sábado, fevereiro 28, 2009

UM PASSEIO DE CARRO




I - UM PASSEIO DE CARRO



SAÍMOS, ela e eu, dentro de um carro,

Um ao outro abraçados; e como era

Triste e sombria a natureza em torno

Ia conosco a eterna primavera.


No cocheiro fiávamos a sorte

Daquele dia. o carro nos levava

Sem ponto fixo, onde aprouvesse ao homem;

Nosso destino em suas mãos estava.


Quadrava-lhe Saint-Cloud. Eia! pois vamos!

É um sítio de luz, de aroma e riso,

Demais, se as nossas almas conversavam,

Onde estivessem era o paraíso.



Fomos descer junto ao portão do parque.

Era deserto e triste e mudo; o vento

Rolava nuvens cor de cinza; estavam

Seco o arbusto, o caminho lamacento.


Rimo-nos tanto vendo-te, ó formosa,

(E felizmente ninguém mais te via!)

Arregaçar a ponta do vestido

Que o lindo pé e a meia descobria!


Tinhas o gracioso acanhamento

Da fidalga gentil pisando a rua;

Desafeita ao andar, teu passo incerto

Deixava conhecer a raça tua.


Uma das tuas mãos alevantava

O vestido de seda; as saias finas

Iam mostrando as rendas e os bordados,

Lambendo o chão, molhando-te as botinas.


Mergulhavam teus pés a cada instante,

Como se o chão quisesse ali guardá-los.

E que afã! Mal podíamos nós ambos

Da cobiçosa terra libertá-los.


Doce passeio aquele! E como é belo

O amor no bosque, em tarde tão sombria!

Tinhas os olhos úmidos, - e a face

A rajada do inverno enrubescia.


Era mais belo que a estação das flores;

Nenhum olhar nos espreitava ali;

Nosso era o parque, unicamente nosso;

Ninguém! estava eu só ao pé de ti!


Perlustramos as longas avenidas

Que o horizonte cinzento limitava.

Sem mesmo ver as deusas conhecidas

Que o arvoredo sem folhas abrigava.


O tanque, onde nadava um níveo cisne

Placidamente, - o passo nos deteve;

Era a face do lago uma esmeralda

Que refleti-a o cisne alvo de neve.


Veio este a nós, e como que pedia

Alguma coisa, uma migalha apenas;

Nada tinhas que dar; a ave arrufada

Foi-se cortando as águas tão serenas.


E nadando parou junto ao repuxo

Que de água viva aquele tanque enchia;

O murmúrio das gotas que tombavam

Era o único som que ali se ouvia.


Lá ficamos tão juntos um do outro,

Olhando o cisne e escutando as águas;

Vinha a noite; a sombria cor do bosque

Emoldurava as nossas próprias mágoas.


Num pedestal, onde outras frases ternas,

A mão de outros amantes escreveu,

Fui traçar, meu amor, aquela data

E junto dela pôr o nome teu!


Quando o estio volver àquelas árvores,

E à sombra delas for a gente a flux,

E o tanque refletir as folhas novas,

E o parque encher-se de murmúrio e luz,


Irei um dia, na estação das flores,

Ver a coluna onde escrevi teu nome,

O doce nome que minha alma prende,

E que o tempo, quem sabe? Já consome!


Onde estarás então? Talvez bem longe,

Separada de mim, triste e sombrio;

Talvez tenhas seguido a alegre estrada,

Dando-me áspero inverno em pleno estio.


Porque o inverno não é o frio e o vento,

Nem a erma alameda que ontem vi;

O inverno é o coração sem luz nem flores,

É o que eu hei de ser longe de ti

II

Correu um ano desde aquele dia,

Em que fomos ao bosque; um ano, sim!

Eu já previa o fúnebre desfecho

Desse tempo feliz, - triste de mim!


O nosso amor nem viu nascer as flores;

Mal aquecia um raio de verão

Para sempre, talvez, das nossas almas

Começou a cruel separação.


