística figura:
Nos teus olhos se abisma a noite escura
E é a luz do luar que neles resplandece.


Há qualquer coisa em ti que me comove
E dá motivo ao meu desassossego:
Minhas falas por ti são as de um cego,
Tenho por ti o olhar de quem não ouve.


Quisera erguer em teu louvor um canto
De divina, quimérica harmonia:
Assim na primavera a cotovia
Festeja o sol que nasce e o seu encanto.


Digo o teu nome aos ventos, no martírio
Da ansiedade febril que me consome:
E logo os ecos rezam o teu nome,
Num êxtase que é irmão do meu delírio.


Grito por ti quando me encontro a sós,
Mentindo à dor de te saber ausente:
Mas vens ao meu amor, saudosamente,
E logo morre o alvor da minha voz.


Saudosamente, ao luar que me deslumbra,
Vens através a noite silenciosa:
E a tua graça, etérea e misteriosa,
É um outro luar surgindo na penumbra.


Anrique Paço d’Arcos
(Poesias Completas)

quinta-feira, outubro 04, 2007

FREE BURMA - PETIÇÃO




O movimento internacional de Bloggers de apoio à campanha Free Burma/Birmânia/Myanmar (International Bloggers' Day for Burma on the 4th of October) está a recolher adesões e a solicitar que nos Blogs de todo o Mundo sejam inseridos textos, no próximo dia 4, onde se apele à liberdade e ao respeito pelos direitos humanos.
PETIÇÃO FREE BURMA


Vamos fazer chegar à ONU e à CHINA 1.000.000 de assinaturas

quarta-feira, outubro 03, 2007

Olhar

Foto de Leona L



Olhas-me entre a surpresa e o desencanto
e eu fico embaraçado ante esse olhar:
nada podia perturbar-me tanto
como uns olhos roubados ao luar
das noites em que o tempo e o lugar
se faziam de espuma, luz e espanto.
Mas o que importa, sobre a ruinosa
erosão dos desenganos,
é esta força de quem ousa
amar-te acima do passar dos anos.


Torquato da Luz

terça-feira, outubro 02, 2007

Fado Saudade

Foto de Nina de Villeneuve





O Sol da minha ventura,
Era dado p’la ternura
Com que viveste a meu lado.
E os beijos que tu me deste
Tinham o gosto silvestre
A mel, a rosas e a fado.


Mas decorreram os anos,
Vieram mil desenganos,
E perdidos no caminho,
Vivemos a pena imensa
Desta imerecida indiferença
De cada um estar sozinho.


Solidão nos meus sentidos,
Mágoa dum tempo perdido,
Quantas vezes já morri?
Sonhos não realizados,
Remorsos dos meus pecados…

Tenho saudades de ti!



Orlando Fernandes (Fronteiras do Sonho)

segunda-feira, outubro 01, 2007

AMEMOS

Foto de Alex Krivtsov



DAMA NEGRA
POR QUE TARDAS, meu anjo! oh! vem comigo.
Serei teu, serás minha... É um doce abrigo
A tenda dos amores!
Longe a tormenta agita as penedias...
Aqui, ao som de errantes harmonias,
Se adormece entre flores.

Quando a chuva atravessa o peregrino,
Quando a rajada a galopar sem tino
Açoita-lhe na face,
E em meio à noite, em cima dos rochedos,
Rasga-se o coração, ferem-se os dedos,
E a dor cresce e renasce...

A porta dos amores entreaberta
É a cabana erguida em plaga incerta,
Que ampara do tufão...
O lábio apaixonado é um lar em chamas
E os cabelos, rolando em espadanas,
São mantos de paixão.

Oh! amar é viver... Deste amor santo
— Taça de risos, beijos e de prantos
Longos sorvos beber...
No mesmo leito adormecer cantando...
Num longo beijo despertar sonhando...
Num abraço morrer.

Oh! amar é ser Deus!... Olhar ufano
O céu azul, os astros, o oceano
E dizer-lhes: "Sois meus!"
Fazer que o mundo se transforme em lira,
Dizer ao tempo: "Não... Tu és mentira,
Espera que eu sou Deus!"

Amemos! pois. Se sofres terei prantos,
Que hão de rolar por terra tantos, tantos,
Como chora um irmão.
Hei de enxugar teus olhos com meus beijos,
Escutarás os doces rumorejes
D'ave do coração.

Depois... hei de encostar-te no meu peito,
Velar por ti — dormida sobre o leito —
Bem como a luz no altar.

Te embalarei com uma canção sentida,
Que minha mãe cantava enternecida
Quando ia me embalar.

Amemos, pois! P'ra ti eu tenho n´alma
Beijos, prantos, sorrisos, cantos, palmas...
Um abismo de amor...
Sorriso de uma irmã, prantos maternos,
Beijos de amante, cânticos eternos,
E as palmas do cantor!

Ah! fora belo unidos em segredo,
Juntos, bem juntos... trêmulos de medo,
De quem entra no céu,
Desmanchar teus cabelos delirante,
Beijar teu colo!... Oh! vamos minha amante,
Abre-me o seio teu.

Eu quero teu olhar de áureos fulgores,
Ver desmaiar na febre dos amores,
Fitos fitos... em mim.
Eu quero ver teu peito intumescido,
Ao sopro da volúpia arfar erguido
O oceano de cetim

Não tardes tanto assim... Esquece tudo...
Amemos, porque amar é um santo escudo,
Amar é não sofrer.
Eu não posso ser de outra... Tu és minha,
Almas que Deus uniu na balsa e ténue
Hão de unidas viver.

Meu Deus!... Só eu compreendo as harmonias,
De tua alma sublime as melodias
Que tens no coração.
Vem! Serei teu poeta, teu amante...
Vamos sonhar no leito delirante
No templo da paixão.


Castro Alves

PORQUE VOLTO

  PORQUE VOLTO . Volto, porque há dias antigos que ainda nos agarram com o cheiro da terra lavrada, onde em cada ano, enterrávamos os pés e ...