quinta-feira, novembro 29, 2007

Pressentimento

Foto Martin Kovalik



O amor de agora é o mesmo amor de outrora
Em que concentro o espírito abstraído,
Um sentimento que não tem sentido,
Uma parte de mim que se evapora.
Amor que me alimenta e me devora,
E este pressentimento indefinido
Que me causa a impressão de andar perdido
Em busca de outrem pela vida afora.
Assim percorro uma existência incerta
Como quem sonha, noutro mundo acorda,
E em sua treva um ser de luz desperta.
E sinto, como o céu visto do inferno,
Na vida que contenho mas transborda,
Qualquer coisa de agora mas de eterno.


Dante Milano

quarta-feira, novembro 28, 2007

Perguntas-me quem sou?

Foto Marta Ferreira-Olhares


Perguntas-me quem sou? Sou astro errante
Que um sol dominador a si chamou,
E, cego do seu brilho rutilante,
Se queima nessa luz que o encantou!

Meus passos de inseguro caminhante,
Submissos ao olhar que os escravizou,
Caminham para ti em cada instante
E tu ainda perguntas quem eu sou!

Eu sou aquilo que de mim fizeste,
Sou as horas sombrias que me deste
A troco da ternura que te dei

Perguntas-me quem sou? Nome de Cristo,
Eu nada sou, Amor, eu nem existo,
Mas querendo tu, Amor, tudo serei!


[Reinaldo Ferreira]

Lançamentos de Novos Livros







A EDIUM EDITORES com cerca de 80 títulos publicados, prestes a fazer dois anos de actividade, vai editar o meu novo livro: «Salvador, o Homem e Textos InConSequentes»

Sinopse:
«Salvador, o Homem e Textos InConSequentes»

O livro pode ser dividido em duas partes, das quais, «Salvador, o Homem» abrange cerca de um terço.
Mais próximo da novela do que do conto relata a experiência de Salvador ao descobrir o fantástico que a vida encerra e que o mundo é muito mais do que o que vemos no dia-a-dia, assim como nele, enquanto ser humano, existem dimensões inexploradas, até ignoradas, as quais, quando as descobre e as integra alteram a sua vida e a de todos ao seu redor.

Os textos restantes enquadram-se mais no conceito americano de short-stories e diversificam o leque de leitura de uma forma que cremos será de vosso agrado e em que o próprio título vos permite intuir a existência de nexos, aparentemente inexistentes.


Como na VIDA»



A apresentação do livro ocorrerá no dia 7 de Dez. 21H30, Salão Nobre da Junta de Fregª de S. Mamede de Infesta - entrando pelo Ameal: 1,5 Km. e estão desde já convidados.



- Preço de capa: 10,00€/unidade
- Nº de pág.: cerca de 80



Quem quiser pode (e deve, digo eu), fazer desde já a PRÉ-RESERVA do nº de exempares pretendidos - LEMBREM-SE QUE O NATAL ESTÁ À PORTA . VÃO NECESSITAR DE LEMBRANÇAS E PRENDINHAS (MUITAS), MIMINHOS PARA FAMÍLIA E AMIGOS - para EDIUM EDITORES, email:

ediumeditores@gmail.c0m


Podem optar por duas modalidades de pagamento:

1 - na recepção do livro enviado à cobrança.

2 - desde já, via cheque ou transferência bancária para a Editora e, neste caso os portes dos CTT ficam a cargo da editora. E vocês sabem bem como os portes encarecem o livro em cerca de 50%...



Hei, não deixes para amanhã. Faz já as tuas reservas.



Esta política prende-se com o facto de a Editora estar em fase de transição direccionando-se mais para públicos-alvo via internet o que não onera o preço de capa com encargos de distribuidoras e, assim, melhor servir a cultura através da disseminação do livro a preço mais reduzido.



Ainda não encomendaste? Bora lá gente boa.



Conto contigo, contigo e mais contigo...............



Com todos vós agora e depois, em Dezembro, ao vivo e a cores :))


Conceição Paulino (TMara)











A autora Ana Maria Costa e a Editora "Edium Editores" convidam Vs. Exas, família e amigos para o evento do lançamento do livro de pensamentos "Nascido tarde" a realizar no dia 15 de Dezembro pelas 16 horas nas instalações da Sonae Holding, espaço "Sonae Learning Centre", lugar do Espido, EN 13 - Cidade da Maia.
O livro contém opiniões escritas dos poetas e amigos: Alexandra Oliveira, Francisco Coimbra, José Félix, Maria João Oliveira, Mónica Correia e Xavier Zarco. A apresentação estará a cargo do Professor Doutor José Gil e do Dr. Jorge Vicente. Animado com intervalos de música, performance e declamação dos meus pensamentos pelos actores: Otília Costa, Joana Resende e Ruben Correia.

