sábado, julho 14, 2007

RETRATO




Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
A minha face?


Cecília Meireles


Foto de Piotr Kovalik

9 comentários:

Ana Luar disse...

Eu tb não tinha... até que o espelho mo mostrou...

Adorei a escolha de Cecilia Meireles

MARIA disse...

Amiguinho Lumife :
Sabe de onde chego a estas belas horas ? Do mercado medieval , a decorrer no Castelo de Óbidos, até 22 de Junho.
É simpático. É como recuar a um tempo que quando recreado, se afigura sempre um espaço encantado.
Porque não passa por cá ? ( Não me disse já que casara cá um filho. Então, já lhe é familiar.) Quem sabe não nos veríamos.
Hoje, o seu poema é lindo, mas desvenda um estado de alma um pouco triste. Quem disse que as mãos estão frias?... Que o coração não se mostra ?... O coração sempre se mostra a quem olhar através dele...
Beijinhos.
Maria.

Páginas Soltas disse...

Lumife,

Passa pelo meu " cantinho" e recebe com todo o carinho, o que tenho lá para ti!

Beijos da

Maria

Lúcia Laborda disse...

Perfeita poesia! Adoro Cecília. Amei chegar aqui. E graças a Maria. Parabéns pelo selinho! Lindo blog.
Bom fim de semana!
Bjs

*Um Momento* disse...

Lumife

Olá, em boa hora chegou
Há sempre mais um copo, mais um prato, mais recheio:)))
Sorrindo pela presença e pelo agrado
Um beijinho e ... até já (",)

Um Dia bom :))

PS:Voltarei para passear aqui... :)))

jocasipe disse...

lindo pensamento!

Conceição Paulino disse...

a poesia desta poeta é intemporal e smo bela.
Bjs
Luz e paz

Conceição Paulino disse...

a poesia desta poeta é intemporal e smp bela.
Bjs
Luz e paz

C Valente disse...

Andando a navegar aqui aportei, vou voltar. Gostei
Saudações

INÚTIL PAISAGEM de ANTONIO CARLOS JOBIM

  Mas pra quê? Pra que tanto céu? Pra que tanto mar? Pra quê? De que serve esta onda que quebra? E o vento da tarde? De que serve a tarde? I...