domingo, novembro 23, 2014
SONETO DA SAUDADE
Soneto da saudade
Quando sentires a saudade retroar
Fecha os teus olhos e verás o meu sorriso.
E ternamente te direi a sussurrar:
O nosso amor a cada instante está mais vivo!
Quem sabe ainda vibrará em teus ouvidos
Uma voz macia a recitar muitos poemas...
E a te expressar que este amor em nós ungindo
Suportará toda distância sem problemas...
Quiçá, teus lábios sentirão um beijo leve
Como uma pluma a flutuar por sobre a neve,
Como uma gota de orvalho indo ao chão.
Lembrar-te-ás toda ternura que expressamos,
Sempre que juntos, a emoção que partilhamos...
Nem a distância apaga a chama da paixão
Autor - Guimarães Rosa
Foto de Andrey Bondar
quarta-feira, novembro 19, 2014
É TEMPO DE AMAR AINDA MAIS...
É tempo de amar ainda mais
quando a fogueira que em nossa vida ainda não ardeu
desperta a mão da brisa que de novo se acendeu ...
É tempo de amar ainda mais
quando o desejo tem a força da maré que nos agita
e o silêncio que fustiga os nossos lábios tanto grita ...
É tempo de amar ainda mais
quando as nossas mãos se recusam a se soltar
cada vez mais presas ao desejo que queremos saciar ...
É tempo de viver o amor rasgando todos os fantasmas.
É tempo de amar ainda mais, como se a luz não existisse,
ou uma remota e cintilante estrela se extinguisse ...
Não quero viver fugazes instantes de uma tarde de amor,
uma fracção de segundo. Poeira cósmica. Meteorito.
Por ti ... serei o sol a arder no infinito !
ALBINO SANTOS
in " A Evocação do Teu Nome"
Foto de Arian Bahrami
domingo, novembro 16, 2014
POR DECORO
Quando me esperas, palpitando amores,
e os lábios grossos e úmidos me estendes,
e do teu corpo cálido desprendes
desconhecido olor de estranhas flores;
quando, toda suspiros e fervores,
nesta prisão de músculos te prendes,
e aos meus beijos de sátiro te rendes,
furtando às rosas as purpúreas cores;
os olhos teus, inexpressivamente,
entrefechados, lânguidos, tranquilos,
olham, meu doce amor, de tal maneira,
que, se olhassem assim, publicamente,
deveria, perdoa-me, cobri-los
uma discreta folha de parreira.
Artur Azevedo
(1855-1908)
Foto de Alexander Motylev
Subscrever:
Mensagens (Atom)
PORQUE VOLTO
PORQUE VOLTO . Volto, porque há dias antigos que ainda nos agarram com o cheiro da terra lavrada, onde em cada ano, enterrávamos os pés e ...
-
foto João Espinho CASTELO DE BEJA Castelo de Beja, No plaino sem fim; Já morto que eu seja, Lembra-te de mim! Castelo de Beja, De nuvens ...
-
Foto de JOÃO ESPINHO ALDA GUERREIRO Nasceu em Santiago do Cacém, a 6 de Janeiro de 1878. Educada num ambiente de intensa sensibilidade artís...