quarta-feira, dezembro 27, 2017

RENÚNCIA



Renunciar. Todo o bem que a vida trouxe,
toda a expressão do humano sofrimento.
A gente esquece assim como se fosse

um voo de andorinha em céu nevoento.

Anoiteceu de súbito. Acabou-se
tudo... A miragem do deslumbramento...
Se a vida que rolou no esquecimento
era doce, a saudade inda é mais doce.

Sofre de ânimo forte, alma intranquila!
Resume na lembrança de um momento
teu amor. Olha a noite: ele cintila.

Que o grande amor, quando a renúncia o invade
fica mais puro porque é pensamento,
fica muito maior porque é saudade.


OLEGÁRIO MARIANO


OLEGÁRIO MARIANO CARNEIRO DA CUNHA (Olegário Mariano), poeta, político e diplomata. Nasceu em Recife - PE, em 24 de março de 1889, e faleceu no Rio de Janeiro - RJ, em 28 de novembro de 1958.

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Foto de Anna Gorbenko

2 comentários:

_ Gil António _ disse...

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Passando, vendo, lendo, elogiando o seu bonito blogue e as suas publicações poéticas e não só, anunciando:
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Tema: *Geladas gotas na dor da separação*
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Que o Ano Novo de 2018, entre na sua vida pela porta do coração, trazendo: Saúde, Paz, Fraternidade, Amor, Gosto pela Partilha.
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FELIZ ANO NOVO

Mar Arável disse...

Tudo pelo melhor
Bom ano

INÚTIL PAISAGEM de ANTONIO CARLOS JOBIM

  Mas pra quê? Pra que tanto céu? Pra que tanto mar? Pra quê? De que serve esta onda que quebra? E o vento da tarde? De que serve a tarde? I...