Poema da despedida
Não saberei nunca
dizer adeus
Afinal,
só os mortos sabem morrer
Resta ainda tudo,
só nós não podemos ser
Talvez o amor,
neste tempo,
seja ainda cedo
Não é este sossego
que eu queria,
este exílio de tudo,
esta solidão de todos
Agora
não resta de mim
o que seja meu
e quando tento
o magro invento de um sonho
todo o inferno me vem à boca
Nenhuma palavra
alcança o mundo, eu sei
Ainda assim,
escrevo
MIA COUTO
Foto de Sergey Ryzhkov
2 comentários:
Adoro Mia Couto e este poema é lindíssimo.
Sauddaes de vir aqui.
Beijos
Branca (Brancamar)
Mia Couto grande autor, econtrei numa apresentação de um livro
cumprimentos
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