segunda-feira, junho 19, 2006








Sei agora como nasceu a alegria,
como nasce o vento entre barcos de papel,
como nasce a água ou o amor
quando a juventude não é uma lágrima.

É primeiro só um rumor de espuma
à roda do corpo que desperta,
sílaba espessa, beijo acumulado,
amanhecer de pássaros no sangue.

É subitamente um grito,
um grito apertado nos dentes,
galope de cavalos num horizonte
onde o mar é diurno e sem palavras.

Falei de tudo quanto amei.
De coisas que te dou para que tu as ames comigo:
a juventude, o vento e as areias.






Obra de Eugénio de Andrade /2, in «Até Amanhã» , Fundação Eugénio de Andrade

sexta-feira, junho 16, 2006

foto de Anke M.-Fotocommunity





Na solidão na penumbra do amanhecer

Via você na noite, nas estrelas, nos planetas,
Nos mares, no brilho do sol e no anoitecer
Via você no ontem, no hoje, no amanhã...
Mas não via você no momento

Que saudade...





(Mário Quintana)





foto de Suzana Ferreira - 1000 Imagens

terça-feira, junho 13, 2006



C O N V I T E

A FESTA DO BARÃO




AOS TRINTA DIAS DO MÊS DE JUNHO manda o Barão de Alvito e sua mui nobre esposa que se convide toda a boa gente destas Terras da Baronia de Alvito para assistir à Festa de Baptizado de seu mui nobre e estimado filho

A Festa do Barão

No dia 30 de Junho, a partir das 19h30 irá ter lugar no Largo das Alcaçarias uma recriação da época tardo-medieval, à moda da Baronia de Alvito.

Trata-se da IV Edição desta festa temática organizada pelo Município de Alvito, que conta mais uma vez com os apoios da Região de Turismo Planície Dourada e da Escola Profissional de Alvito.

O referido evento, que nos anos anteriores teve lugar na Pousada, deverá assim tornar-se mais popular, o que vai ao encontro das solicitações de muitos dos potenciais clientes. O Largo das Alcaçarias é um local que será seguramente um bom palco para esta festa, pois é um espaço amplo e que se situa mesmo por detrás do Paço Acastelado.

Irá pois ser recriada uma noite da época tardo-medieval na qual se pretende reconstituir um banquete real da época, oferecendo um misto de história, cultura e lazer. Reviver o passado nos seus encantos, na rudeza do repasto, nas infinitas e diversas iguarias e manjares e na particularidade da animação.

O(s) público(s)-alvo da iniciativa são todos os interessados que pretendam custear o valor deste jantar com animação, que será de 35€ por pessoa, havendo preços especiais para famílias. Haverá também a possibilidade de alguma animação paralela para todo o Povo, bem como oportunidade de usufruto de um uma pequeno “lanche” (febra, sardinha ou linguiça no pão e um copo de vinho) a um preço simbólico.

A ementa da Festa do Barão é composta por diversos pratos quinhentistas (como a Sopa de Agraço ou a Galinha Mourisca guarnecida com Cenoura e Cominhos em Azeite) e a festa durará enquanto o vinho jorrar!

Olha só:

Beringelas Recheadas
Sopa de Agraço
Galinha Mourisca Guarnecida com Cenoura e Cominhos em Azeite
Carne de Porco Agridoce com Gengibre
Castanhas Estufadas com Ervas Doces
Manjar Divino
Coalhada com Fruta, Mel e Canela

Esta é a ementa para a Festa do Barão. Tire-se desde já o chapéu ao Chefe Santos e a toda a equipa da Escola Profissional de Alvito, responsáveis pela confecção, mise en scéne e mise en place dos manjares desta noite que promete ser de apetite!



A oferta desta noite no passado inclui ainda um Torneio de Armas e muita música e folia, tudo a cargo da Vivarte, companhia de Teatro que desenvolve sempre trabalhos de alto nível na área das recriações históricas.

Com esta iniciativa confirma-se que é possível organizar eventos de qualidade, com continuidade e visibilidade para o concelho de Alvito. Cuidar do património, da tradição e da cultura é cuidar do futuro! Alvito, Património Vivo espera por si!





