terça-feira, maio 30, 2006

Este grão que não germinou...

Foto de LG-Salih Guler-foto net




Este grão que não germinou,
sem motivo e sem razão,
na terra já amanhada;

Correu mundo arrastado
na bolanda do vendaval,
perseguiu mil aventuras,
num desespero de caminhada.

Quis regressar.
Era tarde.
A terra não era dele
a leira fora ocupada.

Aninhou-se em terra estranha,
onde encontrou acolhimento...


Sem o Sol que tanto amava
refugiou-se no Luar
esperando o passar do tempo.

Mas um dia, neste dia,
o Sol voltou a raiar.

Abrindo seu coração,
nele aconchegou o grão
que, feliz, voltou a sonhar…



Lumife 30-05-2006



foto de Marília-fotografia na net

segunda-feira, maio 29, 2006


foto de G Steve-photo net





CANÇÃO


Nunca eu tivera querido
dizer palavra tão louca:
bateu-me o vento na boca,
e depois no teu ouvido.
Levou somente a palavra,
deixou ficar o sentido.
O sentido está guardado
no rosto com que te miro,
neste perdido suspiro
que te segue alucinado,
no meu sorriso suspenso
como um beijo malogrado.
Nunca ninguém viu ninguém
que o amor pusesse tão triste.
Essa tristeza não viste,
e eu sei que ela se vê bem...
Só se aquele mesmo vento
fechou teus olhos, também...


(Cecília Meireles)

sábado, maio 27, 2006

Foto de Sergey Ryzkov



Soneto à maneira de Camões - Sophia de Mello Breyner

Esperança e desespero de alimento
Me servem neste dia em que te espero
E já não sei se quero ou se não quero
Tão longe de razões é meu tormento.

Mas como usar amor de entendimento?
Daquilo que te peço desespero
Ainda que m’o dês – pois o que eu quero
Ninguém o dá se não por um momento.

Mas como és belo, amor, de não durares,
De ser tão breve e fundo o teu engano
E de eu te possuir sem tu me dares.

Amor perfeito dado a um ser humano:
Também morre o florir de mil pomares
E se quebram as ondas no oceano.

sexta-feira, maio 26, 2006





“A vila era longe… Era longe Alvito…”

Talvez o poeta, quem sabe, tivesse usado este início do seu poema para lembrar que o moderno meio de transporte tinha a sua paragem distante desta vila.
Quase meia légua, separava a estação do caminho de ferro da povoação.
A maioria dos passageiros vinha visitar a família. Com eles traziam e levavam malas e caixotes, às vezes bem carregados, que não era fácil transportar num percurso que embora não muito longo, subia… subia… até à vila.

Na estação, esperando os conhecidos passageiros ou algum “caixeiro-viajante”, lá estavam o Quinito (foto acima) e o Afogadinho (como era conhecido). Transportavam com alegria e zelo todos os que chegavam.
Havia sempre lugar para mais um embora se desse mais um apertão.
A viagem era calma, alegre e por vezes perfumada dum “perfume muar” que hoje já poucos lembram.
Os anos passaram. Os tempos mudaram. Embora o comboio ainda passe já não pára.
Os “CHURRIÕES” do “Quinito” e do “Afogadinho” foram arrumados.
Também foram arquivadas nas nossas memórias as recordações das novidades que nos contavam nessas “célebres viagens”.
Restam-nos saudosas lembranças de quem deu muito da suas vidas para facilitar as nossas viagens.

Bem hajam!


Urge fazer a história dos costumes de Alvito…


Olinda

quinta-feira, maio 25, 2006

Foto Stefan Beutler - photo net




Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes
Para poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes!



(Sophia de Mello Breyner Andreson)



quarta-feira, maio 24, 2006




Aos trinta dias do mês de Junho manda o Barão de Alvito e sua mui nobre esposa que se convide toda a boa gente destas Terras da Baronia de Alvito para assistir à Festa de Baptizado de seu mui nobre e estimado filho

A Festa do Barão

No dia 30 de Junho, a partir das 19h30 irá ter lugar no Largo das Alcaçarias uma recriação da época tardo-medieval, à moda da Baronia de Alvito.




Informações e Reservas até dia 23 de Junho (inscrições limitadas à capacidade disponível)
Posto de Turismo de Alvito
Tel:284 485 440 ou 284 480 800 (ext. 231)
turismo@cm-alvito.pt

segunda-feira, maio 22, 2006

CLIQUE NAS FOTOS



A minha neta Carolina, aos 5 meses, enviando muitos beijinhos para todos os amigos e amigas.

