terça-feira, agosto 03, 2010

LÁGRIMA NEGRA



Aperte fortemente a pena ingrata
entre os dedos nervosos e trementes,
e os versos jorram, claros e estridentes,
n'uma cascata, n'uma catarata!

Escrevo, e canto cânticos ardentes,
enquanto dos meus olhos se desata
uma fiada de lágrimas de prata
como um colar de pérolas pendentes...




Eu canto o sofrimento, a ânsia incontida
de amor, que é a maior ânsia desta vida,
- vida a que a Humanidade se condena!





E todo o meu sofrer, todo, se pinta
n'este pingo de dor -- pingo de tinta,
lágrima negra que me cai da pena.


Dante Milano

Poeta Brasileiro

1899/1991

INÚTIL PAISAGEM de ANTONIO CARLOS JOBIM

  Mas pra quê? Pra que tanto céu? Pra que tanto mar? Pra quê? De que serve esta onda que quebra? E o vento da tarde? De que serve a tarde? I...