Informações e Reservas até dia 23 de Junho (inscrições limitadas à capacidade disponível)
Posto de Turismo de Alvito
Tel:284 485 440 ou 284 480 800 (ext. 231)
turismo@cm-alvito.pt

segunda-feira, junho 12, 2006

Foto de Sergey Rizkov





Onde quer que estejas
(encontrar-me-ás).
Encontrarás o meu rastro.


Como fumo de incenso
levado pelo vento.


Vás para onde fores
o vento encontrar-te-á.


Irei nele.
Com ele.


Fundir-me-ei contigo
porque me inalarás
no ar que respiras.



(Conceição Paulino in Falar Mulher)




Rasguei o peito
e dele saíu uma estrela


Com os dedos
afastei os bordos
e olhei o mar
que de dentro brotava


azul cintilante e renovado

(Conceição Paulino in As Tarefas Transparentes)

sexta-feira, junho 09, 2006

Canção do Alentejo

Foto de Fialho Gois




Meu Alentejo trigueiro
Amassado em barro e pão,
Não trocava o mundo inteiro
Por esta terra celeiro
Que mora em meu coração.



Há sempre cantares de amigo




Na melodia dolente
Talhada no desencanto
Que ecoa na noite quente,
No sentir da tua gente
Em trovas feitas de pranto.



Há uma esperança vivida




Quando o sol espreita o montado
Por entre a chuva a correr,
O cheiro do chão molhado
É perfume abençoado,
É seiva que faz crescer.



Sinto-me a sofrer contigo



Quando o ano é de estiagem
E o “suão” traz desenganos;
Na aridez da paisagem
Há sempre um fio de coragem
Nos olhos alentejanos,



Nesta terra tão esquecida….



Meu Alentejo trigueiro
Amassado em barro e pão,
Não trocava o mundo inteiro
Por esta terra celeiro
Que mora em meu coração.




(Orlando Fernandes in Fronteiras do Sonho)

quarta-feira, junho 07, 2006

Não te vás

Foto de Lucaz - Fotografia na net






NÃO TE VÁS

Não te vás por um minuto,
porque nesse minuto terás
ido tão longe,
que eu cruzarei toda a terra
perguntando se voltarás
ou se me deixarás morrendo.





(Pablo Neruda)

segunda-feira, junho 05, 2006

Mensageira

Foto de Rebecca Xenia Wright-fotocommunity




Mensageira

Vem amiga, vem depressa,
novas do meu Amor trazer,
não durmo nem descanso
à espera de as conhecer;

O sonho comanda a vida
já lá dizia o poeta
Eu continuei sonhando
à espera da hora certa;

O tempo correu demais
passaram assim muitos anos
o pensamento era só um
apesar dos desenganos;

Quando te vi ali
nem queria acreditar,
olhei-te bem nos olhos,
parecia querer levitar;

O beijo que nós trocámos
ficou-me sempre gravado.
Quem poderá esquecer
a ternura do ser amado?

A chama que sempre viveu,
neste coração apaixonado,
tornou-se fogo intenso,
alto e descontrolado.

Queria estar perto de ti,
quimera dos meus desejos,
seríamos , por certo, felizes
na troca dos nossos beijos.

Não há dia, não há noite,
há sempre uma recordação,
tenho-te gravada na alma
esculpida no coração.

Obrigado Mensageira
pelas novas que me trazes
continuarei porfiando
em lutas tão audazes.



Lumife 05 de Junho de 2006

sábado, junho 03, 2006



ROTA DO FRESCO INTERCONCELHIA PARA A COMUNIDADE LOCAL (DE ALVITO)

PINTURAS ALENTEJANAS POR DESCOBRIR







CONVITE




CLIQUE no blog ALVITO-BAIXO ALENTEJO e faça connosco uma Rota do Fresco. É só um cheirinho... pois ao vivo tem outra côr, outro movimento. E tem a "Guia" Dina Monteiro que a todos os participantes encanta com a sua simpatia e conhecimento profundo da matéria.
Um dia esperamos por si, em Alvito, numa Rota do Fresco...

foto de Jacek Pomykalski




"o teu rosto à minha espera. o teu rosto
a sorrir para os meus olhos. existe um
trovão de céu sobre a montanha.

as tuas mãos são finas e claras. vês-me
sorrir. brisas incendeiam o mundo.
respiro a luz sobre as folhas da olaia.

entro nos corredores de outubro para
encontrar um abraço nos teus olhos.
este dia será sempre hoje na memória.

hoje compreendo os rios. a idade das
rochas diz-me palavras profundas.
hoje tenho o teu rosto dentro de mim."



