quinta-feira, março 16, 2017

MARIETA




Marieta
de Castro Alves



Como o gênio da noite, que desata
o véu de rendas sobre a espada nua,
ela solta os cabelos… bate a lua
nas alvas dobras de um lençol de prata.


O seio virginal que a mão recata,
embalde o prende a mão… cresce, flutua…
Sonha a moça ao relento… Além na rua
preludia um violão na serenata.


Furtivos passos morrem no lajedo…
Resvala a escada do balcão discreta…
Matam lábios os beijos em segredo…


Afoga-me os suspiros, Marieta!
Oh surpresa! Oh! Palor! Oh! Pranto! Oh! Medo!
Ai! Noites de Romeu e Julieta!…


Castro Alves


foto de Corwin von Kuhwede

INÚTIL PAISAGEM de ANTONIO CARLOS JOBIM

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