quinta-feira, julho 28, 2005

Viagem


Moliceiro- Ria de Aveiro- Óleo de Paiva Carvalho





Aparelhei o barco da ilusão

E reforcei a fé de marinheiro.

Era longe o meu sonho, e traiçoeiro

O mar...

(Só nos é concedida

Esta vida

Que temos;

E é nela que é preciso

Procurar

O velho paraíso

Que perdemos).

Prestes, larguei a vela

E disse adeus ao cais, à paz tolhida.

Desmedida,

A revolta imensidão

Transforma dia a dia a embarcação

Numa errante e alada sepultura...

Mas corto as ondas sem desanimar.

Em qualquer aventura,

O que importa é partir, não é chegar.

(Miguel Torga)

5 comentários:

Anónimo disse...

Será que o pessoal daquela embarcação conhecia esse poema de Manoel Torga, antes de se aventurar ao largo?... eu não conhecia: grato pela partilha, amigo.

batista filho disse...

"Manoel" Torga deve ser um parente distante e mui querido do MIGUEL Torga, percebes...?

wind disse...

De facto o que importa é partir:) beijos

Madalena disse...

lumife, já sabes o que penso do torga e aplaudo a divulgação fde pintores nacionais.

Beijos.

:)

batista filho disse...

Lumife, tens como me enviar essa música maravilhosa? de todo modo, desde já te agradeço.

INÚTIL PAISAGEM de ANTONIO CARLOS JOBIM

  Mas pra quê? Pra que tanto céu? Pra que tanto mar? Pra quê? De que serve esta onda que quebra? E o vento da tarde? De que serve a tarde? I...