Vi esta primavera em longes terras,

Tão ermo de esperanças e de amores,

Olhos fitos na estrada, onde esperava

Ver-te chegar, como a estação das flores.


Quanta vez meu olhar sondou a estrada

Que entre espesso arvoredo se perdia,

Menos triste, inda assim, menos escuro

Que a dúvida cruel que me seguia!


Que valia esse sol abrindo as plantas

E despertando o sono das campinas?

Inda mais altas que as searas louras,

Que valiam as flores peregrinas?


De que servia o aroma dos outeiros?

E o canto matinal dos passarinhos?

Que me importava a mim o arfar da terra,

E nas moutas em flor os verdes ninhos?


O sol que enche de luz a longa estrada,

Se me não traz o que minh'alma espera,

Pode apagar seus raios sedutores:

Não é o sol, não é a primavera!


Margaridas, caí, morrei nos campos.

Perdei o viço e as delicadas cores,

Se ela vos não aspira, o hálito brando,

Já o verão não sois, já não sois flores!


Prefiro o inverno desfolhado e mudo,

O velho inverno, cujo olhar sombrio

Mal se derrama nas cerradas trevas,

E vai morrer no espaço úmido e frio.


É esse o sol das almas desgraçadas;

Venha o inverno, somos tão amigos!

Nossas tristezas são irmãs em tudo:

Temos ambos o frio dos jazigos!


Contra o sol, contra Deus, assim falava

Dês que assomavam matinais albores;

Eu aguardava as tuas doces letras

Com que ao céu perdoasse as belas cores!


Iam assim, um após outro, os dias.

Nada. - E aquele horizonte tão fechado

Nem deixava chegar aos meus ouvidos

O eco longínquo do teu nome amado.


Só, durante seis meses, dia e noite

Chamei por ti na minha angústia extrema;

A sombra era mais densa a cada passo,

E eu murmurava sempre: - Oh! minha Ema!


Um quarto de papel - é pouca cousa;

Quatro linhas escritas - não é nada;

Quem não quer escrever colhe uma rosa,

No vale aberta, à luz da madrugada.


Mandam-se as folhas num papel fechado;

E o proscrito, ansiando de esperança,

Pode entreabrir nos lábios um sorriso

Vendo naquilo uma fiel lembrança.


Era fácil fazê-lo e não fizeste!

Meus dias eram mais desesperados.

Meu pobre coração ia secando

Como esses frutos no verão guardados.


Hoje, se o comprimissem, mal deitava

Uma gota de sangue; nada encerra.

Era urna taça cheia; uma criança,

De estouvada que foi, deitou-a em terra!


É este o mesmo tempo, o mesmo dia.

Vai o no tocando quase ao fim;

É esta a hora em que, formosa e terna,

Conversavas de amor, junto de mim.


O mesmo aspecto: as ruas estão ermas,

A neve coalha o lago preguiçoso;

O arvoredo gastou as roupas verdes,

E nada o cisne triste e silencioso-


Vejo ainda no mármore o teu nome,

Escrito quando ali comigo andaste.

Vamos! Sonhei, foi um delírio apenas,

Era um louco tu não me abandonaste!


O carro espera: vamos. Outro dia,

Se houver bom tempo, voltaremos, não?

Corre este véu sobre teus olhos lindos,

Olha, não caias, dá-me a tua mão!


Choveu; a chuva umedeceu a terra.

Anda! Ai de mim! Em vão minh'alma espera.

Estas folhas que eu piso em chão deserto

São as folhas da outra primavera!


Não, não estás aqui, chamo-te embalde!

Era ainda urna última ilusão.

Tão longe desse amor fui inda o mesmo,

E vivi dous invernos sem verão.


Porque o verão não é aquele tempo

De vida e de calor que eu não vivi;

É a alma entornando a luz e as flores,

É o que hei de ser ao pé de ti!



