quarta-feira, julho 27, 2005

Alentejano

"Verão" ou a "Ceifa" aguarela-1927 de Simão Cesar DORDIO GOMES 1890-1976 Natural de Arraiolos (Alto Alentejo)




À Buja




Deu agora meio-dia; o sol é quente

Beijando a urze triste dos outeiros.

Nas ravinas do monte andam ceifeiros

Na faina, alegres, desde o sol nascente.



Cantam as raparigas, brandamente,

Brilham os olhos negros, feiticeiros;

E há perfis delicados e trigueiros

Entre as altas espigas de oiro ardente.



A terra prende aos dedos sensuais

A cabeleira loira dos trigais

Sob a benção dulcíssima dos Céus.



Há gritos arrastados de cantigas...

E eu sou uma daquelas raparigas...

E tu passas e dizes: "Salve-os Deus!"





(Florbela Espanca - 1894-1930 - Natural de Vila Viçosa - Alto Alentejo)

4 comentários:

batista filho disse...

Amanhar a terra é tarefa árdua... Os citadinos, por vezes têm uma visão romantizada do campo, por só irem esporadicamente, mas, bem lá no fundo, os liames à mãe-terra estão em cada um de nós, basta olhar a própria cidade, ou nossa morada: quando passamos numa rua, sol à pino, como é gostoso nos depararmos com a sombra d'uma árvore, não é mesmo?... por que será que sentimos necessidade de ter ao menos um vaso com flores, ou um quadro de natureza, na parede? # Parabéns pelo post. Um abraço.

wind disse...

Bonito post no conjunto com Florbela Espanca e a imagem:) beijos

João Fialho disse...

Já por aqui não passava há alguns dias.

Mas ainda bem que voltei.
Da primeira vez tinha gostado deste seu espaço, motivo pelo qual o coloquei na tal coisa dos "favoritos".

Vai continuar a ser visita obrigatória.

Continue.

João Fialho disse...

Já agora, desculpe a publicidade, se tiver um bocadinho de tempo, passe por

http://vendasnovasportugal.blogspot.com/
ou em
http://emdirecto.blogspot.com/

Passe bem.

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  PORQUE VOLTO . Volto, porque há dias antigos que ainda nos agarram com o cheiro da terra lavrada, onde em cada ano, enterrávamos os pés e ...