Finaliza com uma sessão de autógrafos e o cocktail, oferta do espaço "Sonae Learning Centre".

Dado este espaço obedecer a um determinado rigor nas questões de segurança, agradeço as confirmações das vossas presenças até ao dia 10 de Dezembro para o e-mail:

amsoarescosta@gmail.com.

OBS: para aqueles que não podem estar presentes mas desejam adquirir o livro podem reservá-lo através dos e-mails:

amsoarescosta@gmail.com e ediumeditores@gmail.com, fornecendo os vossos dados e a forma de pagamento.

Obrigada e não percam o lançamento do meu primeiro livro "Nascido tarde".

Ao vosso dispôr.

Ana Maria Costa

segunda-feira, novembro 26, 2007

A VERDADE ERA BELA






A verdade era bela,
como vinha nos livros.
À beirinha das águas
a verdade era bela.

Os que deram por ela
abriram-se e contaram
que a verdade era bela,

Quase todos se riram.
Os que punham nos livros
que a verdade era bela,
muito mais do que os outros.

A verdade era bela
mas doía nos olhos
mas doía nos lábios
mas doía no peito
dos que davam por ela.


Sebastião da Gama



Sebastião da Gama nasceu no dia 10 de Abril de 1924 em Vila Nogueira de Azeitão. Licenciado em Filologia Românica, pela Faculdade de Letras de Lisboa, foi professor do Ensino Técnico Profissional. Estreou-se nas letras no ano de 1945, com o livro Serra-Mãe. Colaborador de revistas como Mundo Literário, Árvore e Távola Redonda, realizou também algumas palestras e conferências. A sua carreira foi abruptamente interrompida pela morte, causada pela tuberculose, decorria o ano de 1952.

domingo, novembro 25, 2007

25 de NOVEMBRO: DIA MUNDIAL CONTRA A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA





Em Portugal foram registados em 2006, segundo a UMAR, 20.595 situações de violência doméstica. Entre as agressões, incluem-se 39 casos de homicídio e outras 43 tentativas.No entanto, estes números não revelam toda a realidade: muitos casos não são participados.




Para MEDITAR

e AGIR




Alertas
(se fores vítima...se fores testemunha)
Não ter medo de denunciar!!

Ligar em caso de urgência 800202148.

Apresentar queixa às autoridades competentes.

Pedir apoio à APAV- Associação de Apoio à Vítima
Telef. 707200077 -
Podes também enviar um email: apav.sede@apav.pt





As imagens apresentadas são trabalhos da nossa companheira e amiga da blogosfera ISABEL FILIPE,propositadamente feitos para esta data em anos anteriores.
Visitem o blog ART & DESIGN DE ISABEL FILIPE e admirem também o post de hoje.



sábado, novembro 24, 2007

Livro de Horas

Salvador Dali



Aqui, diante de mim,
eu, pecador, me confesso
de ser assim como sou.
Me confesso o bom e o mau
que vão ao leme da nau
nesta deriva em que vou.

Me confesso
possesso
de virtudes teologais,
que são três,

e dos pecados mortais,
que são sete,
quando a terra não repete
que são mais.

Me confesso
o dono das minhas horas.
O das facadas cegas e raivosas,
e o das ternuras lúcidas e mansas.
E de ser de qualquer modo
andanças
do mesmo todo.

Me confesso de ser charco
e luar de charco, à mistura.
De ser a corda do arco
que atira setas acima
e abaixo da minha altura.

Me confesso de ser tudo
que possa nascer em mim.
De ter raízes no chão
desta minha condição.
Me confesso de Abel e de Caim.

Me confesso de ser Homem.
De ser um anjo caído
do tal Céu que Deus governa;
de ser um monstro saído
do buraco mais fundo da caverna.

Me confesso de ser eu.
Eu, tal e qual como vim
para dizer que sou eu
aqui, diante de mim!

Miguel Torga

sexta-feira, novembro 23, 2007

Justiça para Flávia



Flávia está em coma há quase 10 anos.


