quarta-feira, agosto 03, 2005

Ternura

Foto de Paulo Ferreira




Desvio dos teus ombros o lençol

que é feito de ternura amarrotada,

da frescura que vem depois do Sol,

quando depois do Sol não vem mais nada...



Olho a roupa no chão: que tempestade!


há restos de ternura pelo meio,

como vultos perdidos na cidade

em que uma tempestade sobreveio...



Começas a vestir-te, lentamente,

e é ternura também que vou vestindo,

para enfrentar lá fora aquela gente

que da nossa ternura anda sorrindo...



Mas ninguém sonha a pressa com que nós


a despimos assim que estamos sós!




(David Mourão Ferreira)

7 comentários:

nikonman disse...

Excelente!

Isabel Filipe disse...

Oi Lumife...

O poema é lindissimo... não o conhecia.
A imagem que associaste é fantástica.

Bj

wind disse...

Belo! beijos

"Sonhos Sonhados" e "Os Filmes da Minha Vida!" disse...

Lumife

imagem e poema muito simbólicos.
estás inspirado...
é bom vir visitar Beja diariamente.

beijux létinha.

Anónimo disse...

olá
Maravilhoso poema e linda imagem...
Obg pela visita...
~Beijo

Nina disse...

Lindo mesmo...

Beijinho :)

Anónimo disse...

O poema, ora publicado, não poderia encontrar melhor lugar para ser visto, até porque a TERNURA, de há muito fez pouso nesse sítio.
Parabéns, amigo!

INÚTIL PAISAGEM de ANTONIO CARLOS JOBIM

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