quarta-feira, outubro 17, 2007

Reflexão

Foto de Denisse Herrera







Nas longas horas vividas,
procuro as rotas que perdi.


Prisioneiro de causas inúteis,
componho poemas à pressa
e descubro pétalas murchas
em diários de infância.


Há histórias nunca lidas
que um dia te escrevi.


Adormeço recordações
em leito de flores,
moldo-lhe formas,
sorvo-lhe a fragrância.


Irreais e já sem vida,
restam imagens a falar de ti.


Ao bom ou mau passado
jamais alguém regressa;
daí ter-me perdido,
no tempo… no sonho… e na distância!



Orlando Fernandes (Fronteiras do Sonho)

2 comentários:

MARIA disse...

Olá LUMIFE:
É um belíssimo poema. E um belíssimo exercício de reflexão.
Quantas vezes, eu própria, me revejo nas palavras do teu poeta.
Hoje, por exemplo, tenho essa sensação de deixar solta a página de uma história que escrevi para contar mas que deixei que se soltasse ao vento que era forte . Um vento cruel e indomável ...
Obrigada, fizeste-me reflectir com o teu poeta. As imagens que juntas aos poemas também estão sempre muito bem. Esta, está fantástica para o tema.
Adeus Lumife, um beijinho.
Boa noite.
Maria

Paula Raposo disse...

Muito belo poema!

INÚTIL PAISAGEM de ANTONIO CARLOS JOBIM

  Mas pra quê? Pra que tanto céu? Pra que tanto mar? Pra quê? De que serve esta onda que quebra? E o vento da tarde? De que serve a tarde? I...