Visite SÓ VERDADES e saiba tudo sobre este caso. Há pouco estive neste blog e os comentários a este assunto ascendiam a cerca de 500.

quinta-feira, novembro 22, 2007

Eu sei, nao te conheço mas existes

Foto de Paulo César




Eu sei, não te conheço mas existes,
por isso os deuses não existem,
a solidão não existe
e apenas me dói a tua ausência
como uma fogueira
ou um grito.

Não me perguntes como mas ainda me lembro
quando no outono cresceram no teu peito
duas alegres laranjas que eu apertei nas minhas mãos
e perfumaram depois a minha boca.

Eu sei, não digas, deixa-me inventar-te,
não é um sonho, juro, são apenas as minhas mãos
sobre a tua nudez
como uma sombra no deserto.
É apenas este rio que me percorre há muito e desagua em ti.
Porque tu és o mar que acolhe os meus destroços.
É apenas uma tristeza inadiável, uma outra maneira de habitares
em todas as palavras do meu canto.

Tenho construído o teu nome com todas as coisas,
tenho feito amor de muitas maneiras,
docemente,
lentamente,
desesperadamente
à tua procura, sempre á tua procura
até me dar conta que estás em mim,
que em mim devo procurar-te,
e tu apenas existes porque eu existo
e eu não estou só contigo
mas é contigo que eu quero ficar só
porque é a ti,

a ti que eu amo.



Joaquim Pessoa

terça-feira, novembro 20, 2007

É assim que te quero, amor...

Foto de Reno




É assim que te quero, amor,
assim, amor, é que eu gosto de ti,
tal como te vestes
e como arranjas
os cabelos e como
a tua boca sorri,
ágil como a água
da fonte sobre as pedras puras,
é assim que te quero, amada,
Ao pão não peço que me ensine,
mas antes que não me falte
em cada dia que passa.
Da luz nada sei, nem donde
vem nem para onde vai,
apenas quero que a luz alumie,
e também não peço à noite explicações,
espero-a e envolve-me,
e assim tu pão e luz
e sombra és.
Chegastes à minha vida
com o que trazias,
feita
de luz e pão e sombra, eu te esperava,
e é assim que preciso de ti,
assim que te amo,
e os que amanhã quiserem ouvir
o que não lhes direi, que o leiam aqui
e retrocedam hoje porque é cedo
para tais argumentos.
Amanhã dar-lhes-emos apenas
uma folha da árvore do nosso amor, uma folha
que há-de cair sobre a terra
como se a tivessem produzido os nosso lábios,
como um beijo caído
das nossas alturas invencíveis
para mostrar o fogo e a ternura
de um amor verdadeiro.



Pablo Neruda

domingo, novembro 18, 2007

Arte

Artur Bual


Porquê tentar explicar a poesia?
Quem afinal, explica o amanhecer?
ou a luz numa pintura abstracta,
olhada por prazer!


Não peças ao poeta ou ao pintor,
o porquê dos traços geniais;
o som, a cor, a dança, a escrita…
são gestos naturais!


Tortura-se o pintor perante a tela,
compõe-se com tristezas a poesia,
doi a música ao criar uma ária,
sonhando a melodia.


No dia em que o artista for capaz
de explicar aquilo que criou…
evaporou-se a arte, a fantasia
do sonho que sobrou!


O poeta, cheira a flor… cria um poema.
O pintor, olha para o céu… e pinta a lua.
Se crias sinfonia ao ouvir aves…
então a arte é tua!



Orlando Fernandes
(Fronteiras do Sonho)

quarta-feira, novembro 14, 2007

Bruno Alexandre






Comunico aos amigos do meu avô Lumife que hoje, 14 de Novembro, pelas 21 Horas, nasci com 3,085 kg e 49 cms.
Chamo-me Bruno Alexandre.
Tudo está a correr bem, felizmente.
E já vim espreitar o blog do meu avô...

Agora vou fazer óó.

Até amanhã

Beijinhos para todos

terça-feira, novembro 13, 2007

Os Cantos do Zeca

CLICA PARA VER EM TAMANHO MAIOR




"OS CANTOS DO ZECA"


18 de Novembro, Domingo, 16 horas, Fórum da Maia

Espectáculo, Exposição, Bancas, etc.