Machado de Assis


"Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 21 de junho de 1839 no Morro do Livramento(RJ) e teve todas as condições favoráveis para dar errado na vida: pobre; filho de um pintor de paredes com um lavadeira portuguesa; neto de escravos alforriados; e, ainda por cima, epilético.

No entanto, graças a seu talento e a uma enorme força de vontade, superou todas essas dificuldades e tornou-se em um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos.

A infância de Machado de Assis não foi nada fácil. Perdeu sua única irmã quando tinha apenas seis anos, quatro anos depois sua mãe morreu e, passado algum tempo, perdeu o pai. Para sobreviver, ajudou a madrasta a vender doces.

Face a tantas dificuldades não é de se estranhar que não tenha frequentado regularmente a escola. Sua instrução veio por conta própria, graças ao interesse que tinha em todos os tipos de leitura.

Aos 16 anos empregou-se na tipografia de Paula Brito, onde era publicado o jornal "Marmota Fluminense". Em 21 de janeiro de 1855, Machado publicou, nesse jornal, o poema "Ela". Nada de excepcional, era apenas a sua estréia no mundo literário. A partir daí sua carreira teve uma rápida ascendência e em pouco tempo passou a ser colaborador em vários jornais da época. O escritor Machado de Assis ganhava popularidade e cada vez mais se distanciava de Joaquim Maria, menino do subúrbio. Nas roupas, na postura, na expressão. Os meios literários da Corte tornavam-se, pouco a pouco, terreno conhecido para ele e ele tornava-se cada vez mais conhecido nesse terreno.

(…)

Em 29 de setembro de 1908 Machado de Assis faleceu em sua casa situada na rua Cosme Velho


Foto de Rita Teixeira - Olhares

terça-feira, fevereiro 24, 2009

RUI KNOPFLI





GRITARÁS O MEU NOME


Gritarás o meu nome em ruas
desertas e a tua voz será
como a do vento sobre a areia:
um som inútil de encontro ao silêncio.

Não responderei ao teu apelo,
embora ardentemente o deseje.
O lugar onde moro é um obscuro
lugar de pedra e mudez:

não há palavras que o alcancem.
gelam-lhe os gritos por fora.
Serei como as areias que escutam
o vento e apenas estremecem.

Gritarás o meu nome em ruas
desertas e a tua voz ouvirá
o próprio som sem entender,
como o vento, o beijo da areia.

Teu grito encontrará somente
a angústia do grito ampliado,
vento e areia. Gritarás o meu
nome em ruas desertas.


Rui Knopfli (1932 - 1998)





Rui Knopfli nasceu em Inhambane, em 1932 e viveu em Moçambique até 1975. Foi delegado de propaganda médica, poeta, crítico literário e de cinema. Opositor do regime colonialista, colaborou activamente na imprensa independente, casos de A Tribuna e A Voz de Moçambique. Lançou, com João Pedro Grabato Dias, os cadernos de poesia Caliban (1971-72), que reuniram colaboradores como Jorge de Sena, Herberto Helder, António Ramos Rosa, Fernando Assis Pacheco, José Craveirinha e Sebastião Alba. Dirigiu o caderno Letras & Artes (1972-75), da revista Tempo. Traduziu e publicou poetas como T. S. Eliot, Blake, Sylvia Plath, Kavafis, Dylan Thomas, Yeats, Robert Lowell, Pound, René Char, Apollinaire, Octavio Paz e Reverdy. Demite-se do jornal A Tribuna , por objecções de natureza ética, e deixa Moçambique em Março de 1975. Em Julho do mesmo ano radica-se em Londres onde exerceu o cargo de conselheiro de imprensa (1975-97) junto da Embaixada de Portugal na capital britânica. Em 1984 recebeu o prémio de poesia do PEN Clube. Em Portugal tem colaboração dispersa no JL e nas revistas Colóquio-Letras e Ler. Encontra-se representado em algumas antologias, designadamente em Contemporary Portuguese Poetry (Manchester, 1978) e no The Penguin Book of Southern African Verse (Londres, 1989).. Em Bruxelas foi publicado Le Pays des Autres (1995), volume que colige os três primeiros livros. A sua obra é fortemente influenciada pelas suas vivências europeias e africanas, revelando uma forte originalidade e um tom eminentemente coloquial. Morreu em Lisboa em 1998. Em 2003, a empresa nacional casa da moeda, publicou uma antologia dos seus poemas, intitulada “Obra Poética”.

