quinta-feira, janeiro 03, 2008

As Palavras

Foto de António Carreteiro - Olhares




São como um cristal, as palavras.
Algumas, um punhal, um incêndio.
Outras, orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam: barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes, leves.
Tecidas são de luz e são a noite.
E mesmo pálidas verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta?
Quem as recolhe, assim, cruéis, desfeitas, nas suas conchas puras?


Eugénio de Andrade

PORQUE VOLTO

  PORQUE VOLTO . Volto, porque há dias antigos que ainda nos agarram com o cheiro da terra lavrada, onde em cada ano, enterrávamos os pés e ...