sexta-feira, março 19, 2010

FASCÍNIO






Casado, continuo a achar as mulheres irresistíveis.
Não deveria, dizem.
Me esforço. Aliás,
já nem me esforço.
Abertamente me ponho a admirá-las.
Não estou traindo ninguém, advirto.
Como pode o amor trair o amor?
Amar o amor num outro amor
é um ritual que, amante, me permito.


Affonso Romano de Sant'Anna

(Tormentas)


3 comentários:

jorge vicente disse...

há muito tempo que não venho aqui e logo com affonso romano de santana! maravilhoso poema!

grande abraço para ti
jorge

lena disse...

saudades de te sentir, de ler o que partilhas e uma vez mais delicias-me com o que deixas

affonso romano de santana, um excelente poeta e o poema é uma maravilha

obrigada meu amigo, aqui sinto sempre poesia e com ela sacio a sede de ler

beijinhos muitos para ti e um abraço muito grande

lena

Branca disse...

Sempre belíssimas, deslumbrantes as tuas escolhas.
É um bálsamo para a alma ler tão boa poesia.
Deixo-te beijos.
Branca

INÚTIL PAISAGEM de ANTONIO CARLOS JOBIM

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