
QUANDO QUISERES
Quando quiseres, serei vento!
Que soprará nos teus cabelos
os aromas bebidos nas flores.
Quando quiseres, serei rio!
Que correrá no teu corpo
cantando as águas transparentes.
Quando quiseres, serei ave!
Que voará nos teus pensamentos
pelas sombras dum fim de tarde.
Quando quiseres, serei madrugada!
Que ao de leve acordará em ti
os sonhos dum tempo sem idade.
Quando quiseres, serei mágoa!
Que chorará nos teus olhos
os dias de desencanto.
Quando quiseres, serei primavera!
que enfeitará de rosas vermelhas
a quietude da tua alma ferida.
Quando quiseres, serei vida!
Basta que te rendas num aceno…
e nascerei de novo nos teus braços!
(Orlando Fernandes in Alentejo… e outros poemas)
