terça-feira, março 01, 2011

HORIZONTE







Um dia ficamos sem voz
e há um vento que leva a poeira
das nossas vidas cada vez mais
longe

Um dia fica apenas esse rosto
o mais amado rosto ainda à procura
do verão que nunca vimos
da espuma das promessas ou das últimas
lágrimas

Um dia despedimo-nos de um sonho
e o mundo é um murmúrio quase mudo
um resto de ocidente luminoso
no horizonte azul vermelho roxo negro


Fernando Pinto do Amaral


Foto de culpeck tom

INÚTIL PAISAGEM de ANTONIO CARLOS JOBIM

  Mas pra quê? Pra que tanto céu? Pra que tanto mar? Pra quê? De que serve esta onda que quebra? E o vento da tarde? De que serve a tarde? I...