(José Luís Peixoto, A Casa, A Escuridão)

quinta-feira, junho 01, 2006

Foto lg-Farid Salemi-photo net





Adormeço
No fundo de um poema
Ainda por fazer
Convoco a memória
E os sentidos
Na procura de tudo
Que se esconde na noite
Mas o silêncio perdura
As palavras fogem de mim
Como folhas de Outono
E desaparecem
Na sombra
De forma indolor

Mas tu já sabes a cor
Do meu silêncio,
As palavras
Que não escrevo,
Aquelas que não digo,
E que clandestinas
Vão pousar
Suavemente
Nos teus lábios...

Frog




terça-feira, maio 30, 2006

Este grão que não germinou...

Foto de LG-Salih Guler-foto net




Este grão que não germinou,
sem motivo e sem razão,
na terra já amanhada;

Correu mundo arrastado
na bolanda do vendaval,
perseguiu mil aventuras,
num desespero de caminhada.

Quis regressar.
Era tarde.
A terra não era dele
a leira fora ocupada.

Aninhou-se em terra estranha,
onde encontrou acolhimento...


Sem o Sol que tanto amava
refugiou-se no Luar
esperando o passar do tempo.

Mas um dia, neste dia,
o Sol voltou a raiar.

Abrindo seu coração,
nele aconchegou o grão
que, feliz, voltou a sonhar…



Lumife 30-05-2006



foto de Marília-fotografia na net

segunda-feira, maio 29, 2006


foto de G Steve-photo net





CANÇÃO


Nunca eu tivera querido
dizer palavra tão louca:
bateu-me o vento na boca,
e depois no teu ouvido.
Levou somente a palavra,
deixou ficar o sentido.
O sentido está guardado
no rosto com que te miro,
neste perdido suspiro
que te segue alucinado,
no meu sorriso suspenso
como um beijo malogrado.
Nunca ninguém viu ninguém
que o amor pusesse tão triste.
Essa tristeza não viste,
e eu sei que ela se vê bem...
Só se aquele mesmo vento
fechou teus olhos, também...


(Cecília Meireles)

sábado, maio 27, 2006

Foto de Sergey Ryzkov



Soneto à maneira de Camões - Sophia de Mello Breyner

Esperança e desespero de alimento
Me servem neste dia em que te espero
E já não sei se quero ou se não quero
Tão longe de razões é meu tormento.

Mas como usar amor de entendimento?
Daquilo que te peço desespero
Ainda que m’o dês – pois o que eu quero
Ninguém o dá se não por um momento.

Mas como és belo, amor, de não durares,
De ser tão breve e fundo o teu engano
E de eu te possuir sem tu me dares.

Amor perfeito dado a um ser humano:
Também morre o florir de mil pomares
E se quebram as ondas no oceano.

sexta-feira, maio 26, 2006





“A vila era longe… Era longe Alvito…”

Talvez o poeta, quem sabe, tivesse usado este início do seu poema para lembrar que o moderno meio de transporte tinha a sua paragem distante desta vila.
Quase meia légua, separava a estação do caminho de ferro da povoação.
A maioria dos passageiros vinha visitar a família. Com eles traziam e levavam malas e caixotes, às vezes bem carregados, que não era fácil transportar num percurso que embora não muito longo, subia… subia… até à vila.

Na estação, esperando os conhecidos passageiros ou algum “caixeiro-viajante”, lá estavam o Quinito (foto acima) e o Afogadinho (como era conhecido). Transportavam com alegria e zelo todos os que chegavam.
Havia sempre lugar para mais um embora se desse mais um apertão.
A viagem era calma, alegre e por vezes perfumada dum “perfume muar” que hoje já poucos lembram.
Os anos passaram. Os tempos mudaram. Embora o comboio ainda passe já não pára.
Os “CHURRIÕES” do “Quinito” e do “Afogadinho” foram arrumados.
Também foram arquivadas nas nossas memórias as recordações das novidades que nos contavam nessas “célebres viagens”.
Restam-nos saudosas lembranças de quem deu muito da suas vidas para facilitar as nossas viagens.

