À Buja
Deu agora meio-dia; o sol é quente
Beijando a urze triste dos outeiros.
Nas ravinas do monte andam ceifeiros
Na faina, alegres, desde o sol nascente.
Cantam as raparigas, brandamente,
Brilham os olhos negros, feiticeiros;
E há perfis delicados e trigueiros
Entre as altas espigas de oiro ardente.
A terra prende aos dedos sensuais
A cabeleira loira dos trigais
Sob a benção dulcíssima dos Céus.
Há gritos arrastados de cantigas...
E eu sou uma daquelas raparigas...
E tu passas e dizes: "Salve-os Deus!"
(Florbela Espanca - 1894-1930 - Natural de Vila Viçosa - Alto Alentejo)
4 comentários:
Amanhar a terra é tarefa árdua... Os citadinos, por vezes têm uma visão romantizada do campo, por só irem esporadicamente, mas, bem lá no fundo, os liames à mãe-terra estão em cada um de nós, basta olhar a própria cidade, ou nossa morada: quando passamos numa rua, sol à pino, como é gostoso nos depararmos com a sombra d'uma árvore, não é mesmo?... por que será que sentimos necessidade de ter ao menos um vaso com flores, ou um quadro de natureza, na parede? # Parabéns pelo post. Um abraço.
Bonito post no conjunto com Florbela Espanca e a imagem:) beijos
Já por aqui não passava há alguns dias.
Mas ainda bem que voltei.
Da primeira vez tinha gostado deste seu espaço, motivo pelo qual o coloquei na tal coisa dos "favoritos".
Vai continuar a ser visita obrigatória.
Continue.
Já agora, desculpe a publicidade, se tiver um bocadinho de tempo, passe por
http://vendasnovasportugal.blogspot.com/
ou em
http://emdirecto.blogspot.com/
Passe bem.
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