(participa e divulga o melhor possível)

Informações: ajanorte@gmail.com

segunda-feira, novembro 12, 2007

Quero fazer uma confissão...

Imagem de Xtian Coulombe




Quero fazer uma confissão esta noite
porque a noite e a rua foram jantar juntas.
Quero dizer que amo uma mulher
cujo corpo não me dá
o seu calor esta noite,
cuja ausência é um ronsel laranja.
Quero dançar com minha sombra
para que o seu rumor chegue até ela
e ela saiba que eu lhe dou a noite,
toda senhora.
Quero escrever coisas que não se esvaeçam
com o sol,
que a chuva as faça flores
que cheirem a ela.
Quero que as minhas mãos voem,
voem em silêncio
onde ela guarda os seus sonhos...
sonhos que me pertencem
porque eu lhe pertenço.
Quero que ela fique, fique sempre,
quero ser a sua voz
quero ser o seu sorriso verde,
quero ser a sua chuva no cabelo,
quero amá-la mais do que ninguém
ama ninguém.
Quero dizer-lhe, aqui e agora, que a amo
com a minha voz baixa,
com o meu ar de outono lento,
com o meu sabor de beijos possíveis.
Quero que os pássaros sejam
os meus mensageiros de saudade.
Quero que o mundo comece quando ela vir.
Quero sonhar acordado com o seu tacto entre as
minhas mãos
a percorrer ela em silêncio o meu peito
e acordar com ela junto de mim,
calada e doce.
Quero só eu dizer-lhe sentimentos
que aceleram o coração,
o seu coração apaixonado,
eu gosto da sua timidez.
Quero nadar na sua boca sem horizontes.
Quero os versos todos do planeta
a falarem dela,
versos curtos de violetas,
versos firmes de cravos,
versos perfumados de rosas.
Quero suster os seus pés no ar
e trazer ao seu peito gaivotas fiéis
que sempre deixam pegadas na praia.
Quero ser eu no seu corpo
da alva ao sol-pôr,
de lua a lua
de eternidade a eternidade.

Quero amá-la até o meu último alento.



Xavier F. Conde


sexta-feira, novembro 09, 2007

Quanto de ti, Amor...

Foto de Piostr Kowalik



Quanto de ti, amor, me possuiu no abraço
em que de penetrar-te me senti perdido
no ter-te para sempre -
Quanto de ter-te me possui em tudo
o que eu deseje ou veja não pensando em ti
no abraço a que me entrego -
Quanto de entrega é como um rosto aberto,
sem olhos e sem boca, só expressão dorida
de quem é como a morte -
Quanto de morte recebi de ti,
na pura perda de possuir-te em vão
de amor que nos traiu -
Quanta traição existe em possuir-se a gente
sem conhecer que o corpo não conhece
mais que o sentir-se noutro -
Quanto sentir-te e me sentires não foi
senão o encontro eterno que nenhuma imagem
jamais separará -
Quanto de separados viveremos noutros
esse momento que nos mata para
quem não nos seja e só -
Quanto de solidão é este estar-se em tudo
como na auséncia indestrutível que
nos faz ser um no outro -
Quanto de ser-se ou se não ser o outro
é para sempre a única certeza
que nos confina em vida -
Quanto de vida consumimos pura
no horror e na miséria de, possuindo, sermos
a terra que outros pisam -
Oh meu amor, de ti, por ti, e para ti,
recebo gratamente como se recebe
não a morte ou a vida, mas a descoberta
de nada haver onde um de nós não esteja.