De entre os diversos comentários que generosamente nos enviaram não podia deixar de publicar o poema que a Mily nos endereçou.
Sensibilizados agradeçemos a todos(as) as vossas palavras retribuindo com beijinhos da Carolina. Este poema é também para todas as crianças do Mundo.

*****
Ah, linda menina,
trazes na doce magia
do mundo da fantasia
esse sorriso tão lindo
que inunda o espaço de cores
realça brilho de estrelas
enche jardins de flores
e faz a água nascente
se criar em profusão
e faz com que dentro da gente
o riso fique a brincar
naquele cantinho mais lindo
que se tem no coração.

Ah, doçura de criança,
tens o dom de despertar
sorrisos e bem-querer
nas dobras de nossa alma
quando te vemos assim
tão terna, doce e tão calma
a brincar tão inocente
no olhar de um anjo contente
que veio ao mundo enfim
somente te proteger.

Ah, pequena Carolina,
Tu és um presente de Deus!

Nasceste para sorrir,
pra florir e pra cantar!

Vieste com outras crianças
trazendo no coração
aquela doce missão
do mundo iluminar!
*************






Debruçado na janela...

Foto de Vasil Vasilev-photo net


Debruçado na janela
Olho o céu, o sol e a lua, o passado e o presente.
Seguem-me aqueles olhos, aquela boca, aquele sorriso.
Adormeço com esse rosto, companheira dos meus sonhos.


(Lumife-22-05-06)







Longe de ti são ermos os caminhos,
Longe de ti não há luar nem rosas,
Longe de ti há noites silenciosas,
Há dias sem calor, beirais sem ninhos!

Meus olhos são dois velhos pobrezinhos
Perdidos pelas noites invernosas...
Abertos, sonham mãos cariciosas,
Tuas mãos doces, plenas de carinhos!

Os dias são Outonos: choram... choram...
Há crisântemos roxos que descoram...
Há murmúrios dolentes de segredos...

Invoco o nosso sonho! Estendo os braços!
E ele é, ó meu Amor, pelos espaços,
Fumo leve que foge entre os meus dedos!...

(Florbela Espanca)

sexta-feira, maio 19, 2006

Passarinho que tremes...

Fotos de Artur Cardoso



Passarinho que tremes na minha mão
p’los afagos que ao tempo te não faço,
aproxima-te do meu coração,
eu serei bem feliz no teu regaço.

(Lumife-18-05-06)






Talvez eu esteja cansado de vagar em meus caminhos
Por tantas terras cheias de cavernas e colinas,
Eu vou encontrar o lugar para onde ela se foi,
E beijar seus lábios e segurar suas mãos;
Caminharemos entre coloridas folhagens,
E ficaremos juntos até o tempo do fim do tempo, colhendo
As prateadas maçãs da lua,
As douradas maçãs do sol.

(William Butler Yeats)


Foto de Paulo Custódio-Olhares



Eu sei e você sabe
Já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe
Que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham a você.

Assim como o Oceano, só é belo com o luar
Assim como a Canção, só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem, só acontece se chover
Assim como o poeta, só é bem grande se sofrer
Assim como viver sem ter amor, não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você!


(Vinicius de Moraes)

quinta-feira, maio 18, 2006

Foto de Jorge Jacinto-1000 Imagens



Este inferno de amar - como eu amo!
Quem mo pôs aqui nalma... quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida - e que a vida destrói -
Como é que se veio a atear,
Quando - ai quando se há-de ela apagar?

Eu não sei, não me lembra: o passado,
A outra vida que dantes vivi
Era um sonho talvez... - foi um sonho -
Em que paz tam serena a dormi!
Oh! que doce era aquele sonhar...
Quem me veio, ai de mim! despertar?

Só me lembra que um dia formoso
Eu passei... dava o sol tanta luz!
E os meus olhos, que vagos giravam,
Em seus olhos ardentes os pus.
Que fez ela? eu que fiz? - Não no sei;
Mas nessa hora a viver comecei...


(Almeida Garrett)

terça-feira, maio 16, 2006

Esta noite...

Foto de Paulo Custódio-Olhares



Esta noite

A rota definida era maravilhosa
Mas a viagem foi longa e tempestuosa
A noite abriu os braços e acolheu o navegador
sempre só, sempre sonhando com seu amor

Imagens em catadupa o cercavam
Um turbilhão de palavras o rasgavam
Nada o demovia, o sono estava ausente
Sorrindo prosseguia, sonhando sempre

Chegou à praia, na areia descansou
mas ao longe aquele vulto vislumbrou
Correu muito e loucamente a abraçou
e assim pode amá-la como sempre amou


Lumife -15/16-05-2006





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************

E tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meus pensamentos
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive)
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure


(Vinicius de Moraes - Soneto da Fidelidade)
CLIQUE NA IMAGEM PARA A VER EM TAMANHO MAIOR.



