terça-feira, junho 28, 2011

CAIS DO TEMPO






É de tempo o cais
onde te espero
há quanto tempo?
Não sei!
há tantas vidas
que ficaram por aí
esmaecidas
esperanças que aninhei
dores que não quero...
é de tempo o cais
onde te aguardo
de tempo
duma espera sem final
dum tempo silente, sepulcral
sem laivos de anil
ou sol
um tempo pardo...
mas se acaso um dia
amor ausente
acostares a este cais
onde te espero
ó manhã de luz
resplandescente
será de transcendência
o que te quero!...


MARIA MAMEDE

(in No Cais do Tempo)



Foto de George Mashkovtse

3 comentários:

Maria João Brito de Sousa disse...

Que maravilhoso poema! Que magnífico cais deve ter este tempo da Maria Mamede!

Branca disse...

Magnifico este poema da Maria Mamede, de saudade e amor eterno.

A fotografia também é magnifica!

Parabéns aos dois artistas, à poeta e ao fotógrafo.

Beijos
Branca

AnaMar (pseudónimo) disse...

Cai o tempo
num belo poema.

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