quinta-feira, outubro 13, 2005




VOLTAVA A GOSTAR DE TI




Sonhos perdidos na bruma,
Quimeras feitas de espuma
São rendas que a vida tece;
Dá-se às vezes por cegueira
Uma vida toda inteira
A quem depois nos esquece.


Olho as linhas desenhadas
Em rotas desencontradas
Que as pombas traçam no ar;
Lembram-me os caminhos meus
Que por destino dos céus
Percorri p’ra te encontrar.


Hoje estou de alma serena,
Pois sei que valeu a pena
Cada hora que vivi;
E se por destino ou fado
Voltasse atrás ao passado…
Voltava a gostar de ti!



Orlando Fernandes in Fronteiras do Sonho










SOLIDÃO



Quero mergulhar no fundo dos teus olhos,
Este amor gritar perdidamente;
Esquecer que a minha vida é mar de escolhos,
Barco solto levado p’la corrente.


Sentisse uma só vez o teu carinho,
Um gesto de ternura ou de afeição,
E não me quedaria tão sozinho
Na minha louca e triste solidão.


Dou vida em cada dia à falsa imagem
Dum sonho renovado, uma miragem
Que se esfuma para lá do horizonte.


Falho de amor, de esperança e de coragem,
Caminheiro perdido na viagem,
Morto de sede … à beira de uma fonte!



Orlando Fernandes-in Fronteiras do Sonho

5 comentários:

Anónimo disse...

Solidão?...ahhh... acho que não ;P ...
Tens mtas miudas ao teu redor...é o que eu penso...
Desejo uma linda noitinha com amor pra ti...
Beijosss...

wind disse...

Mas que belo e triste soneto. Bom post:) bjs

Isabel Filipe disse...

tás numa de tristeza????

novamente um texto triste... embora bonito...

Bjs

Anónimo disse...

Solidão...por vezes sentimo-nos sós mesmo rodeados de gente...falas de uma solidão inteiror. Num vazio que ainda não foi ocupado ou foi desocupado. Alegra-me ver estes poemas que publicas, todos os poemas são bonitos pois dizem que os poetas sentem e vêem tudo de outra forma. Um beijo para ti

Anónimo disse...

Que beleza de versejar! Valeu, mesmo!!!

INÚTIL PAISAGEM de ANTONIO CARLOS JOBIM

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