Não tens corpo, nem pátria, nem familia,
Não te curvas ao jugo dos tiranos.
Não tens preço na terra dos humanos,
Nem o tempo te rói.
És a essência dos anos,
O que vem e o que foi.
És a carne dos deuses,
O sorriso das pedras,
E a candura do instinto.
És aquele alimento
De quem, farto de pão, anda faminto.
És a graça da vida em toda a parte,
Ou em arte,
Ou em simples verdade.
És o cravo vermelho,
Ou a moça no espelho,
Que depois de te ver se persuade.
És um verso perfeito
Que traz consigo a força do que diz.
És o jeito
Que tem, antes de mestre, o aprendiz.
És a beleza, enfim. És o teu nome.
Um milagre, uma luz, uma harmonia,
Uma linha sem traço...
Mas sem corpo, sem pátria e sem família,
Tudo repousa em paz no teu regaço.
À Isabel Filipe que me ofereceu a imagem que abre o post de hoje retribuo com todo o carinho ofertando este poema de Miguel Torga.
6 comentários:
O "Turistar" faz 1 ano...
:)
Há bolo! Aparece...
o Turista - www.turistar.blogspot.com
Oi Lumife...
Bom dia...
e Obrigada... fiz com carinho...
o poema é lindissimo... Torga é um dos meus escritores favoritos... apaixonei-me por ele quando li a obra "A Criação do Mundo"...são vários volumes...todos fantásticos..
1 beijo
Beleza de poema, beleza de imagem! Parabéns aos 3: Torga, Isabel e Lumife.
Lindo:))))) beijos
Boa combinação, isto é, texto e imagem estão em sintonia, o que não é fácil.
O Torga já se consagrou e nem comento, mas a Isabel foi uma agradável descoberta que fiz há uns meses. Ela é mesmo uma Artista.
Abraço.
Olá lumife,
O poema é lindissimo e acompanhado com a arte da Isabel ainda mais lindo fica
:)
Beijinhuu
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