sexta-feira, junho 09, 2006

Canção do Alentejo

Foto de Fialho Gois




Meu Alentejo trigueiro
Amassado em barro e pão,
Não trocava o mundo inteiro
Por esta terra celeiro
Que mora em meu coração.



Há sempre cantares de amigo




Na melodia dolente
Talhada no desencanto
Que ecoa na noite quente,
No sentir da tua gente
Em trovas feitas de pranto.



Há uma esperança vivida




Quando o sol espreita o montado
Por entre a chuva a correr,
O cheiro do chão molhado
É perfume abençoado,
É seiva que faz crescer.



Sinto-me a sofrer contigo



Quando o ano é de estiagem
E o “suão” traz desenganos;
Na aridez da paisagem
Há sempre um fio de coragem
Nos olhos alentejanos,



Nesta terra tão esquecida….



Meu Alentejo trigueiro
Amassado em barro e pão,
Não trocava o mundo inteiro
Por esta terra celeiro
Que mora em meu coração.




(Orlando Fernandes in Fronteiras do Sonho)

INÚTIL PAISAGEM de ANTONIO CARLOS JOBIM

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