Bem hajam!


Urge fazer a história dos costumes de Alvito…


Olinda

quinta-feira, maio 25, 2006

Foto Stefan Beutler - photo net




Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes
Para poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes!



(Sophia de Mello Breyner Andreson)



quarta-feira, maio 24, 2006




Aos trinta dias do mês de Junho manda o Barão de Alvito e sua mui nobre esposa que se convide toda a boa gente destas Terras da Baronia de Alvito para assistir à Festa de Baptizado de seu mui nobre e estimado filho

A Festa do Barão

No dia 30 de Junho, a partir das 19h30 irá ter lugar no Largo das Alcaçarias uma recriação da época tardo-medieval, à moda da Baronia de Alvito.




Informações e Reservas até dia 23 de Junho (inscrições limitadas à capacidade disponível)
Posto de Turismo de Alvito
Tel:284 485 440 ou 284 480 800 (ext. 231)
turismo@cm-alvito.pt

segunda-feira, maio 22, 2006

CLIQUE NAS FOTOS



A minha neta Carolina, aos 5 meses, enviando muitos beijinhos para todos os amigos e amigas.

De entre os diversos comentários que generosamente nos enviaram não podia deixar de publicar o poema que a Mily nos endereçou.
Sensibilizados agradeçemos a todos(as) as vossas palavras retribuindo com beijinhos da Carolina. Este poema é também para todas as crianças do Mundo.

*****
Ah, linda menina,
trazes na doce magia
do mundo da fantasia
esse sorriso tão lindo
que inunda o espaço de cores
realça brilho de estrelas
enche jardins de flores
e faz a água nascente
se criar em profusão
e faz com que dentro da gente
o riso fique a brincar
naquele cantinho mais lindo
que se tem no coração.

Ah, doçura de criança,
tens o dom de despertar
sorrisos e bem-querer
nas dobras de nossa alma
quando te vemos assim
tão terna, doce e tão calma
a brincar tão inocente
no olhar de um anjo contente
que veio ao mundo enfim
somente te proteger.

Ah, pequena Carolina,
Tu és um presente de Deus!

Nasceste para sorrir,
pra florir e pra cantar!

Vieste com outras crianças
trazendo no coração
aquela doce missão
do mundo iluminar!
*************






Debruçado na janela...

Foto de Vasil Vasilev-photo net


Debruçado na janela
Olho o céu, o sol e a lua, o passado e o presente.
Seguem-me aqueles olhos, aquela boca, aquele sorriso.
Adormeço com esse rosto, companheira dos meus sonhos.


(Lumife-22-05-06)







Longe de ti são ermos os caminhos,
Longe de ti não há luar nem rosas,
Longe de ti há noites silenciosas,
Há dias sem calor, beirais sem ninhos!

Meus olhos são dois velhos pobrezinhos
Perdidos pelas noites invernosas...
Abertos, sonham mãos cariciosas,
Tuas mãos doces, plenas de carinhos!

Os dias são Outonos: choram... choram...
Há crisântemos roxos que descoram...
Há murmúrios dolentes de segredos...

Invoco o nosso sonho! Estendo os braços!
E ele é, ó meu Amor, pelos espaços,
Fumo leve que foge entre os meus dedos!...

(Florbela Espanca)

sexta-feira, maio 19, 2006

Passarinho que tremes...

Fotos de Artur Cardoso



Passarinho que tremes na minha mão
p’los afagos que ao tempo te não faço,
aproxima-te do meu coração,
eu serei bem feliz no teu regaço.

(Lumife-18-05-06)






Talvez eu esteja cansado de vagar em meus caminhos
Por tantas terras cheias de cavernas e colinas,
Eu vou encontrar o lugar para onde ela se foi,
E beijar seus lábios e segurar suas mãos;
Caminharemos entre coloridas folhagens,
E ficaremos juntos até o tempo do fim do tempo, colhendo
As prateadas maçãs da lua,
As douradas maçãs do sol.

