sexta-feira, maio 12, 2006







A JANGADA


Gostava de fazer uma jangada
Com os destroços do meu barco à vela,
Meter-me ao Mar, e, em lírica jornada,
Beber a Luz da minha antiga estrela.


Fugir de toda a gente, não ter nada,
Senão os próprios olhos fixos nela,
Alheio mesmo aos golpes da nortada
Que os mares e os lagos encapela.


E fui ao Mar. Nas ondas, uma a uma,
Busquei e rebusquei, sofregamente,
Os restos dessa antiga embarcação.


Não trouxe mais que uns frémitos de espuma,
E alguns punhados dessa areia ardente
Onde se perde a voz do coração!




(António Celso in Asas Cinzentas)

4 comentários:

"Sonhos Sonhados" e "Os Filmes da Minha Vida!" disse...

Lumife

...que saudades!
sou mesmo eu.
aqui...
em casa...
que bom.

jinhux létinha.

*para a próxima quero ir ao jantar.

Kalinka disse...

LUMIFE
Ah, como eu gostava de fazer uma jangada, meter-me ao Mar, fugir de toda a gente, não ter nada...
E fui ao Mar. Nas ondas, uma a uma,
Busquei e rebusquei, sofregamente,
aquilo que mais necessito na Vida: Paz e Amor!

O menino anda esquecido do meu kalinka...tenho feito umas reportagens, mas, não vai lá dizer nada, fico tristinha. Beijo.

LUIS MILHANO (Lumife) disse...

Sonhos sonhados e Kalinka

Estou voltando e visitando.

Beijos

wind disse...

Escolhes poemas lindíssimos:) beijos

INÚTIL PAISAGEM de ANTONIO CARLOS JOBIM

  Mas pra quê? Pra que tanto céu? Pra que tanto mar? Pra quê? De que serve esta onda que quebra? E o vento da tarde? De que serve a tarde? I...