quinta-feira, janeiro 25, 2018

TU HABITAS EM MIM


TU HABITAS EM MIM
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Tu habitas em mim, eu sinto-te fremir,
Balsâmico frescor, em cada fibra minha.
Caminho iluminado duns olhos a sorrir
E não me importa a vida medíocre, mesquinha.
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Basta-me a tua alma eleita, meu amor,
P´ra me sentir erguer duma existência inerme:
- Transmites uma força, induzes um calor
Que sinto aflorar em ondas à epiderme.
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E eu que vegetava (amarga letargia
Que submerge a alma em vagas de não-ser)
Rebento com furor os elos da apatia
E gozo a alegria imensa de viver.
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António Almeida
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Foto de Aleksandr Krivickij
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terça-feira, janeiro 02, 2018

OS AMANTES DE NOVEMBRO




Ruas e ruas dos amantes
Sem um quarto para o amor
Amantes são sempre extravagantes
E ao frio também faz calor

Pobres amantes escorraçados
Dum tempo sem amor nenhum
Coitados tão engalfinhados
Que sendo dois parecem um

De pé imóveis transportados
Como uma estátua erguida num
Jardim votado ao abandono
De amor juncado e de outono.

ALEXANDRE O`NEILL

Art - Pintura de Kristodulakis

INÚTIL PAISAGEM de ANTONIO CARLOS JOBIM

  Mas pra quê? Pra que tanto céu? Pra que tanto mar? Pra quê? De que serve esta onda que quebra? E o vento da tarde? De que serve a tarde? I...