(William Butler Yeats)


Foto de Paulo Custódio-Olhares



Eu sei e você sabe
Já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe
Que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham a você.

Assim como o Oceano, só é belo com o luar
Assim como a Canção, só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem, só acontece se chover
Assim como o poeta, só é bem grande se sofrer
Assim como viver sem ter amor, não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você!


(Vinicius de Moraes)

quinta-feira, maio 18, 2006

Foto de Jorge Jacinto-1000 Imagens



Este inferno de amar - como eu amo!
Quem mo pôs aqui nalma... quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida - e que a vida destrói -
Como é que se veio a atear,
Quando - ai quando se há-de ela apagar?

Eu não sei, não me lembra: o passado,
A outra vida que dantes vivi
Era um sonho talvez... - foi um sonho -
Em que paz tam serena a dormi!
Oh! que doce era aquele sonhar...
Quem me veio, ai de mim! despertar?

Só me lembra que um dia formoso
Eu passei... dava o sol tanta luz!
E os meus olhos, que vagos giravam,
Em seus olhos ardentes os pus.
Que fez ela? eu que fiz? - Não no sei;
Mas nessa hora a viver comecei...


(Almeida Garrett)

terça-feira, maio 16, 2006

Esta noite...

Foto de Paulo Custódio-Olhares



Esta noite

A rota definida era maravilhosa
Mas a viagem foi longa e tempestuosa
A noite abriu os braços e acolheu o navegador
sempre só, sempre sonhando com seu amor

Imagens em catadupa o cercavam
Um turbilhão de palavras o rasgavam
Nada o demovia, o sono estava ausente
Sorrindo prosseguia, sonhando sempre

Chegou à praia, na areia descansou
mas ao longe aquele vulto vislumbrou
Correu muito e loucamente a abraçou
e assim pode amá-la como sempre amou


Lumife -15/16-05-2006





*********** ***********
************

E tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meus pensamentos
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive)
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure


(Vinicius de Moraes - Soneto da Fidelidade)
CLIQUE NA IMAGEM PARA A VER EM TAMANHO MAIOR.



ROTA DO FRESCO

COMUNIDADE LOCAL (ALVITO)

28 de Maio

As visitas à Rota do Fresco para a Comunidade Local fazem já parte da oferta cultural existente (também) para residentes do concelho de Alvito.

Assim, e tal como em anos anteriores, irá ser guiada uma visita para a população local, este ano no âmbito do Programa de comemorações do feriado municipal.

O itinerário que será percorrido nesta Rota de dia 28 de Maio, Domingo, será iniciado na Igreja Matriz de Alvito, pelas 10h00, seguindo-se a visita à Ermida de S. Geraldo de Alcáçovas. Também em Alcáçovas terá lugar o almoço, no Restaurante “O Chocalho”. Seguir-se-á a visita ao concelho de Cuba, designadamente à Igreja de S. Luís de Faro do Alentejo. A Capela de S. Brás de Portel irá ser o local de conclusão desta Rota Interconcelhia, que constitui uma das possibilidades de visita no âmbito do projecto Rota do Fresco.

Acreditamos que todos os projectos de natureza turístico-cultural precisam de estar voltados para a população local, sob pena de inviabilização do seu desenvolvimento. As comunidades residentes são pois o primeiro destinatário de qualquer projecto.

A Rota do Fresco e as “pinturas alentejanas por descobrir” estarão mais uma vez ao alcance de todos na visita do próximo dia 28 de Maio. As inscrições, no Posto de Turismo de Alvito, terminam no dia 23 de Maio.

segunda-feira, maio 15, 2006





A . F E S T A . D O . B A R Ã O



A L V I T O - um bom concelho!



Aos trinta dias do mês de Junho, manda o Barão de Alvito e sua mui nobre esposa que se convide toda a boa gente destas terras da Baronia de Alvito, para assistir à Festa de Baptizado de seu mui estimado e nobre Filho.


