HOJE O TEMPO NÃO ME ENGANOU. Não se conhece uma aragem na tarde. O ar queima, como se fosse um bafo quente de lume, e não ar simples de respirar, como se a tarde não quisesse já morrer e começasse aqui a hora do calor. Não há nuvens, há riscos brancos, muito finos, desfados de nuvens. E o céu, daqui, parece fresco, parece a água limpa de um açude. Penso: talvez o céu seja um mar grande de água doce e talvez a gente não ande debaixo do céu mas sim em cima dele; talvez a gente veja as coisas ao contrário e a terra seja como um céu e quando a gente morre, quando a gente morre, talvez a gente caia e se afunde no céu.
(José Luis Peixoto in Nenhum Olhar (excerto)
7 comentários:
Muito bem pensado, ainda por cima imaginando este texto sob um fom de tarde numa planicie alentejana...é perfeito
... ao invés de "afundar", bom mesmo seria mergulhar e mergulhar, mas, quando em vez, vir à tona, e maravilhado com a beleza do céu/terra, exclamar que nem Gagarin: "A terra é azul!"
Um abraço fraterno, pra ti.
Bela prosa poética. beijos
Dei uma "volta" pelo Blog, novamente e, como sempre, encantou-me!
Um abraço e boa semana :)
Alô Lumife...
Gostei muito deste texto...mas fez-me tb imaginar incêndios...
Obrigada pelo comentário hoje deixado no meu Blog... fiquei feliz...
Bjs
hello Beja
bom dia...
pelo Norte
o sol também aquece cheio de força.
gostei muito do teu texto
e
da inversão nele sugerida.
quem sabe o céu é o mar
e
o mar é o céu?
...e...
...ao partir nos afundámos nele...
quem sabe?
...sabe o poeta
que tão bem o diz.
beijux létinha.
hello Beja
bom dia...
pelo Norte
o sol também aquece com força.
gostei muito do teu texto
e
da inversão nele presente.
quem sabe o céu é o mar
e
o mar é o céu?
sabe o poeta
que tão bem o diz.
beijux létinha.
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