segunda-feira, setembro 12, 2005

Dois Caminhos



Medir em tudo, do chão que se alarga,
o bosque e o muro, o quintal sem alarde,
a lembrança na boca, e tão amarga,
tão terrível, que dela o sol não guarde
rastro ou notícia. O negrume, a ária
de privações e ausências que me invade.
A paixão maior, e mais ordinária,
que arma em mim tamanha brutalidade.
Medir em tudo o verão que me enfada:
seus celeiros, seus moinhos, seus bois.
Uma história vivida e não contada.
Há dois caminhos, tão-somente dois.
Agora urge amar a vida, e mais nada.
Tudo o que desconheço vem depois.





(Iacyr Anderson de Freitas)


(Foto de Sónia.Fernandes.Fragoso - Olhares)

14 comentários:

segurademim disse...

Estabelecer prioridades nas nossas vidas, é de facto primordial, caso contrário podemo-nos perder nas inúmeras possibilidades que esta nos coloca ...

(só agora reparei na Mariana!, linda, linda!! o melhor post que vi nos últimos dias... desejo-lhe as maiores felicidades na Vida)

wind disse...

Desconhecia este poema. De facto é urgente amar:) Beijos

Anónimo disse...

ufa finalmente compadre, lá consigo "botar faladura" no Beja...
gosto deste post excelente... um abraço

Nilson Barcelli disse...

Amar é sempre um bom caminho.
Gostei do poema que não conhecia.
A música é a adequada.
Abraço.

O Turista disse...

Bem bonito...
Aquele abraço...

o turista - www.turistar.blogspot.com

Anónimo disse...

muito bom poema, sim senhor!

Olá Lumife, já gtropeçaste em mim e não me viste?

LOLOLOL

Bjs.

rain-maker

Anónimo disse...

Lindo poema. Na vida são-nos abertas muitas portas, o díficil é escolher por qual deveremos enveredar, mas devemos sempre tentar escolher uma, mesmo que não seja a porta certa e sejamos obrigados a voltar atrás e procurar outra porta.
Beijinhos e Boa semana também para ti.

Menina Marota disse...

"...Agora urge amar a vida, e mais nada."

Um poema sentido, enquadrado por uma imagem de sonho e que adorei ler.

Um abraço e boa semana :)

"Sonhos Sonhados" e "Os Filmes da Minha Vida!" disse...

Lumife

óptimo som,
bom poema
(não conhecia)
e
uma imagem bem bonita.

beijux da létinha.

I disse...

que poema lindo..

I disse...

a net tem destas coisas engraçadas: tenho vindo visitar o teu blog, matar saudades do "meu" alentejo, e sempre convencida que se tratava do blog de uma jovem "sofia" do Alvito...rs*!, para o caso, é indiferente, mas achei graça ao engano, pois reflecte tantos pressupostos errados que fazemos na vida (e alguns nunca esclarecemos).Um dia feliz!e obrigada pelas visitas ao meu blog

I disse...

sou muito despistada...não há volta a dar-lhe...perdoa-me o Sofia! de qualquer modo resta a consolação de sofia ser sabedoria !

Vampiria disse...

Misteriosa imagem...

Anónimo disse...

Tanto o dito quanto o sugerido nesse poema é de uma beleza chocante. Não os sinto versos suaves. Versos fortes, precisos, incisivos. Belíssimos!
Um abraço, amigo.

INÚTIL PAISAGEM de ANTONIO CARLOS JOBIM

  Mas pra quê? Pra que tanto céu? Pra que tanto mar? Pra quê? De que serve esta onda que quebra? E o vento da tarde? De que serve a tarde? I...