quarta-feira, junho 16, 2021

De longe te hei de amar

 



De longe te hei de amar,
- da tranquila distância
em que o amor é saudade
e o desejo a constância.

Do divino lugar
onde o bem da existência
é ser eternidade
e parecer ausência.

Quem precisa explicar
o momento e a fragrância
da Rosa, que persuade
sem nenhuma arrogância?

E, no fundo do mar,
a estrela, sem violência,
cumpre a sua verdade,
alheia à transparência.

Cecília Meireles
(1901-1964)

Art de Ann Rhoney

3 comentários:

Ailime disse...

Um poema muito belo de Cecília Meireles.
Obrigada pela partilha.
Desejo-lhe uma boa tarde.
Ailime

Roselia Bezerra disse...

Bom dia de domingo, venho da amiga Ailime.
Gostei muito de alguns poemas que li por aqui.
O que estou não conhecia e amo o mar.
Tenha uma semana abençoada!
Abraços fraternos de paz e bem

Anne Earnshaw disse...

Que maravilha. Boa semana!

INÚTIL PAISAGEM de ANTONIO CARLOS JOBIM

  Mas pra quê? Pra que tanto céu? Pra que tanto mar? Pra quê? De que serve esta onda que quebra? E o vento da tarde? De que serve a tarde? I...