domingo, junho 20, 2010
quarta-feira, junho 16, 2010
SOLITÁRIO
Foto de F. Monteiro
Como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos túmulos, um dia,
Eu fui refugiar-me à tua porta!
Fazia frio e o frio que fazia
Não era esse que a carne nos conforta…
Cortava assim como em carniçaria
O aço das facas incisivas corta!
Mas tu não vieste ver minha Desgraça!
E eu saí, como quem tudo repele,
- Velho caixão a carregar destroços -
Levando apenas na tumbal carcaça
O pergaminho singular da pele
E o chocalho fatídico dos ossos!
Augusto dos Anjos
terça-feira, junho 01, 2010
A CASA
Foto de Maria Emília-Olhares
A Casa
Paredes brancas pátios interiores
as mesas largas as cadeiras quase toscas
despojamento de convento e de deserto
a planície prolonga-se na casa
com seu rigor e sua estética
do necessário
do liso
do elementar.
.
Aristocracia do pobre
com sua manta e com seu cobre.
.
Há um cheiro a pão recém-cortado.
.
A casa alentejana está escrita na planície
como o poema no branco descampado.
Manuel Alegre, in Alentejo e Ninguém
Subscrever:
Mensagens (Atom)
PORQUE VOLTO
PORQUE VOLTO . Volto, porque há dias antigos que ainda nos agarram com o cheiro da terra lavrada, onde em cada ano, enterrávamos os pés e ...
-
foto de Jean Jacques André Saudade é querer viver o já vivido, Querer amar e ter amado já… Sentindo o coração anoitecido, Querer beijar a lu...
-
De longe te hei de amar, - da tranquila distância em que o amor é saudade e o desejo a constância. Do divino lugar onde o bem da existênci...