quarta-feira, junho 16, 2010

SOLITÁRIO

Foto de F. Monteiro




Como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos túmulos, um dia,
Eu fui refugiar-me à tua porta!

Fazia frio e o frio que fazia
Não era esse que a carne nos conforta…
Cortava assim como em carniçaria
O aço das facas incisivas corta!

Mas tu não vieste ver minha Desgraça!
E eu saí, como quem tudo repele,
- Velho caixão a carregar destroços -

Levando apenas na tumbal carcaça
O pergaminho singular da pele
E o chocalho fatídico dos ossos!


Augusto dos Anjos

2 comentários:

MARIA disse...

Meu querido amigo, como ficou lindo o blogue neste novo formato!
Gostei imenso .
O poema também é lindo, ainda que triste.
Um doce beijinho sempre amigo

Maria

air max nike disse...

It's a good article, I like it.Really good sharing this.I will give it to

my friends.Say thank you you as your information.Now lets see if I can do

something productive with it.Hey this is a great article.
nike air max
air max nike
cheap nike air max

INÚTIL PAISAGEM de ANTONIO CARLOS JOBIM

  Mas pra quê? Pra que tanto céu? Pra que tanto mar? Pra quê? De que serve esta onda que quebra? E o vento da tarde? De que serve a tarde? I...