Bibliografia: O País dos Outros (1959), Reino Submarino (1962), Máquina de Areia (1964), Mangas Verdes com Sal (1969), A Ilha de Próspero (1972), O Escriba Acocorado (1978), Memória Consentida (1982), O Corpo de Atena (1984) e O monhé da cobras (1997).



quinta-feira, fevereiro 19, 2009

CARLOS DE OLIVEIRA




Carta da Infância




Amigo Luar:
Estou fechado no quarto escuro
e tenho chorado muito.
Quando choro lá fora
ainda posso ver as lágrimas caírem na palma das
minhas mãos e brincar com elas ao orvalho
nas flores pela manhã.
Mas aqui é tudo por demais escuro
e eu nem sequer tenho duas estrelas nos meus olhos.
Lembro-me das noites em que me fazem deitar tão
cedo e te oiço bater, chamar e bater, na fresta
da minha janela.
Pelo muito que te tenho perdido enquanto durmo
vem agora,
no bico dos pés
para que eles te não sintam lá dentro,
brincar comigo aos presos no segredo
quando se abre a porta de ferro e a luz diz:
bons dias, amigo.


Carlos de Oliveira (1921 - 1981)
in Trabalho Poético


Carlos de Oliveira, nasceu a 10 de Agosto de 1921 em Belém do Pará, filho de emigrantes portugueses no Brasil. Passou a infância nos terrenos pantanosos e arenosos da região da Gândara. Este contacto precoce com o mundo rural e com a pobreza marcou profundamente a sua obra e influenciou a sua ligação ao neo-realismo. Formou-se em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde estabeleceu amizade e solidariedade ideológica e política com Joaquim Namorado, João Cochofel e Fernando Namora, entre outros. Estreou-se com Turismo (1942), uma colectânea de poemas, e com o romance Casa na Duna (1943). Atingiu reconhecimento público na área da poesia e da ficção. Escreveu o célebre romance Uma abelha na Chuva em 1953. Morreu em Lisboa no dia 1 de Julho de 1981.



Obra poética: Turismo, “Novo Cancioneiro”, Coimbra, 1942; Mãe Pobre, Coimbra, 1945; Colheita Perdida, Coimbra, 1948; Descida aos Infernos, Porto, 1949; Terra de Harmonia, Lisboa, 1950; Cantata, Lisboa, 1960; Sobre o Lado Esquerdo, Lisboa, 1968; Micropaisagem, Lisboa, 1968; Entre Duas Memórias, 1971 (pelo qual lhe é atribuído no ano seguinte o Prémio de Imprensa) ; Trabalho Poético, poesia reunida, Lisboa, 1976 e 2003(Assírio & Alvim)




Foto de Xã - Olhares

sábado, fevereiro 14, 2009

ANGELA SANTOS

Foto de Paulo César



ÁGUAS MANSAS

Clareou à luz do teu olhar
o dia que passa nas asas de um pássaro
azul
e logo se abrem as portas para o inaudito
onde o sopro de um anjo
revela a condição de seguir
rumo ao que houver do outro lado,
avesso da noite, luz que se oculta
e revela o azul purpura
da secreta beleza que chega nas dobras da noite
É então que me aconchego
e perscruto os sinais que sobem do centro
da vida que guardas na cadencia do teu peito
no sopro tranquilo.

