segunda-feira, maio 22, 2006
Debruçado na janela...
Foto de Vasil Vasilev-photo net
Debruçado na janela
Olho o céu, o sol e a lua, o passado e o presente.
Seguem-me aqueles olhos, aquela boca, aquele sorriso.
Adormeço com esse rosto, companheira dos meus sonhos.
(Lumife-22-05-06)
Longe de ti são ermos os caminhos,
Longe de ti não há luar nem rosas,
Longe de ti há noites silenciosas,
Há dias sem calor, beirais sem ninhos!
Meus olhos são dois velhos pobrezinhos
Perdidos pelas noites invernosas...
Abertos, sonham mãos cariciosas,
Tuas mãos doces, plenas de carinhos!
Os dias são Outonos: choram... choram...
Há crisântemos roxos que descoram...
Há murmúrios dolentes de segredos...
Invoco o nosso sonho! Estendo os braços!
E ele é, ó meu Amor, pelos espaços,
Fumo leve que foge entre os meus dedos!...
(Florbela Espanca)
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