domingo, março 23, 2008

ALVITO - Duas Apresentações





Sábado - 29 de Março - 16 Horas 30 - Biblioteca Municipal

Apresentação de duas obras - "O livro do Regresso" de Xavier Zarco, prémio Raúl de Carvalho 2005 da C. M de Alvito e "Da Humana Condição" de José Augusto de Carvalho .

À noite, pelas 21 Horas, a apresentação será repetida em Viana do Alentejo.





no dorso do vento
pelos caminhos do monte
viajam frágeis vestígios
de um cântico


ou de um poema
de súbito bordado a oiro
pelas bátegas
céleres mas suaves
do sol








Xavier Zarco é o pseudónimo literário de Pedro Manuel Martins Baptista que nasceu em Coimbra em 1968, cidade onde reside. Publicou poesia no Jornal de Letras, Correio da Manhã, Diário de Notícias e Jornal de Notícias, bem como na Revista A Mar Arte. Participou na III Antologia de Poesia Portuguesa Contemporânea (Ed. Orpheu) e em Cântico em Honra de Miguel Torga (Ed. Fora do Texto). A sua poesia foi definida pelo poeta asturiano José Luís García Martín como sendo de uma concisão enormemente sugestiva.









Paisagem


Do cimo de São Vicente,
vejo o castelo de Beja,
quando um sol de estio ardente
ao inferno faz inveja.

Meus olhos mergulham fundo
na lonjura que me ganha.
Não há fronteiras no mundo,
ninguém vive em terra estranha.

Nem pequenez, nem grandeza.
A dimensão verdadeira,
que sopesa com firmeza
frágil mão duma ceifeira.






José Augusto Carvalho (Portugal)

"A minha curta biografia:

Este texto foi escrito para O Fórum dos Mestres Aprendizes, a pedido do PoetAmigo Daniel Cristal, e considero-o definitivo para publicação em todos os locais onde seja acolhido.

1.
No século XX, em Portugal, fui registado com o nome de José-Augusto, oriundo de uma das muitas famílias Carvalho da Região do Alentejo; Na Idade Média, fui Tuphy Mass, um dos cavaleiros da Moirama, oriundo da Palestina; Ainda na Idade Média, fui Gabriel, um dos escravos da gleba, oriundo do domínio de Fochem.

2.
Hoje , sou José-Augusto de Carvalho, mas também Tuphy Mass e Gabriel de Fochem.
Tuphy e Gabriel reviverão se José-Augusto souber merecê-los.

3.
Sei ler, escrever e contar.
Excepto quando criança, comi sempre o pão amassado com o suor do meu rosto. Nunca traí ninguém, mas fui traído algumas vezes.
Fui sempre amigo desinteressado de quem me quis como amigo.
Servi sempre a amizade; nunca me servi da amizade.
Para mim, o Amor é a sublimidade da Vida. E o bem maior da minha vida.

4.
Escrevo desde que sei escrever. Leio desde que sei ler; antes ouvia ler. A minha infância foi embalada pelas lendas das Mil e uma noites. Talvez devido a essa influência, adoro ler Poesia e tento escrever poesia. Do que escrevo, há quem goste; e há quem não goste. Não sou nem quero ser senão o que sou e sempre fui.

5.
No meu mar de sonho, cá vou, de naufrágio em naufrágio, perdendo-me nos braços da sereia que está sempre à minha espera.

6.
Como ser humano, sou da Humanidade.
Como terráqueo, reclamo-me da Terra toda.

Por ser verdade, aqui fica, para que conste.
Tuphy Mass
Gabriel de Fochem
José-Augusto de Carvalho




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PORQUE VOLTO

  PORQUE VOLTO . Volto, porque há dias antigos que ainda nos agarram com o cheiro da terra lavrada, onde em cada ano, enterrávamos os pés e ...