E como um navio rasgando a calmaria
adormeço à tona dos teus olhos de água.


terça-feira, fevereiro 10, 2009

LUÍS QUINTAIS





NO CORTEJO DAS SOMBRAS


No cortejo das sombras,
incapaz de te encontrar,
tão irreal que és,
como uma manhã de inverno
ou uma rua deserta,

no cortejo das sombras
distingo
o pavor de te desconhecer





40


A selva escura, vejo-a agora nítida aos 40.

Numa antecipação do caminho que não meço

e que se abre de tão denso à minha frente,

numa escuridão que é apenas ignorância,

despropósito, aventura ―

certeira morte em incerto tempo.



LUÍS QUINTAIS




Luís Quintais nasceu em 1968 em Angola. É antropólogo social e lecciona presentemente no Departamento de Antropologia da Universidade de Coimbra.Nesta qualidade, tem vindo a desenvolver investigação de arquivo e de terreno sobre o exercício e as implicações públicas e forenses da psiquiatria. Publicou o seu primeiro livro de poesia em 1995, A Imprecisa Melancolia (Teorema e Lumen). Em 1999 regressa à poesia, publicando Umbria (Pedra Formosa) e Lamento (Livros Cotovia). Posteriormente publicou Verso Antigo (2000), Angst (2003), Duelo (2004), Canto Onde (2006) e Mais espesso que a água (2008), todos pelos Livros Cotovia. Com Duelo venceu da oitava edição do Prémio de Poesia Luís Miguel Nava referente a 2005. Luís Quintais tem um página pessoal na NET, participou no blog casmurro e no Webqualia. Actualmente, anima Os livros ardem mal .

Fonte: Um Buraco na Sombra



Foto de Tim Noble e Sue Webster

sábado, fevereiro 07, 2009

TODO O AMOR DO MUNDO NÃO FOI SUFICIENTE...




todo o amor do mundo
não foi suficiente
porque o amor não serve de nada.
ficaram só os papéis e a tristeza,
ficou só a amargura
e a cinza dos cigarros e da morte.
os domingos e as noites
que passámos a fazer planos
não foram suficientes
e foram demasiados
porque hoje são como sangue no teu rosto,
são como lágrimas.
sei que nos amámos muito e um dia,
quando já não te encontrar em cada instante,
cada hora, não irei negar isso.
não irei negar nunca que te amei.
nem mesmo quando estiver deitado,
nu, sobre os lençóis de outra
e ela me obrigar a dizer
que a amo antes de a foder.


JOSÉ LUIS PEIXOTO

IN A CRIANÇA EM RUÍNAS


Foto:Fluffytek

segunda-feira, fevereiro 02, 2009

NOITE DE POESIA EM VERMOIM




Vem saborear uma febra de porco e um copo de tinto, no 4º Festival Gastronómico de Vermoim, nesta última Noite de Poesia no Lugar da Igreja (na Junta antiga) – será a despedida, rumo à Junta de Freguesia nova, a inaugurar dentro de dias!…

No próximo sábado, 7 de Fevereiro de 2009, pelas 21,30 horas, ainda – e pela última vez! – no Salão Nobre da Junta de Freguesia de Vermoim, vem participar com a tua poesia.

Teremos, na primeira parte, a presença do poeta e escritor ANTÓNIO REBORDÃO NAVARRO que nos falará dos seus livros, agora editados pela Edium – Editores.
Na segunda parte desta Noite de Poesia em Vermoim serão ditos poemas do tema MANHÃ.

À atenção dos habituais colaboradores da POESIA NA NET:

Os trabalhos deverão ser enviados até à próxima Sexta-feira, dia 6 de Fevereiro, para: saturnogomes@netcabo.pt/.

PORQUE VOLTO

  PORQUE VOLTO . Volto, porque há dias antigos que ainda nos agarram com o cheiro da terra lavrada, onde em cada ano, enterrávamos os pés e ...