Alvito
30 de JUNHO, 19H30
Largo das Alcaçarias

Inscrições no Posto de Turismo
Até 23 de Junho
Tel.: 284 485 440
turismo@cm-alvito.pt



Entrevista concedida pelo Presidente da Câmara Municipal de Alvito, Dr. João Paulo Lança Trindade ao Diário do Alentejo

Pode ler na íntegra clicando em ALVITO-BAIXO ALENTEJO


Para ver as fotos do 2º Encontro de Alunos do Colégio clique aqui em ALVITO-BAIXO ALENTEJO

sábado, maio 13, 2006










Caros Visitantes e Amigos da Rota do Fresco,



O Campo de Conservação e Restauro da Rota do Fresco chega este ano à sua terceira edição, a penúltima!



Mais uma vez, proporcionamos a possibilidade de, durante uma semana de Junho, Julho e Setembro, aprenderem connosco a ancestral técnica da pintura a fresco no ambiente emocionalmente quente do Alentejo.



A par do curso propriamente dito que, como sempre, conta com o grande especialista nesta área, o Conservador-restaurador Joaquim Inácio Caetano, cada aluno poderá ainda desfrutar de experiências culturais e etnológicas únicas como a Rota do Fresco ao Luar, a actuação exclusiva de um grupo de cante, ou um refrescante passeio de barco no Alqueva.



Este ano, apostamos nos almoço de piquenique debaixo de um chaparro, para melhor saborearmos os nossos jantares gastronomicamente poderosos!



Ficamos à Vossa espera!

(



Catarina Vilaça de Sousa

Projecto Rota do Fresco

Associação de Municípios do Alentejo Central (AMCAL)

Largo do Almeida, 1, 7940-114 Cuba

Tel.: 284 419 020; Fax: 284 419 029

www.amcal.pt; rotadofresco@amcal.pt

Centro de Divulgação do Património Alentejano (CEDIPA)

Fundação Alentejo - Terra Mãe

Rua dos Penedos, 13B, Páteo da Fundação, 7000-531 Évora

Tel.: 266 746 754; Fax: 266 703 040

www.alentejo-terramae.pt; cvs@alentejo-terramae.pt

Contactos: 93 835 4641 e 96 689 8220












Campo de Conservação e Restauro Rota do Fresco 2006
3ª edição
AMCAL / C.M. de Portel
em parceria com a Herdade do Meio, Mecenas da Rota do Fresco


O Campo de Conservação e Restauro

A Rota do Fresco convida-o a aprender a pintar a fresco e a acompanhar de perto uma intervenção de conservação e restauro em pintura mural no seu Campo de Conservação e Restauro.

Durante 1 semana dos meses de Junho, Julho e Setembro, junte-se a uma equipa de restauradores na Capela de S. Brás de Portel e, monitorizado pelo Conservador-restaurador Joaquim Inácio Caetano, aprenda a técnica de pintar a fresco, bem como colabore na intervenção na referida Capela.

A par do curso, o Campo de Conservação e Restauro da Rota do Fresco oferece-lhe ainda um programa complementar de actividades culturais que vão desde o enoturismo, ao passeio pedestre pela paisagem do Alentejo Central, ao passeio de barco no Alqueva, à gastronomia, ao cante alentejano, bem como à realização de uma Rota do Fresco Interconcelhia.




O Projecto Rota do Fresco

A AMCAL – Associação de Municípios do Alentejo Central, constituída pelos municípios de Alvito, Cuba, Portel, Viana do Alentejo e Vidigueira – promove uma iniciativa inovadora de natureza turístico-cultural denominada Rota do Fresco.

A Rota do Fresco consiste na criação de um sistema de visitas a uma selecção de exemplares de pintura mural das capelas, ermidas e igrejas dos concelhos de Alvito, Cuba, Portel, Viana e Vidigueira, com o intuito de divulgar, preservar e revitalizar esse património integrado.

A Rota do Fresco tem por base a extensão cronológica e espacial deste tipo de revestimento arquitectónico no conjunto destes cinco concelhos, que constitui um excelente exemplo da variedade e da qualidade desta forma de decoração e de catequização religiosa no nosso país, bem como do papel particular da região alentejana na difusão deste género artístico, desde o século XV até aos inícios do XIX.

Outro ponto comum a estes cinco concelhos ao nível da pintura mural é a necessidade, em quase todos os exemplares remanescentes, de uma intervenção de conservação e restauro, bem como de uma intervenção estrutural ao nível dos próprios edifícios que albergam as pinturas.

