sexta-feira, novembro 11, 2005

Porque



Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.



(Sophia de Mello Breyner Andresen)

22 comentários:

Anónimo disse...

Poema lindo que se transformou num hino na voz do Padre Fanhais. Aconselho-os vivamente a ouvirem esta pérola.

wind disse...

Um dos meus poemas preferidos de Sophia de Mello Breyner pela mensagem que contem. Beijos

aDesenhar disse...

é um belo poema sem dúvida...

mas o que me preocupa é continuarem actuais!
o tempo voa, e alguns conteudos teimam
em manter-se actualizados :)

abraço lumife

esquisso: está um nadinha mais rápido mas ainda tens de apertar as orelhas a algumas imagens :) vai fazendo uns testes, mas atenção, vai gravando as versões do template ok!

Anónimo disse...

Lindo!"Onde germina calada a podridão.Porque os outros se calam mas tu não". Adapta-se aos tempos que correm e parece-me o grito de alguém que querem calar.Abraço.

Mónica disse...

Bonito, maravilhoso.

PORQUE:

A vida é cheia de porquês e o risco faz deles uma aventura que recheia a vida de emoção...

Viver para nos sentirmos vivos...

:)

Henrique Santos disse...

Belo poema, duma poetisa que muito gosto... Bom blog, que visitarei sem dúvida, obrigatòriamente...
Parabéns,
Ricky

gato_escaldado disse...

bela Shofia. agora subindo aos céus. nas asas de um avião. não merecia a "banalização" de seu nome. abraços

Isabel Filipe disse...

Oi Lumife...

Um belissimo poema...
sempre actual...infeleizmente...

foi cantado pelo "Padre" Francisco Fanhais... lembras-te????...não encontro nada dele na net...

bfds
bjs

Anónimo disse...

Belissimo poema da minha Poetisa preferida
Obrigada pela partilha.
beijo fofo

Potoroo Plantae disse...

Hello Lumife,
I can't understand your language, but I can see that you have a very nice blog..
And the music is wonderful..

Potoroo Plantae disse...

Hi Lumife,
Your English not bad at all.
:) :) :)

Raio de Sol disse...

boa escolha... adoro a Sophia... beijo

Páginas Soltas disse...

Que Poema lindo...e cantado por alguém que o tornou ainda mais sublime!!
Lumife...sempre me encanta visitar o seu cantinho....SUBERBO!!
Abraço de amizade....
Maria

Anónimo disse...

Isabel-F.

Miúda, vai ao e-mule e saca esta música!

Beijo anónimo

hfm disse...

Belíssima fotografia com um dos poemas mais belos de Sophia.

eli disse...

O poema é de Sophia e basta-me. A imagem encantou-me.

João Fialho disse...

Este espaço não pára de me surpreender.

O problema é que assim vou ficando viciado em visitas ao "Beja". O que é grave ......

Caro Lumife, segui os seus conselhos, a propósito da alteração no template, e já encontrei uma possível solução.
Ainda não é bem o que pretendo, mas já é qlq coisa.

Se quiser, pode ver no "Photoblog", na forma de slideshow.

Bom fim-de-semana para todos.

Anónimo disse...

Quanta beleza!
Grato.
Um abraço, meu irmão.

Conceição Paulino disse...

olhei a imagem k abria epensei: o rosto de Florbela passeando/perdido na planície...Saiu a Sofia smp bemvinda.Bjocas de luz

lena disse...

Sophia de Mello Breyner excelente
digo sempre que Sophia sabe "a-mar"

exelente a tua escolha, uma beleza

beijinhos

lena

Monteiro disse...

A eterna Sophia escreve como ninguém a verdade, a transparência e a coragem!

LUIS MILHANO (Lumife) disse...

anónimo: (Porquê...?)

Infelizmente não ouvi ainda.Vou tentar arranjar.

Tecum :

Procurei um blog onde postasse mas não encontrei. Grato pelas palavras. Volte sempre.


Aos outros visitantes e amigos respondo nas minhas visitas aos seus blogs.


Obrigado a todos.

PORQUE VOLTO

  PORQUE VOLTO . Volto, porque há dias antigos que ainda nos agarram com o cheiro da terra lavrada, onde em cada ano, enterrávamos os pés e ...