ROTA DO FRESCO

COMUNIDADE LOCAL (ALVITO)

28 de Maio

As visitas à Rota do Fresco para a Comunidade Local fazem já parte da oferta cultural existente (também) para residentes do concelho de Alvito.

Assim, e tal como em anos anteriores, irá ser guiada uma visita para a população local, este ano no âmbito do Programa de comemorações do feriado municipal.

O itinerário que será percorrido nesta Rota de dia 28 de Maio, Domingo, será iniciado na Igreja Matriz de Alvito, pelas 10h00, seguindo-se a visita à Ermida de S. Geraldo de Alcáçovas. Também em Alcáçovas terá lugar o almoço, no Restaurante “O Chocalho”. Seguir-se-á a visita ao concelho de Cuba, designadamente à Igreja de S. Luís de Faro do Alentejo. A Capela de S. Brás de Portel irá ser o local de conclusão desta Rota Interconcelhia, que constitui uma das possibilidades de visita no âmbito do projecto Rota do Fresco.

Acreditamos que todos os projectos de natureza turístico-cultural precisam de estar voltados para a população local, sob pena de inviabilização do seu desenvolvimento. As comunidades residentes são pois o primeiro destinatário de qualquer projecto.

A Rota do Fresco e as “pinturas alentejanas por descobrir” estarão mais uma vez ao alcance de todos na visita do próximo dia 28 de Maio. As inscrições, no Posto de Turismo de Alvito, terminam no dia 23 de Maio.

segunda-feira, maio 15, 2006





A . F E S T A . D O . B A R Ã O



A L V I T O - um bom concelho!



Aos trinta dias do mês de Junho, manda o Barão de Alvito e sua mui nobre esposa que se convide toda a boa gente destas terras da Baronia de Alvito, para assistir à Festa de Baptizado de seu mui estimado e nobre Filho.


Alvito
30 de JUNHO, 19H30
Largo das Alcaçarias

Inscrições no Posto de Turismo
Até 23 de Junho
Tel.: 284 485 440
turismo@cm-alvito.pt



Entrevista concedida pelo Presidente da Câmara Municipal de Alvito, Dr. João Paulo Lança Trindade ao Diário do Alentejo

Pode ler na íntegra clicando em ALVITO-BAIXO ALENTEJO


Para ver as fotos do 2º Encontro de Alunos do Colégio clique aqui em ALVITO-BAIXO ALENTEJO

sábado, maio 13, 2006










Caros Visitantes e Amigos da Rota do Fresco,



O Campo de Conservação e Restauro da Rota do Fresco chega este ano à sua terceira edição, a penúltima!



Mais uma vez, proporcionamos a possibilidade de, durante uma semana de Junho, Julho e Setembro, aprenderem connosco a ancestral técnica da pintura a fresco no ambiente emocionalmente quente do Alentejo.



A par do curso propriamente dito que, como sempre, conta com o grande especialista nesta área, o Conservador-restaurador Joaquim Inácio Caetano, cada aluno poderá ainda desfrutar de experiências culturais e etnológicas únicas como a Rota do Fresco ao Luar, a actuação exclusiva de um grupo de cante, ou um refrescante passeio de barco no Alqueva.



Este ano, apostamos nos almoço de piquenique debaixo de um chaparro, para melhor saborearmos os nossos jantares gastronomicamente poderosos!



Ficamos à Vossa espera!

(



Catarina Vilaça de Sousa

Projecto Rota do Fresco

Associação de Municípios do Alentejo Central (AMCAL)

Largo do Almeida, 1, 7940-114 Cuba

Tel.: 284 419 020; Fax: 284 419 029

www.amcal.pt; rotadofresco@amcal.pt

Centro de Divulgação do Património Alentejano (CEDIPA)

Fundação Alentejo - Terra Mãe

Rua dos Penedos, 13B, Páteo da Fundação, 7000-531 Évora

Tel.: 266 746 754; Fax: 266 703 040

www.alentejo-terramae.pt; cvs@alentejo-terramae.pt

Contactos: 93 835 4641 e 96 689 8220












Campo de Conservação e Restauro Rota do Fresco 2006
3ª edição
AMCAL / C.M. de Portel
em parceria com a Herdade do Meio, Mecenas da Rota do Fresco


O Campo de Conservação e Restauro

A Rota do Fresco convida-o a aprender a pintar a fresco e a acompanhar de perto uma intervenção de conservação e restauro em pintura mural no seu Campo de Conservação e Restauro.