Jorge de Sena
in Visão Perpétua
Agosto 1967



Jorge Cândido de Sena nasceu em 1919, em Lisboa. Depois de concluir os estudos liceais, ingressou na Escola Naval (curso que não concluiu por impedimentos vários), vindo a formar se em Engenharia Civil na Universidade do Porto. Ainda durante os estudos universitários, publicou sob o pseudónimo Teles de Abreu, as suas primeiras composições poéticas em periódicos como a "Presença" e foi nessa altura que travou conhecimento com um grupo de poetas que viriam a reunir se em torno de "Cadernos de Poesia", convivendo então, com José Blanc de Portugal, Ruy Cinatti, Alberto Serpa e Casais Monteiro, entre outros.
Foi no âmbito das edições de "Cadernos de Poesia" que em 1942, foi publicada a sua primeira obra poética: "Peregrinação". Ainda durante os anos 40, colaborou com "Aventura", "Litoral", "Portucale", "Seara Nova", e "Diário Popular", encetando ainda uma actividade importante na sua actividade literária como tradutor de poesia ("90 e Mais Quatro Poemas de Constantino Cavafy", "Poesia de Vinte e Seis Séculos: I de Arquiloco a Calderón, II – de Bashó a Nietzsche", ?Poesia do Século XX?, entre outros). A partir de meados dos anos 40, intensificou, paralelamente à actividade profissional como engenheiro, a sua actividade de conferencista, proferindo comunicações que incidiam frequentemente sobre dois dos seus temas preferidos: Camões e Fernando Pessoa (de quem editaria, em 1947, as "Páginas de Doutrina Estética"). Durante os anos 50, afirmou se como uma das presenças mais influentes e complexas da cultura e literatura portuguesas; e foi durante essa década que publicou algumas das suas mais conhecidas obras poéticas ("Metamorfoses", "Evidências", "Fidelidades"); que publicou a sua primeira tentativa dramática, a tragédia "O Indesejado"; que colaborou com publicações como a "Gazeta Musical e de Todas as Artes", "Árvore", "Notícias do Bloqueio", "Cadernos do Meio Dia"; e que organizou a terceira série da antologia "Líricas Portuguesas". A sua postura contra a ditadura fascista levou o em 1959, após o envolvimento numa tentativa falhada de golpe de Estado militar contra o regime salazarista, a optar por um exílio voluntário no Brasil, onde exerceu funções de docência nos domínios da Literatura Portuguesa e da Teoria da Literatura, nas Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras de Assis e de Araraquara, em S. Paulo. Publicou então, uma série de obras ensaísticas como "Da Poesia Portuguesa" e desenvolveu uma intensa actividade como congressista, não deixando ainda de, como redactor no jornal "Portugal Democrático", participar em acções de denúncia da ditadura a partir do exterior. Em 1960 publicou o seu primeiro livro de ficção, a colectânea de contos "Andanças do Demónio". No ano seguinte publicou o primeiro volume da sua obra poética completa. Face aos obstáculos que sistematicamente eram levantados à sua progressão na carreira académica (a sua naturalidade e a inadequação curricular entre a sua formação e a leccionação), em 1965 transferiu se para a Universidade do Wisconsin, Madison, nos Estados Unidos da América, em cujo departamento de Espanhol e Português seria nomeado professor catedrático de Literatura Portuguesa e Brasileira. Em 1970 transferiu se para a Universidade de Califórnia, em Santa Bárbara, onde viria a ser nomeado dois anos depois, chefe do Departamento de Literatura Comparada e, em 1975, chefe do Departamento de Espanhol e Português. Entretanto, participou em inúmeros congressos internacionais; tornou se membro da Modern Languages Association e da Renaissance Society of America, nunca interrompendo a edição, quer de títulos de teoria e história literária e estudos literários clássicos, modernos e contemporâneos, quer a obra poética pessoal, publicando, antes e depois da primeira visita autorizada a Portugal em nove anos de exílio, entre 1968 e 1969, os livros de poesia "Arte de Música" e "Peregrinatio ad Loca Infecta". Após o 25 de Abril, recebeu várias homenagens públicas em Portugal, tendo sido condecorado com a Ordem do Infante D. Henrique e, a título póstumo, com a Grã Cruz da Ordem de Santiago e Espada. No ano da sua morte, em 1978, vieram a público, revistos pelo autor, os volumes "Poesia II" e "Poesia III", a que se seguiriam, postumamente, os volumes "40 Anos de Servidão" e "Post Scriptum II".
(Notas retiradas de www.truca.pt/ouro/biografias1/jorge_de-sena.htm)




quarta-feira, novembro 07, 2007

Cecília Meireles - Homenagem




Canção Mínima

No mistério do sem-fim
equilibra-se um planeta.

E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro;
no canteiro uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,

entre o planeta e o sem-fim,
a asa de uma borboleta



Cântico VI

Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acaba todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.

E então serás eterno.



Cecília Meireles nasceu, no Rio de Janeiro, a 07 de Novembro de 1901 e faleceu a 09 de Novembro de 1964

terça-feira, novembro 06, 2007

Amor e Medo

Foto de Edward Aninaru



Estou te amando e não percebo,
porque, certo, tenho medo.
Estou te amando, sim, concedo,
mas te amando tanto
que nem a mim mesmo
revelo este segredo.


