domingo, abril 02, 2006

UMA AMIGA

Foto de Sergey Ryzhkov




UMA AMIGA

Aqueles que eu amei, não sei que vento
Os dispersou no mundo, que os não vejo...
Estendo os braços e nas trevas beijo
Visões que à noite evoca o sentimento...

Outros me causam mais cruel tormento
Que a saudade dos mortos... que eu invejo...
Passam por mim... mas como que têm pejo
Da minha soledade e abatimento!

Daquela primavera venturosa
Não resta uma flor só, uma só rosa...
Tudo o vento varreu, queimou o gelo!

Tu só foste fiel - tu, como dantes,
Inda volves teus olhos radiantes...
Para ver o meu mal... e escarnecê-lo!



(Antero de Quental)

3 comentários:

wind disse...

Poema sofrido e triste. beijos

Anónimo disse...

Lindo e sentido.Os poetas são assim..Bom Domingo

Anónimo disse...

Corrijo o link

PORQUE VOLTO

  PORQUE VOLTO . Volto, porque há dias antigos que ainda nos agarram com o cheiro da terra lavrada, onde em cada ano, enterrávamos os pés e ...