sexta-feira, novembro 11, 2011

JURO






Por tua culpa, Mulata,
Meu coração
Anda à toa
Sem saber onde se acoite.
Perdeu-se na escuridão
Dos teus olhos cor da noite.

Por tua culpa, só tua culpa,
Pois sei que foi causa disso
O feitiço
Do teu corpo.

Mas... Deus é grande
E... talvez
Ainda voltes outra vez
A abrasar-te em desejos,
Quianda dos meus amores.

Nesse dia
Hei-de cobrir o teu corpo
Com um vestido de beijos
E um manto de carícias.
Hei-de esmagar contra a minha
A tua boca vermelha.

Será nesse dia, então
Que terei onde me acoite,
Mesmo na escuridão
Dos teus olhos cor da noite.


AIRES DE ALMEIDA SANTOS(Angola)

Pintura de Nide Bacellar

1 comentário:

Branca disse...

Maravilhosos poemas de amor descobres para partilhar connosco.
Obrigada meu amigo, por estes momentos de beleza.

Um poema deslumbrante!

Beijos
Branca

INÚTIL PAISAGEM de ANTONIO CARLOS JOBIM

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