Affonso Romano de Sant'Anna

quinta-feira, novembro 01, 2007

A L V I T O - Feira dos Santos




Um certame de grande tradição instituído, de acordo com documentos existentes, em 1579, mas ainda assim, há outros dados que dão conta que Alvito já tinha uma feira em 1295 no reinado de D.Dinis.
Os séculos foram passando e ao contrário daquilo que aconteceu noutros pontos do Alentejo e até do País, a Feira dos Santos, em Alvito, conseguiu sobreviver e alcançar uma grande notoriedade.
A Feira dos Santos é a última que se realiza em cada ano na região alentejana. Tal facto, aliado à sua intensa actividade comercial, contribui para o enorme prestígio de que desfruta na região.

Esperamos por si!







PROGRAMA


31 Outubro (4ª Feira)
19h00 – Abertura oficial da XII Mostra de Produtos e Serviços Locais e Regionais
21h30 – Espectáculo musical com ORTIGÕES no Palco da Feira
23h00 - Festa Bacardi/Caipirinha no “Club Casa de Alvito” (Org.: Chico d’Alvito)
24h00 – Fecho da XII Mostra de Produtos e Serviços Locais e Regionais
02h00 – Fecho dos Bares da Feira

01 Novembro (5ª Feira - Feriado)

9h00 - Reabertura da XII Mostra de Produtos e Serviços Locais e Regionais
10h00 – Abertura de exposição de Antiguidades e Velharias para leiloar na Galeria de Arte (Largo das Alcaçarias, 3A)
15h30 - Leilão de Antiguidades e Velharias na Galeria de Arte (Largo das Alcaçarias, 3A)
15h30 – Actuações dos grupos de Cante Coral Alentejano do Concelho de Alvito
17h00 – Concerto pela Banda Filarmónica dos Bombeiros Voluntários de Alvito
21h00 – Espectáculo musical com CAMPOS DO ALENTEJO no Palco da Feira
24h00 – Fecho da XII Mostra de Produtos e Serviços Locais e Regionais
02h00 – Fecho dos Bares da Feira

02 Novembro (6ª Feira)

10h00 – III Corta-Mato Escolar – CECA 2007. S. Romão (Org.: CECA e CNA)
18h00 - Reabertura da XII Mostra de Produtos e Serviços Locais e Regionais




20h30 – Reflexão/Debate sobre “Contribuição dos Partidos Políticos para as Práticas de Cidadania” no Centro Cultural de Alvito
22h30 - Espectáculo de FADO VADIO, com a actuação de MARIA DOS SANTOS e ANTÓNIO PINTO BASTO no Stand do Município de Alvito (interior da tenda)
23h00 - Festa Karaoke no “Club Casa de Alvito” (Org.: Chico d’Alvito)
23h00 – Fecho da XII Mostra de Produtos e Serviços Locais e Regionais
24h00 – Fecho dos Bares da Feira

03 Novembro (Sábado)

14h00 – Reabertura da XII Mostra de Produtos e Serviços Locais e Regionais
14h30 – Inauguração da Rota de Sant’Águeda e Marcha dos Santos (Org.: CNA)
17h00 –3º Festival Etnográfico dos Santos (Org.: INATEL Beja)
21h30 - Actuação dos COUPLE COFEE, no Palco da Feira
23h00 - Festa de encerramento Feira dos Santos 2007 no “Club Casa de Alvito” (Org.: Chico d’Alvito)
23h00 – Encerramento da XII Mostra de Produtos e Serviços Locais e Regionais
24h00 – Fecho dos Bares da Feira

04 Novembro (Domingo)

09h00 – Abertura do Secretariado do 3º CROSSALVITO (Org.: Clube Natureza de Alvito)
10h00 – Inicio do 3º CROSSALVITO (Org.: Clube Natureza de Alvito)
14h00 – Reabertura da XII Mostra de Produtos e Serviços Locais e Regionais
18h00 – Encerramento da XII Mostra de Produtos e Serviços Locais e Regionais

Visite a exposição de pintura e escultura de Óscar Alves e Domingos Oliveira
no Centro Cultural de Alvito.

PORQUE VOLTO

  PORQUE VOLTO . Volto, porque há dias antigos que ainda nos agarram com o cheiro da terra lavrada, onde em cada ano, enterrávamos os pés e ...