quinta-feira, setembro 13, 2007

Cheguei a casa há pouco...

Foto de Rui Cardoso




Cheguei a casa há pouco e amanhã
celebrarei contigo pla primeira vez
esse dia que alguém convencionou
ser para os namorados: eu e tu,
dois seres quase sonâmbulos,
afogados em histórias mal cicatrizadas
que extravasam ao longo de conversas
plas estradas nocturnas por onde fugimos
da vida que nos dói: velhos amores
refulgindo na tua memória,
na minha fantasia que os volta a viver
em ti, por ti, como se também eu
ressentisse na pele o sabor desses beijos
esvaindo-se no tempo, que lhes toca,
ao de leve, com lábios de veludo,
e os arrasta num caudal de espectros
de vagas silhuetas, na penumbra
que foi a minha vida até chegar a ti.


Fernando Pinto do Amaral

5 comentários:

Lisa disse...

Olá Lu...

Vc está aí? =P

Que imagem linda...

"Na minha fantasia que os volta a viver
em ti, por ti, como se também eu
ressentisse na pele o sabor desses beijos
esvaindo-se no tempo, que lhes toca,
ao de leve, com lábios de veludo"

Dia super linda e terna pra ti...

Beijosss...

RCataluna disse...

Pinto do Amaral é um dos grandes nomes da nossa literatura. Por pouco não foi meu professor na faculdade...

Pepe Luigi disse...

Maravilhosa a poesia de Fernando Pinto do Amaral.

MARIA disse...

Olá Lumife,
É lindo este poema. Cada uma das suas palavras é como uma preciosidade. Todos temos nas nossas vidas dias marcantes. Hoje é dia 13, embora não sexta - feira. Num dia 13, reencontrei uma pessoa a quem certamente estarei ligada por toda a minha vida. Talvez por isso, Lumife, este poema encontre em mim o eco das palavras da esperança e da felicidade.
É como se tu Lumife, embora sem o poderes saber, o tivesses adivinhado e celebrasses comigo a festa desse sentimento que será eterno em mim, enquanto eu também for.
Obrigada.
Um beijo.
Maria

De Amor e de Terra disse...

Que belíssima declaração no reencontro...

AMEI!!!

Parabéns ao Poeta e ao Blogger por mo (no-lo) dar a conhecer e pela beleza do conjunto.

Maria Mamede

INÚTIL PAISAGEM de ANTONIO CARLOS JOBIM

  Mas pra quê? Pra que tanto céu? Pra que tanto mar? Pra quê? De que serve esta onda que quebra? E o vento da tarde? De que serve a tarde? I...