Esta Rota procura assim transformar-se num instrumento de salvaguarda dos exemplares remanescentes; de melhor conhecimento deste género artístico no nosso país e, em particular, na região alentejana; de dinamização da região com a criação de um novo produto turístico adaptado às exigências do património arquitectónico.

O Campo de Conservação e Restauro enquadra-se neste conjunto de objectivos.

Curso de Técnica da Pintura a Fresco


DIAS PROGRAMA 2006
Segunda
11:00-17:30
20:30
Curso de Técnica da Pintura a Fresco na Capela de S. Brás de Portel
Visita ao Museu Municipal de Vidigueira, seguida de ceia
Terça
09:00-17:30
18:00
Curso
Lanche ajantarado na Herdade do Meio
Quarta
09:00-17:30
20:30
Curso
Rota do Fresco ao Luar em Alvito, seguida de ceia
Quinta
09:00-13:00
15:00-18:00
Passeio Pedestre pela Serra de Portel ou Passeio de Barco no Alqueva
Curso
Sexta
09:00-17:30
18:00
Curso
Visita guiada à Igreja Matriz de S. Vicente e Tesouro em Cuba, seguida de lanche ajantarado
Sábado
09:00-18:00
Rota do Fresco Interconcelhia (com almoço no concelho de Viana)



Condições 2006

Datas:
1º Curso: 12 a 17 de Junho
2º Curso: 3 a 8 de Julho
3º Curso: 4 a 9 de Setembro

Programa complementar: Visita guiada ao Museu Municipal de Vidigueira com ceia; Lanche ajantarado na Herdade do Meio; Rota do Fresco ao Luar com ceia (Alvito); Passeio Pedestre pela Serra de Portel ou de Barco no Alqueva; Visita guiada à Igreja Matriz de Cuba com ceia; Rota do Fresco Interconcelhia.

Numero máximo de participantes: 8 alunos por Curso

Local: Capela de S. Brás de Portel

Preços:
A: 450€ por pessoa (inclui: Inscrição, Material e utensílios, Kit Campo de Conservação e Restauro, 6 Almoços, Programa complementar).
B (com alojamento)
B1: Alojamento na Residencial Santa Clara de Vidigueira (2 estrelas), preço total: 610€* B2: Alojamento no Hotel Refúgio da Vila de Portel (Hotel Rural de 4 estrelas), preço total: 780€*;
( * preços para quarto single com pequeno-almoço incluído; possibilidade de alojamento em quarto duplo e triplo)

Será fornecido um Certificado de Participação; o critério de selecção é o da ordem de chegada das inscrições.

Inscrições / Informações: AMCAL, 284 419 020; 96 689 8220; rotadofresco@amcal.pt; www.amcal.pt


O texto que se segue foi-me enviado pelo Manel do Montado.

É um momento fantástico de Vinicius de Moraes que não podia

deixar de publicar para ser conhecido por quem o lê pela

primeira vez e ser relido pelos outros amigos.





Procura-se um amigo – Vinicius de Moraes

Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.

Não é preciso que seja de primeira-mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objectivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoas tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.

Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.

Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.

sexta-feira, maio 12, 2006







A JANGADA


Gostava de fazer uma jangada
Com os destroços do meu barco à vela,
Meter-me ao Mar, e, em lírica jornada,
Beber a Luz da minha antiga estrela.


Fugir de toda a gente, não ter nada,
Senão os próprios olhos fixos nela,
Alheio mesmo aos golpes da nortada
Que os mares e os lagos encapela.


E fui ao Mar. Nas ondas, uma a uma,
Busquei e rebusquei, sofregamente,
Os restos dessa antiga embarcação.


Não trouxe mais que uns frémitos de espuma,
E alguns punhados dessa areia ardente
Onde se perde a voz do coração!




(António Celso in Asas Cinzentas)

terça-feira, maio 09, 2006

O meu poema de hoje...

Foto de Andrew Warfield-Photosig





O meu poema de hoje é só para ti!
Não o posso publicar aqui...







INÚTIL PAISAGEM de ANTONIO CARLOS JOBIM

  Mas pra quê? Pra que tanto céu? Pra que tanto mar? Pra quê? De que serve esta onda que quebra? E o vento da tarde? De que serve a tarde? I...