Durante 1 semana dos meses de Junho, Julho e Setembro, junte-se a uma equipa de restauradores na Capela de S. Brás de Portel e, monitorizado pelo Conservador-restaurador Joaquim Inácio Caetano, aprenda a técnica de pintar a fresco, bem como colabore na intervenção na referida Capela.

A par do curso, o Campo de Conservação e Restauro da Rota do Fresco oferece-lhe ainda um programa complementar de actividades culturais que vão desde o enoturismo, ao passeio pedestre pela paisagem do Alentejo Central, ao passeio de barco no Alqueva, à gastronomia, ao cante alentejano, bem como à realização de uma Rota do Fresco Interconcelhia.




O Projecto Rota do Fresco

A AMCAL – Associação de Municípios do Alentejo Central, constituída pelos municípios de Alvito, Cuba, Portel, Viana do Alentejo e Vidigueira – promove uma iniciativa inovadora de natureza turístico-cultural denominada Rota do Fresco.

A Rota do Fresco consiste na criação de um sistema de visitas a uma selecção de exemplares de pintura mural das capelas, ermidas e igrejas dos concelhos de Alvito, Cuba, Portel, Viana e Vidigueira, com o intuito de divulgar, preservar e revitalizar esse património integrado.

A Rota do Fresco tem por base a extensão cronológica e espacial deste tipo de revestimento arquitectónico no conjunto destes cinco concelhos, que constitui um excelente exemplo da variedade e da qualidade desta forma de decoração e de catequização religiosa no nosso país, bem como do papel particular da região alentejana na difusão deste género artístico, desde o século XV até aos inícios do XIX.

Outro ponto comum a estes cinco concelhos ao nível da pintura mural é a necessidade, em quase todos os exemplares remanescentes, de uma intervenção de conservação e restauro, bem como de uma intervenção estrutural ao nível dos próprios edifícios que albergam as pinturas.

Esta Rota procura assim transformar-se num instrumento de salvaguarda dos exemplares remanescentes; de melhor conhecimento deste género artístico no nosso país e, em particular, na região alentejana; de dinamização da região com a criação de um novo produto turístico adaptado às exigências do património arquitectónico.

O Campo de Conservação e Restauro enquadra-se neste conjunto de objectivos.

Curso de Técnica da Pintura a Fresco


DIAS PROGRAMA 2006
Segunda
11:00-17:30
20:30
Curso de Técnica da Pintura a Fresco na Capela de S. Brás de Portel
Visita ao Museu Municipal de Vidigueira, seguida de ceia
Terça
09:00-17:30
18:00
Curso
Lanche ajantarado na Herdade do Meio
Quarta
09:00-17:30
20:30
Curso
Rota do Fresco ao Luar em Alvito, seguida de ceia
Quinta
09:00-13:00
15:00-18:00
Passeio Pedestre pela Serra de Portel ou Passeio de Barco no Alqueva
Curso
Sexta
09:00-17:30
18:00
Curso
Visita guiada à Igreja Matriz de S. Vicente e Tesouro em Cuba, seguida de lanche ajantarado
Sábado
09:00-18:00
Rota do Fresco Interconcelhia (com almoço no concelho de Viana)



Condições 2006

Datas:
1º Curso: 12 a 17 de Junho
2º Curso: 3 a 8 de Julho
3º Curso: 4 a 9 de Setembro

Programa complementar: Visita guiada ao Museu Municipal de Vidigueira com ceia; Lanche ajantarado na Herdade do Meio; Rota do Fresco ao Luar com ceia (Alvito); Passeio Pedestre pela Serra de Portel ou de Barco no Alqueva; Visita guiada à Igreja Matriz de Cuba com ceia; Rota do Fresco Interconcelhia.

Numero máximo de participantes: 8 alunos por Curso

Local: Capela de S. Brás de Portel

Preços:
A: 450€ por pessoa (inclui: Inscrição, Material e utensílios, Kit Campo de Conservação e Restauro, 6 Almoços, Programa complementar).
B (com alojamento)
B1: Alojamento na Residencial Santa Clara de Vidigueira (2 estrelas), preço total: 610€* B2: Alojamento no Hotel Refúgio da Vila de Portel (Hotel Rural de 4 estrelas), preço total: 780€*;
( * preços para quarto single com pequeno-almoço incluído; possibilidade de alojamento em quarto duplo e triplo)

Será fornecido um Certificado de Participação; o critério de selecção é o da ordem de chegada das inscrições.

