quinta-feira, fevereiro 09, 2012

LEMBRANÇA





Flor tão pura da madrugada,
Tive-a nas mãos!
Deixei-a ir
No vendaval…

Eu ia cego
Na ínvia estrada,
Envolto em sombras
E pesadelos…
Eu ia pálido
E já vencido.
Ela passou
E pôs as mãos
Na minha alma,
E descerrou
Ao meu olhar
- Ó luz tão bela -
O sol da vida.

Grácil flor
Nasceu um dia
Na minha estrada.
Cingi-a ao peito:
E as minhas chagas
Ela beijou!

Foi um instante.

Deixei-a ir…

E fiquei só.


LUIS AMARO

Foto de Ricardo Labastier

INÚTIL PAISAGEM de ANTONIO CARLOS JOBIM

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