Inscrições / Informações: AMCAL, 284 419 020; 96 689 8220; rotadofresco@amcal.pt; www.amcal.pt


O texto que se segue foi-me enviado pelo Manel do Montado.

É um momento fantástico de Vinicius de Moraes que não podia

deixar de publicar para ser conhecido por quem o lê pela

primeira vez e ser relido pelos outros amigos.





Procura-se um amigo – Vinicius de Moraes

Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.

Não é preciso que seja de primeira-mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objectivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoas tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.

Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.

Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.

sexta-feira, maio 12, 2006







A JANGADA


Gostava de fazer uma jangada
Com os destroços do meu barco à vela,
Meter-me ao Mar, e, em lírica jornada,
Beber a Luz da minha antiga estrela.


Fugir de toda a gente, não ter nada,
Senão os próprios olhos fixos nela,
Alheio mesmo aos golpes da nortada
Que os mares e os lagos encapela.


E fui ao Mar. Nas ondas, uma a uma,
Busquei e rebusquei, sofregamente,
Os restos dessa antiga embarcação.


Não trouxe mais que uns frémitos de espuma,
E alguns punhados dessa areia ardente
Onde se perde a voz do coração!




(António Celso in Asas Cinzentas)

terça-feira, maio 09, 2006

segunda-feira, maio 08, 2006




CAMINHANDO



Anda…
Vamos de mãos dadas caminhar pela praia,


E deixar que as ondas leves
Acariciem teus pés
Tal como era há mais de quarenta anos,
Quando não haviam desenganos
E tecíamos sonhos breves
No vai e vem das marés.


Anda…
Vamos de mãos dadas caminhar pelos campos,


Ouvir a brisa mansa nos pinheiros,
Colher aqui e além vermelhas rosas
Tal como era há mais de quarenta anos
Quando não haviam desenganos,
Cúmplices de amor, companheiros
A inventar auroras radiosas.


Anda…
Vamos de mãos dadas caminhar pelas nuvens,


Não vês? São sonhos de algodão.
Não sentes já aquela fria aragem?
Tal como era há mais de quarenta anos,
Quando não haviam desenganos,
Segura agora forte a minha mão
Para não nos perdermos na viagem.


(Orlando Fernandes)










domingo, maio 07, 2006

Foto de Bjorn Giesbrecht



A você, com amor

O amor é o murmúrio da terra
quando as estrelas se apagam
e os ventos da aurora vagam
no nascimento do dia...
O ridente abandono,
a rútila alegria
dos lábios, da fonte
e da onda que arremete
do mar...

O amor é a memória
que o tempo não mata,
a canção bem-amada
feliz e absurda...

E a música inaudível...

O silêncio que treme
e parece ocupar
o coração que freme
quando a melodia
do canto de um pássaro
parece ficar...

O amor é Deus em plenitude
a infinita medida
das dádivas que vêm
com o sol e com a chuva
seja na montanha
seja na planura
a chuva que corre
e o tesouro armazenado
no fim do arco-íris.



(Vinícius de Moraes)

foto de Mafalda Lima - 1000 Imagens



segunda-feira, maio 01, 2006

ALVITO- II ALMOÇO DE CONFRATERNIZAÇÃO






Pela segunda vez os antigos alunos do Externato
S. João de Deus, em Alvito, vão ter o seu almoço
de confraternização.

O próximo 6 de Maio foi o dia escolhido para novo
encontro dos que tiveram a felicidade de estudar
neste estabelecimento de ensino. O "Colégio" como
sempre foi tratado.

Iremos ter oportunidade de conviver com os amigos
e amigas que a vida afastou mas que sempre se
mantiveram no nosso pensamento e no nosso coração.

..... 11 H 00 - ENCONTRO NO ADRO

..... 11 H 30 - MISSA DE SUFRÁGIO POR PROFESSORES
E ALUNOS

..... 13 H 00 - ALMOÇO

Contactos:

GRAÇA .....266 085 723 ... 919 486 750

JOAQUIM ...266 085 723 ... 916 226 785

OLINDA ....284 485 087 ... 961 883 992


Encontrei algumas fotos desses tempos felizes e
aqui as coloco para matar saudades.


















PORQUE VOLTO

  PORQUE VOLTO . Volto, porque há dias antigos que ainda nos agarram com o cheiro da terra lavrada, onde em cada ano, enterrávamos os pés e ...